Andar de blog em blog em estas coisas. Muitas pessoas a fazer balanços levaram-me a fazer o meu.
Este ano foi dos piores que já tive. E dos melhores também.
Começou da pior maneira que se possa imaginar e até Fevereiro não melhorou literalmente nada. Dois meses que recordo como os piores da minha vida, uma solidão atroz, uma dor intensíssima. Sofrer, sofrer, sofrer como eu sei que sou capaz, mas como eu não pensei que algum dia viesse a acontecer. A morte em vida, a vida morta.
Quase.
Porque, apesar das feridas e das quedas vertiginosas, eu caio sempre de pé. No fim, consigo sempre dar a volta. E foi isso que comecei a fazer. No fim de Fevereiro, precisamente quando me sentia a sufocar, um convite. Lembro-me claramente de ver, na minha cabeça, uma sala com janelas a abrir subitamente de par em par. Eu sabia que aceitar implicava muito trabalho. Mas também muitos fins-de-semana fora de casa, muitos conhecimentos, novos amigos. Uma lufada de ar fresco, portanto, exactamente quando precisava. E disse que sim.
Até Maio/Junho foi tempo de sair do coma. Comecei a ter noção de que precisava de dar uma volta radical a muitas coisas. Porque já não me sentia bem onde estava e com quem estava. Era altura de exigir. De pensar em mim.
São tempos de que tenho memórias vagas. Profissionalmente foi uma época de pensar em novos caminhos, de fazer novos projectos.
As férias chegaram e, com elas, o ponto final na confusão. Apareceu uma mão amiga que me tem ajudado a reerguer. Conversas sobre conversas. Que me marcaram em duas coisas.
Primeiro fizeram-me zangar (eu raramente me zango) com tudo e todos. Com os laços com que me prenderam, com as manipulações, com as ideias feitas, com aquilo que acham que é melhor para mim, com o casulo onde me encontrava. As férias em família foram horrorosas, mas serviram para uma coisa: criar o meu espaço. Agora começo a ter o meu lugar, não me sinto a mais, nem um ET. E já não me pisam.
Segundo, fizeram-me tomar decisões. Eu sou lenta, lentíssima a tomar decisões. Peso tudo. E, por isso, quando saio de alguma coisa, saio com certezas. E de pé. E terminou, assim, uma relação que me fez muito mal. Ponto.
Setembro marcou o início da parte boa deste ano. Planos pessoais, projectos profissionais em andamento. A minha casa começou a tomar forma. Até lá chegar, fui andando devagarinho. Profissionalmente, vi-me num limbo que não ajudou. Sabermos que temos trabalho, mas que há que esperar... Enfim.
Foi também nesta altura que o blog nasceu como é agora. E foi (tem sido) uma janela fantástica para o mundo. Por ele alarguei horizontes, conheci novas pessoas, não me senti tão sozinha. Passo a passo vai-me ajudando a caminhar. Porque ao escrever o que sinto é mais fácil dizer o que sinto. Um bom treino, portanto, para a vida real.
Entretanto, a mudança de casa fez-me muito, muito bem. Sentirmo-nos sozinhos é uma coisa, vivermos sozinhos é outra. E, por incrível que pareça, eu estou extraordinariamente confortável na minha solidão. Apesar de sonhar com alguém que me entenda e me aprecie, sinto-me bem assim. Mais eu, mais autêntica. E isso é que importa.
Há um mês, mais ou menos, a vida profissional começou a tomar forma. Se tudo correr como o previsto, Lisboa será um destino frequente nos próximos anos. Depois... logo se vê...
Por tudo isto, um ano mau transformou-se em bom. Este ano, a festa vai ser tranquila, mas boa. Em paz. E isso é o que importa.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Apetece-me bater em alguém...
Porque é que, precisamente nos dias em que podemos ficar um bocadito mais na sorna, há-de haver um gajo que começa a martelar de m-a-d-r-u-g-a-d-a na casa ao lado, que está em obras??? E porque é que, duas horas depois, não se ouve mais o martelo??? Será que as casas ficam mais bem feitinhas quando acumulam os resmungos dos vizinhos nas paredes??? Será tradição??? Sadismo??? Ou a madrugada permite que os neurónios estejam fresquinhos e, por isso, mais aptos a trabalhar???
Haja uma alma caridosa que me explique, por favor...
A vontade que me deu de calçar uns chinelos e ir dar-lhe com o martelo na cabeça!!!
Haja uma alma caridosa que me explique, por favor...
A vontade que me deu de calçar uns chinelos e ir dar-lhe com o martelo na cabeça!!!
domingo, 28 de dezembro de 2008
Morder a língua
Às vezes, quando mando uma boca mais hard, digamos, e me dizem 'tu acabaste de dizer aquilo que eu ouvi?', apetece-me responder 'se tu soubesses metade do que me passa pela cabeça...'
Não se pode dizer tudo em todo o lado, é verdade, mas custa não dar uma resposta daquelas tesas... Eh eh...
Não se pode dizer tudo em todo o lado, é verdade, mas custa não dar uma resposta daquelas tesas... Eh eh...
Música para os meus ouvidos
sábado, 27 de dezembro de 2008
Para R.
Eu não gosto que ninguém vá daqui insatisfeito. E gosto de desafios. Por essa razão, R., este ensaio de conto é para ti. :)
Acordou estremunhada. Um toque na janela, depois outro, e ainda outro fê-la levantar, olhando para o despertador. Com precaução, espreitou. Lá em baixo, meio iluminado por um candeeiro, viu um sorriso. 'Desce!' 'Sabes que horas são????' 'São horas de desceres! Despacha-te, que não temos muito tempo!'
Vestindo rapidamente umas calças e uma camisola quente, desceu as escadas, agarrou as chaves e a carteira, enfiou um casaco e um gorro pelos caracóis escuros abaixo e saiu. Na rua deserta e branca de neve, uma mão fria agarrou a dela e conduziu-a até ao automóvel.
'Onde vamos?' 'Já vais ver.'
O automóvel avançou pela cidade. Lentamente, as luzes tornaram-se mortiças e vagas. Dirigiam-se para o campo. Um olhar de interrogação escondia-se por detrás da curiosidade de quem não sabe o que esperar. Na cara dele, atenta à estrada, brincava um sorriso que lhe suavizava os traços.
Por fim, pararam e saíram. Mochila ao ombro: 'Anda!'
No início de crepúsculo, divisavam-se apenas as árvores esguias que pareciam aguardar por ordens. De mão dada, avançaram por um caminho escuro que serpenteava por entre ramos fantasmagóricos carregadinhos de neve imaculada. Por fim, pararam.
Um olhar, novo sorriso. 'Achas que te deixava ir embora sem te mostrar a maior beleza da minha terra?' Fixou-o, sem entender. Um último puxão levou-a a avançar pela última fileira de árvores. Um manto branco, pontilhado de rochas aqui e ali, descia até um tapete de gelo. Um lago abria-se à vista, imenso, silencioso. Sem árvores à frente dos olhos, avistava-se apenas o horizonte, onde despontava um início de luz.
Deslumbrada, ali ficou, a observar. Até o pressentir a sentar-se numa rocha e a abrir a mochila. Curiosa, aproximou-se. Acabou sentada na moldura dos seus braços, com uma máquina fotográfica nas mãos. 'Agora é aguardar. No momento certo, saberás o que vais levar daqui.'
Ficaram em silêncio, a admirar os tons que começavam a dançar no horizonte. Lentamente, o céu abriu-se às luzes da manhã, numa toada de cores que hipnotizava. Um, dois, três cliques. Depois a máquina foi esquecida, superada pelo registo dos olhos que abarcavam a imensidão.
Quando o sol começou a despontar, o rosto virou-se de lado: 'Lindo...' Novo sorriso: 'Quem te disse que acabou?'
A mão puxou a mochila e dela saíram, imaculados, dois pares de patins. 'Uma dança?' Um sorriso brincou-lhe nos lábios, emoldurados por um nariz gelado. 'Eu não sei patinar!' 'Eu sou um excelente professor...'
Patins colocados, mãos dadas. À beirinha do lago, antes das lâminas pisarem o gelo, uma mão enlaçou-a. 'Feliz 2009, R...'
Acordou estremunhada. Um toque na janela, depois outro, e ainda outro fê-la levantar, olhando para o despertador. Com precaução, espreitou. Lá em baixo, meio iluminado por um candeeiro, viu um sorriso. 'Desce!' 'Sabes que horas são????' 'São horas de desceres! Despacha-te, que não temos muito tempo!'
Vestindo rapidamente umas calças e uma camisola quente, desceu as escadas, agarrou as chaves e a carteira, enfiou um casaco e um gorro pelos caracóis escuros abaixo e saiu. Na rua deserta e branca de neve, uma mão fria agarrou a dela e conduziu-a até ao automóvel.
'Onde vamos?' 'Já vais ver.'
O automóvel avançou pela cidade. Lentamente, as luzes tornaram-se mortiças e vagas. Dirigiam-se para o campo. Um olhar de interrogação escondia-se por detrás da curiosidade de quem não sabe o que esperar. Na cara dele, atenta à estrada, brincava um sorriso que lhe suavizava os traços.
Por fim, pararam e saíram. Mochila ao ombro: 'Anda!'
No início de crepúsculo, divisavam-se apenas as árvores esguias que pareciam aguardar por ordens. De mão dada, avançaram por um caminho escuro que serpenteava por entre ramos fantasmagóricos carregadinhos de neve imaculada. Por fim, pararam.
Um olhar, novo sorriso. 'Achas que te deixava ir embora sem te mostrar a maior beleza da minha terra?' Fixou-o, sem entender. Um último puxão levou-a a avançar pela última fileira de árvores. Um manto branco, pontilhado de rochas aqui e ali, descia até um tapete de gelo. Um lago abria-se à vista, imenso, silencioso. Sem árvores à frente dos olhos, avistava-se apenas o horizonte, onde despontava um início de luz.
Deslumbrada, ali ficou, a observar. Até o pressentir a sentar-se numa rocha e a abrir a mochila. Curiosa, aproximou-se. Acabou sentada na moldura dos seus braços, com uma máquina fotográfica nas mãos. 'Agora é aguardar. No momento certo, saberás o que vais levar daqui.'
Ficaram em silêncio, a admirar os tons que começavam a dançar no horizonte. Lentamente, o céu abriu-se às luzes da manhã, numa toada de cores que hipnotizava. Um, dois, três cliques. Depois a máquina foi esquecida, superada pelo registo dos olhos que abarcavam a imensidão.
Quando o sol começou a despontar, o rosto virou-se de lado: 'Lindo...' Novo sorriso: 'Quem te disse que acabou?'
A mão puxou a mochila e dela saíram, imaculados, dois pares de patins. 'Uma dança?' Um sorriso brincou-lhe nos lábios, emoldurados por um nariz gelado. 'Eu não sei patinar!' 'Eu sou um excelente professor...'
Patins colocados, mãos dadas. À beirinha do lago, antes das lâminas pisarem o gelo, uma mão enlaçou-a. 'Feliz 2009, R...'
Ai, como ando...
Há uns anos atrás, era frequente distrair-me por tudo e por nada. Tinha a cabeça tão cheia de coisas que muitas vezes baralhava tudo. Por norma, quanto mais simples pior. Entretanto melhorei (embora isto nunca vá passar por completo), mas hoje tive aqui um vislumbre do que já fui.
Então não é que aqui o Ouriço saiu a correr de casa para ir para um jantar partilhado, deixando uma boa conversa no início, a meio ou no fim, nem percebeu bem, carregou no pedal com chuva e tudo, molhou-se toda (guarda-chuva para quê?) e, quando lá chegou, deu com o nariz na porta???
Pois, Ouriço!!!! O jantar é dia 29!!!! 29, não 27!!!!
A minha sorte é que me escangalho a rir comigo mesma... Ando linda, ando...
E assim vim para casa, pôr-me no quente (os picos gelaram, com a molha, mais pareço um pinto) e empanturrar-me com a data de croissants e o bolo-rei que levei comigo. Salva-se ao menos a comida: o bolo-rei dura uns dias e os croissants, ou me engano muito, ou não vão ver a luz do dia de amanhã...
Eh eh...
Que cromo que sou...
Então não é que aqui o Ouriço saiu a correr de casa para ir para um jantar partilhado, deixando uma boa conversa no início, a meio ou no fim, nem percebeu bem, carregou no pedal com chuva e tudo, molhou-se toda (guarda-chuva para quê?) e, quando lá chegou, deu com o nariz na porta???
Pois, Ouriço!!!! O jantar é dia 29!!!! 29, não 27!!!!
A minha sorte é que me escangalho a rir comigo mesma... Ando linda, ando...
E assim vim para casa, pôr-me no quente (os picos gelaram, com a molha, mais pareço um pinto) e empanturrar-me com a data de croissants e o bolo-rei que levei comigo. Salva-se ao menos a comida: o bolo-rei dura uns dias e os croissants, ou me engano muito, ou não vão ver a luz do dia de amanhã...
Eh eh...
Que cromo que sou...
Doce
Uma vez, há uns anos, num curso, pediram-me para escrever num papel duas ou três qualidades minhas.
Uma das que pus foi 'doce'. Muita gente se riu, talvez porque não estivessem à espera. Mas eu sou uma pessoa doce, muito doce. Não sei se se nota, mas sou. De uma doçura tal que, às vezes, a sinto a destilar por entre os dedos.
Por isso, das coisas que mais gosto de fazer é passar os dedos pela cara de alguém, enquanto olho esse alguém nos olhos. São momentos que registo sempre como dos mais bonitos que consigo sentir. Porque nos dedos vai tudo aquilo que é impossível as palavras dizerem...
Uma das que pus foi 'doce'. Muita gente se riu, talvez porque não estivessem à espera. Mas eu sou uma pessoa doce, muito doce. Não sei se se nota, mas sou. De uma doçura tal que, às vezes, a sinto a destilar por entre os dedos.
Por isso, das coisas que mais gosto de fazer é passar os dedos pela cara de alguém, enquanto olho esse alguém nos olhos. São momentos que registo sempre como dos mais bonitos que consigo sentir. Porque nos dedos vai tudo aquilo que é impossível as palavras dizerem...
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Natal
O meu Natal, este ano, teve que se lhe diga… Começou cedo, lá pelo dia 20, com uma tarde boa, em que descontraí e passeei como há muito tempo não me acontecia. Ri, brinquei, aprendi. Foi uma tarde boa, muito boa. Daquelas que nos enchem o coração, que nos deixam a pensar. A minha primeira prenda foi esta.
Os dias passaram depois, tranquilos. Conversas boas, em que me apercebi dos meus saltos (continuam, pois é).
Dia 23, uma surpresa. Uma companhia inesperada em vésperas de consoada. Daquelas coisas que não se planeiam, simplesmente acontecem. Interessante, no mínimo. Um conto de Natal. A minha segunda prenda.
Dia 24, um dia tranquilo. Ou quase. Presentes esquecidos. Montes de gente na rua e eu a dizer mal dos meus pecados… Andei na correria, a carregar no pedal, a reclamar com os cromos que se metiam à frente. Eu, portuguesa, me assumo: às vezes deixo para a última hora. Mas lá me desenvencilho. Se há coisa que sou é desenrascada. À portuguesa. ;)
A noite foi tranquila. Em família. Troca de prendas, risos, conversas. Faltou-me apenas a Missa do Galo. Gosto de ir, mas estava muito frio e sair de casa à meia-noite não era o melhor para a minha garganta, que anda outra vez a dar sinais de alarme. Por isso, fiquei no quente. Guardei a ida para o dia seguinte.
Dia 25, um dia em cheio. O Natal, por aqui, dura e dura. As meninas chegaram, com os papás, perto da hora do almoço. Com o diabo no corpo, em palavras da minha mãe. Excitadíssimas. Nas escadas já gritavam ‘Tiiiiiiiiiiiaaaaaaaaaaaaaa!’ Risota. Sobrou para mim, claro. Imaginem lá: um olho pintado de azul, outro de rosa. 3 tipos de gloss nos lábios: um nos cantos, outro no lábio de cima, outro no de baixo (a Marta é cá um artista…). Blush misturado com gloss na cara, no queixo, no nariz. Eu também tive direito a pintar, claro, que isto é uma democracia! Houve espaço para outras brincadeiras. Jogar às escondidas. Andar a correr atrás delas. Por debaixo das mesas, por cima das camas. E histórias. Pinóquio, Cinderela, a Pequena Sereia. Adormeci, eu, que já não tenho idade para tanta energia. Acho que nem o Red Bull me vale… Eh, eh.
O dia acabou tarde, bem tarde, madrugada fora. Mais conversas. Novas surpresas. Outra prenda.
Hoje é dia de paragem. De contemplação. Bons dias, estes. Um Natal, no mínimo, original na minha vida. :)
Só mais uma coisita: tive saudades aqui do estaminé… Da vossa companhia. Não estou habituada ao silêncio por aqui. :)
Os dias passaram depois, tranquilos. Conversas boas, em que me apercebi dos meus saltos (continuam, pois é).
Dia 23, uma surpresa. Uma companhia inesperada em vésperas de consoada. Daquelas coisas que não se planeiam, simplesmente acontecem. Interessante, no mínimo. Um conto de Natal. A minha segunda prenda.
Dia 24, um dia tranquilo. Ou quase. Presentes esquecidos. Montes de gente na rua e eu a dizer mal dos meus pecados… Andei na correria, a carregar no pedal, a reclamar com os cromos que se metiam à frente. Eu, portuguesa, me assumo: às vezes deixo para a última hora. Mas lá me desenvencilho. Se há coisa que sou é desenrascada. À portuguesa. ;)
A noite foi tranquila. Em família. Troca de prendas, risos, conversas. Faltou-me apenas a Missa do Galo. Gosto de ir, mas estava muito frio e sair de casa à meia-noite não era o melhor para a minha garganta, que anda outra vez a dar sinais de alarme. Por isso, fiquei no quente. Guardei a ida para o dia seguinte.
Dia 25, um dia em cheio. O Natal, por aqui, dura e dura. As meninas chegaram, com os papás, perto da hora do almoço. Com o diabo no corpo, em palavras da minha mãe. Excitadíssimas. Nas escadas já gritavam ‘Tiiiiiiiiiiiaaaaaaaaaaaaaa!’ Risota. Sobrou para mim, claro. Imaginem lá: um olho pintado de azul, outro de rosa. 3 tipos de gloss nos lábios: um nos cantos, outro no lábio de cima, outro no de baixo (a Marta é cá um artista…). Blush misturado com gloss na cara, no queixo, no nariz. Eu também tive direito a pintar, claro, que isto é uma democracia! Houve espaço para outras brincadeiras. Jogar às escondidas. Andar a correr atrás delas. Por debaixo das mesas, por cima das camas. E histórias. Pinóquio, Cinderela, a Pequena Sereia. Adormeci, eu, que já não tenho idade para tanta energia. Acho que nem o Red Bull me vale… Eh, eh.
O dia acabou tarde, bem tarde, madrugada fora. Mais conversas. Novas surpresas. Outra prenda.
Hoje é dia de paragem. De contemplação. Bons dias, estes. Um Natal, no mínimo, original na minha vida. :)
Só mais uma coisita: tive saudades aqui do estaminé… Da vossa companhia. Não estou habituada ao silêncio por aqui. :)
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Recordações
Independentemente das dores e das mazelas, e por mais que a crise produza descrença e cepticismo e muitos observem apenas o consumismo desenfreado desta época, o Natal é, para mim, um tempo de alegria interior. Talvez porque, na minha infância, era mágico.
Até perder os meus avós maternos, a consoada era sempre passada em casa deles. E, depois da ceia de Natal, começava a febre.
Ali, ninguém abria prendas a seguir. A pequenada (éramos, pelo menos, uma mão cheia), na qual eu me incluía, ia para a cama cedo, sob pena de o Menino Jesus (ainda não se falava no Pai Natal) não trazer nada a ninguém. Um par de sapatos era deixado na cozinha e ala! Subir as escadas, vestir o pijama e toca a dormir! Como é óbvio, a excitação era tanta que ninguém pregava olho. E lá vinham os meus pais ou tios ralhar que assim não havia nada para ninguém. Invariavelmente o sono vencia-nos. Sei disto porque, madrugada avançada, acordava repentinamente, com uma luz a acender e uma voz a dizer 'Já chegou o Menino Jesus!'
Imaginarão, com certeza, a cena: cobertores pelo ar, chinelos esquecidos, risos, tudo a correr pelas escadas abaixo. E, na cozinha, ao pé da chaminé, o deslumbre: duas ou três filas de sapatos alinhadinhos e cobertos com prendas. Cada um procurava os seus e agarrava nas prendas. Mas não as abria. Dividíamos entre nós os presentes e os sapatos dos meus avós e íamos para o quarto deles. Ali, sentados na cama ou no chão à volta dela, finalmente desvendávamos os segredos que eram nossos.
A festa continuava no dia 25. Porque nos reuníamos 50 ou 60 pessoas à volta da mesma mesa. Só primos, éramos quase 30 (acho que já somos 30, perdi-lhe a conta). Estávamos juntos até à noite. Era um dia feito de brincadeira pegada, de traquinices, de doces, de abraços, de mais prendas.
Era bom. Muito bom. E sempre que volto a essas noites dou por mim a sorrir. Vejo no rosto da Marta e da Luísa a mesma excitação, porque a minha irmã segue a tradição. E o Natal, independentemente de dias melhores ou piores, é e será sempre feito de luz, de sorrisos, de esperança...
Para vocês, um feliz Natal...
Até perder os meus avós maternos, a consoada era sempre passada em casa deles. E, depois da ceia de Natal, começava a febre.
Ali, ninguém abria prendas a seguir. A pequenada (éramos, pelo menos, uma mão cheia), na qual eu me incluía, ia para a cama cedo, sob pena de o Menino Jesus (ainda não se falava no Pai Natal) não trazer nada a ninguém. Um par de sapatos era deixado na cozinha e ala! Subir as escadas, vestir o pijama e toca a dormir! Como é óbvio, a excitação era tanta que ninguém pregava olho. E lá vinham os meus pais ou tios ralhar que assim não havia nada para ninguém. Invariavelmente o sono vencia-nos. Sei disto porque, madrugada avançada, acordava repentinamente, com uma luz a acender e uma voz a dizer 'Já chegou o Menino Jesus!'
Imaginarão, com certeza, a cena: cobertores pelo ar, chinelos esquecidos, risos, tudo a correr pelas escadas abaixo. E, na cozinha, ao pé da chaminé, o deslumbre: duas ou três filas de sapatos alinhadinhos e cobertos com prendas. Cada um procurava os seus e agarrava nas prendas. Mas não as abria. Dividíamos entre nós os presentes e os sapatos dos meus avós e íamos para o quarto deles. Ali, sentados na cama ou no chão à volta dela, finalmente desvendávamos os segredos que eram nossos.
A festa continuava no dia 25. Porque nos reuníamos 50 ou 60 pessoas à volta da mesma mesa. Só primos, éramos quase 30 (acho que já somos 30, perdi-lhe a conta). Estávamos juntos até à noite. Era um dia feito de brincadeira pegada, de traquinices, de doces, de abraços, de mais prendas.
Era bom. Muito bom. E sempre que volto a essas noites dou por mim a sorrir. Vejo no rosto da Marta e da Luísa a mesma excitação, porque a minha irmã segue a tradição. E o Natal, independentemente de dias melhores ou piores, é e será sempre feito de luz, de sorrisos, de esperança...
Para vocês, um feliz Natal...
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Conversa
Eu - Venha quem vier, eu sou assim...
P. - (sorriso)
Eu - Quem quer, quer. Quem não quer, quisesse.
P. - Há uns tempos atrás não dizias isso.
Eu - Eh pá...
P. - É ou não é verdade?
Eu - É... Agora é que me lixaste... Acabei de reparar no que disse...
P. - Ainda bem que estás assim.
Eu - O melhor é que senti cada palavra do que disse...
:)
P. - (sorriso)
Eu - Quem quer, quer. Quem não quer, quisesse.
P. - Há uns tempos atrás não dizias isso.
Eu - Eh pá...
P. - É ou não é verdade?
Eu - É... Agora é que me lixaste... Acabei de reparar no que disse...
P. - Ainda bem que estás assim.
Eu - O melhor é que senti cada palavra do que disse...
:)
Dos amores
De programas televisivos, aos livros e às revistas, passando por sites e blogs, muito se diz e escreve sobre as relações amorosas. Os homens são isto e as mulheres aquilo, uns devem agir de uma maneira e outros de outra, quais os truques para fazer funcionar uma relação, o que evitar, em que apostar, etc, etc, etc. É muito interessante recolher estes pontos de vista todos, mas às vezes acho que são receitas a mais.
No meio de tanto ruído, corremos o risco de nos esquecermos que cada relação é única e diferente de todas as outras. É óbvio que os homens terão maior propensão para umas coisas e as mulheres para outras, até mesmo porque a nossa anatomia é diferente e o cérebro reage de forma distinta, consoante o sexo. Mas fazer disso lei parece-me um pouco demais. Se a preocupação por seguir o que está determinado for grande, onde há espaço para a autenticidade? Se a preocupação for prever o passo seguinte a partir do que se deu, como se fôssemos uma fórmula matemática, onde há espaço para que cada um seja aquilo que é, sem defesas, esconderijos ou dissimulações?
É por isso que, apesar das 'leis', eu continuo a achar que, para que uma relação funcione, os envolvidos têm de ser honestos e autênticos. Nenhuma relação funciona sem que haja confiança e entendimento mútuos. E é impossível, pelo menos para mim, que funcione sem que ambos sintam que aquele é um espaço em que podem ser eles mesmos, sem fingimentos, sem medos. E sem estereótipos que nos levem a achar que o outro deve ter este ou aquele comportamento só porque é homem ou mulher.
No meio de tanto ruído, corremos o risco de nos esquecermos que cada relação é única e diferente de todas as outras. É óbvio que os homens terão maior propensão para umas coisas e as mulheres para outras, até mesmo porque a nossa anatomia é diferente e o cérebro reage de forma distinta, consoante o sexo. Mas fazer disso lei parece-me um pouco demais. Se a preocupação por seguir o que está determinado for grande, onde há espaço para a autenticidade? Se a preocupação for prever o passo seguinte a partir do que se deu, como se fôssemos uma fórmula matemática, onde há espaço para que cada um seja aquilo que é, sem defesas, esconderijos ou dissimulações?
É por isso que, apesar das 'leis', eu continuo a achar que, para que uma relação funcione, os envolvidos têm de ser honestos e autênticos. Nenhuma relação funciona sem que haja confiança e entendimento mútuos. E é impossível, pelo menos para mim, que funcione sem que ambos sintam que aquele é um espaço em que podem ser eles mesmos, sem fingimentos, sem medos. E sem estereótipos que nos levem a achar que o outro deve ter este ou aquele comportamento só porque é homem ou mulher.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Querido Pai Natal...
Tenho andado a pensar muito no que pedir este ano como prenda. Dei por mim a querer isto e aquilo, mas decidi que só quero uma coisa. Como é só uma, quem sabe se tu não ma dás? Eu até sou uma boa cachopa (e uma cachopa boa, segundo dizem) e tenho-me portado muuuuuuuuuuuuuuuuuuito bem! Por isso...
Então aqui vai: a prenda que eu quero... és tu!!!!! (Para quê pedir uma coisa ou outra se podemos ter o pacote completo?)
Prometo que te continuo a deixar distribuir presentes por todo o lado (não reclamarei na época de Natal). Se tu me fizeres todas as vontades, até faço algumas das tuas também! E sem picos!
Fico à espera de te encontrar no sapatinho!
A tua Ouricinha
:)
Então aqui vai: a prenda que eu quero... és tu!!!!! (Para quê pedir uma coisa ou outra se podemos ter o pacote completo?)
Prometo que te continuo a deixar distribuir presentes por todo o lado (não reclamarei na época de Natal). Se tu me fizeres todas as vontades, até faço algumas das tuas também! E sem picos!
Fico à espera de te encontrar no sapatinho!
A tua Ouricinha
:)
domingo, 21 de dezembro de 2008
Um dia
Outro banquete
Ontem, ao navegar pelos mundo dos blogues, encontrei um onde uma música me fez apetecer outro banquete como o do último post. E cantei e dancei ao som disto...
Ai, se tivesse companhia... Eh eh...
Ai, se tivesse companhia... Eh eh...
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Do riso
Adoro rir. Não sou dada a grandes filmes cómicos, tipo Mr. Bean, e sou terrível a decorar anedotas (o cérebro ocupa-se com outras coisas), mas adoro umas boas gargalhadas, especialmente se estou em boa companhia. E qualquer sítio é bom para soltar o riso, do café à cama. Sabe-se que rir faz bem à saúde em variadíssimos aspectos. Eu fico muito bem depois de uma sessão de gargalhadas, isso é um facto. Mas não é por isso que gosto de rir. Quando a dois, as conversas recheadas de tolices, as lágrimas a escorrer, os maxilares a doer trazem uma coisa que adoro: a cumplicidade.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Exercício
A Ventania soprou qual seria a sua mais bela canção de amor. Fiquei a pensar qual seria a minha e (ainda) não cheguei a nenhuma conclusão. A que se segue será uma boa hipótese.
Antes de escutarem, um exercício: fechem os olhos, imaginem uma sala iluminada apenas por uma vela. Ele no sofá, ela em pé. Silêncio. O ar carregado de electricidade, dois olhares que se cruzam. E a música começa a tocar. O resto... Fica a cargo da vossa imaginação... Eu sei o que a minha me diz...
Antes de escutarem, um exercício: fechem os olhos, imaginem uma sala iluminada apenas por uma vela. Ele no sofá, ela em pé. Silêncio. O ar carregado de electricidade, dois olhares que se cruzam. E a música começa a tocar. O resto... Fica a cargo da vossa imaginação... Eu sei o que a minha me diz...
Lição de vida
Mais um dia passado. Quase a chegar ao fim, embora, a julgar pelos últimos dias, vá acabar tardíssimo. Hoje conversei, ri-me, brinquei, escrevi. E fui lanchar com a Emília. Que me deixou o coração nas mãos e a boca seca quando, há uns dias, me confidenciou que estava grávida. É a terceira vez e, depois de duas tragédias, rezo com todas as minhas forças para que ela possa, finalmente, embalar o seu bebé nos braços. E um bebé vivo, que, da última vez, o nascimento foi rodeado de um sofrimento indescritível.
Com a Emília aprendi o que é a fortaleza. Eu, que sempre me considerei uma pessoa resiliente, descobri o que é ser uma verdadeira força da Natureza. E aprendi a relativizar o meu próprio sofrimento. Quando se vê o olhar de dor serena de uma mãe que volta a casa de braços vazios ao fim de 37 semanas de espera, tudo perde o sentido. Não sou mãe. Mas não consigo imaginar dor mais insuportável do que aquela que a Emília e o seu amado marido sentiram e sentem. E agarrar a vida com as duas mãos, levantar a cabeça e andar em frente, com a hercúlea coragem que lhes descobri, tocou-me profundamente. Foi uma lição de vida. Que espero, honestamente, que não se repita. Para que, daqui a uns cinco ou seis meses, possa escrever aqui um post como o de há uns dias...
Com a Emília aprendi o que é a fortaleza. Eu, que sempre me considerei uma pessoa resiliente, descobri o que é ser uma verdadeira força da Natureza. E aprendi a relativizar o meu próprio sofrimento. Quando se vê o olhar de dor serena de uma mãe que volta a casa de braços vazios ao fim de 37 semanas de espera, tudo perde o sentido. Não sou mãe. Mas não consigo imaginar dor mais insuportável do que aquela que a Emília e o seu amado marido sentiram e sentem. E agarrar a vida com as duas mãos, levantar a cabeça e andar em frente, com a hercúlea coragem que lhes descobri, tocou-me profundamente. Foi uma lição de vida. Que espero, honestamente, que não se repita. Para que, daqui a uns cinco ou seis meses, possa escrever aqui um post como o de há uns dias...
domingo, 14 de dezembro de 2008
Para que não me esqueça
Este fim de semana está a ser bom. Como o de há 15 dias, aliás, do qual deixei aqui apenas o rasto de um agradecimento. Foram muito diferentes, mas muito cheios. Fica aqui um cheirinho, para poder cá voltar sempre que cair alguns degraus. Hoje voltei a subi-los.
O primeiro fim de semana foi bom porque, num curso de formação, pude descobrir algumas coisas sobre mim (boas, claro) e sobre alguns outros. Porque fiz novos amigos, porque agucei algumas curiosidades (que vou resolvendo, qual ouriço a fuçar na erva fresquinha). Há quem me pudesse facilitar a vida, mas assim também não tinha tanta piada! ;)
Neste tive direito a Natal antecipado. Um jantar, ontem, transformou-se em dois jantares em dois restaurantes: no primeiro comemos mal (meus ricos dez euros...), pelo que marchámos para outro assim que terminámos. Resultado: acabámos o segundo jantar já passava da meia-noite e bem consolados. E ficou ainda mais barato que primeiro! Esta não vou esquecer tão cedo!
Hoje, 38 anos depois do dia de casamento dos meus pais (é bom ver amores assim), houve festa no infantário das minhas meninas. Uma festa a sério, com direito a palco, encenações, danças e Pai Natal. Linda, pela ternura. Pela aplicação do meu Piu-Piu (sempre lhe chamei assim, não sei porquê) que, do alto dos seus quase cinco anos, guardou este tempo todo a surpresa que a sua sala estava a preparar e se mostrou em palco muito compenetrada no seu papel. Pela teimosia da mafarrica mais nova, que negava qualquer pontinha de sono, apesar da boca escancarada, e que só perguntava 'Tia... há mai múhica? Eu quéo...'
O dia acabou num café, a beber um chá com uma amiga, e a achar imensa piada ao facto de o barman se meter comigo uma e outra vez. Ultimamente tem-me vindo a acontecer, ainda não percebo bem porquê, já que nunca me lembro de ser motivo de atracção. Mas é facto inegável que agora, de vez em quando, deixo um rasto de olhares masculinos atrás de mim. Sabe bem ao ego. E acho mesmo piada. Eh eh...
Talvez isto se deva a algo em que dei por mim a pensar enquanto conduzia até a esse encontro de fim de noite. Ouvi a música que se segue e fiquei a matutar que já não faz sentido na minha vida. Porque me resta, agora, a indiferença. O encolher de ombros. O 'mañana' que aparece é já 'hoy' para mim.
E fica um orgulho enorme em mim mesma. Quando olho para trás, vejo como, ao fim de apenas alguns meses, os meus passos foram largos. Enormes. Gigantescos. Não andei. Corri. E, apesar de saber que vou voltar a cair pelas escadas abaixo, sei também que tenho um mundo de vida por descobrir à minha frente. Que haverá sempre alguém a reconhecer que vale a pena descobrir quem eu sou. E que vou ficar bem... :)
O primeiro fim de semana foi bom porque, num curso de formação, pude descobrir algumas coisas sobre mim (boas, claro) e sobre alguns outros. Porque fiz novos amigos, porque agucei algumas curiosidades (que vou resolvendo, qual ouriço a fuçar na erva fresquinha). Há quem me pudesse facilitar a vida, mas assim também não tinha tanta piada! ;)
Neste tive direito a Natal antecipado. Um jantar, ontem, transformou-se em dois jantares em dois restaurantes: no primeiro comemos mal (meus ricos dez euros...), pelo que marchámos para outro assim que terminámos. Resultado: acabámos o segundo jantar já passava da meia-noite e bem consolados. E ficou ainda mais barato que primeiro! Esta não vou esquecer tão cedo!
Hoje, 38 anos depois do dia de casamento dos meus pais (é bom ver amores assim), houve festa no infantário das minhas meninas. Uma festa a sério, com direito a palco, encenações, danças e Pai Natal. Linda, pela ternura. Pela aplicação do meu Piu-Piu (sempre lhe chamei assim, não sei porquê) que, do alto dos seus quase cinco anos, guardou este tempo todo a surpresa que a sua sala estava a preparar e se mostrou em palco muito compenetrada no seu papel. Pela teimosia da mafarrica mais nova, que negava qualquer pontinha de sono, apesar da boca escancarada, e que só perguntava 'Tia... há mai múhica? Eu quéo...'
O dia acabou num café, a beber um chá com uma amiga, e a achar imensa piada ao facto de o barman se meter comigo uma e outra vez. Ultimamente tem-me vindo a acontecer, ainda não percebo bem porquê, já que nunca me lembro de ser motivo de atracção. Mas é facto inegável que agora, de vez em quando, deixo um rasto de olhares masculinos atrás de mim. Sabe bem ao ego. E acho mesmo piada. Eh eh...
Talvez isto se deva a algo em que dei por mim a pensar enquanto conduzia até a esse encontro de fim de noite. Ouvi a música que se segue e fiquei a matutar que já não faz sentido na minha vida. Porque me resta, agora, a indiferença. O encolher de ombros. O 'mañana' que aparece é já 'hoy' para mim.
E fica um orgulho enorme em mim mesma. Quando olho para trás, vejo como, ao fim de apenas alguns meses, os meus passos foram largos. Enormes. Gigantescos. Não andei. Corri. E, apesar de saber que vou voltar a cair pelas escadas abaixo, sei também que tenho um mundo de vida por descobrir à minha frente. Que haverá sempre alguém a reconhecer que vale a pena descobrir quem eu sou. E que vou ficar bem... :)
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Paciência
Tenho andado em silêncio, eu sei. Imagens, músicas, poucas palavras. E hoje também não é um bom dia para elas. Estas últimas semanas têm sido intensíssimas. Em pessoas, em descobertas, em sentimentos, em ausências, em saudades, em dores, em alegrias, em sonhos, em desilusões, em..., em...
Hoje apetecia-me pôr aqui uma música que espelhasse o vazio que sinto no meio de tantos, tantos pensamentos e sensações que vou guardando no meu silêncio. Não me saiu nenhuma. Sinto-me cansada. Parei na escada que vou subindo. Ou melhor, deixei-me cair uma série de degraus. Abracei-me e fiquei parada, enroladinha. Nada a fazer, a não ser aguardar. Que paciência tenho de ter comigo...
Hoje apetecia-me pôr aqui uma música que espelhasse o vazio que sinto no meio de tantos, tantos pensamentos e sensações que vou guardando no meu silêncio. Não me saiu nenhuma. Sinto-me cansada. Parei na escada que vou subindo. Ou melhor, deixei-me cair uma série de degraus. Abracei-me e fiquei parada, enroladinha. Nada a fazer, a não ser aguardar. Que paciência tenho de ter comigo...
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
domingo, 7 de dezembro de 2008
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Saltos
Mais um. Este é dos grandes e já esperava por ele há algum tempo. Hoje, finalmente, durmo em minha casa... :)
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Shhhhhh....
Nasceu o Afonso... Mais um 'sobrinho' para mimar e embalar nos meus braços...
Bem-vindo à vida, meu amor...
Bem-vindo à vida, meu amor...
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Mapa
Ando armada em heterónimo de mim mesma. Senão vejamos: aqui falo dos meus sentimentos, mais do que outra coisa qualquer. Noutros lados (a lista está aí à direita) deixo-me ser a amiga, a mão que auxilia, aquela que se ri a bandeiras despregadas, que brinca. Noutros lados ainda dou azo, nos comentários, à minha capacidade de argumentação (gosto de luta, é um facto, porque não há muitos que consigam acompanhar-me o pensamento). Hoje vou espraiar o meu pensamento por uma 'Prisão de palavras'. Encontram-me lá...
Vitalidade
Ontem pensei muito em ti. Vemo-nos pouco, as nossas conversas têm sido quase todas de circunstância. Mas tens um ‘je ne sais quoi’ que me chama a atenção. Ou melhor, até sei. É a tua alegria de viver, a segurança que emanas. E uma vitalidade absolutamente impressionante. Aliás, é o que chama mais a atenção: a tua vitalidade. Não é apenas energia, dinamismo. Todos nós podemos ser assim. É algo que vem de dentro e que te faz ser… como mais ninguém que eu conheça.
Quando vinha de carro, ouvi esta música. Mais uma vez o pensamento fugiu para ti. Cai-te que nem uma luva…
Bodyrockers - I like the way you move
Quando vinha de carro, ouvi esta música. Mais uma vez o pensamento fugiu para ti. Cai-te que nem uma luva…
Bodyrockers - I like the way you move
terça-feira, 25 de novembro de 2008
O que eu rumino (II)
Dei por mim a pensar numa coisa que me disseram há uns tempos. Alguém que me conhece fisicamente, que partilha alguns momentos comigo. Dizia que sou misteriosa, que não me abro, que é muito difícil perceber quem sou.
Será verdade, provavelmente. Sou uma pessoa muito conversadora, mas normalmente em grupos muito pequenos (uma ou duas pessoas). Em grupos maiores, tendo a calar-me. Fico a ouvir. Observo. E não falo porque volta e meia não sei o que hei-de dizer. Não sou uma pessoa com muita graça. Não sei anedotas, nem consigo ter aquele humor fino e instintivo que tanto aprecio. Às vezes parece que perco a capacidade de pensar: bloqueio e dou por mim a pensar que não tenho nada de interessante para dizer. Estúpido, dir-me-ão. Talvez. Timidez, falta de confiança (em mim e nos outros), falta de hábito. Pode ser tudo isso. Não sei.
E não sei também o que fazer para mudar isto. Precisar, precisava. Para conseguir que soubessem quem sou. Mas como se muda uma vida inteira de engrenagens destas?
Será verdade, provavelmente. Sou uma pessoa muito conversadora, mas normalmente em grupos muito pequenos (uma ou duas pessoas). Em grupos maiores, tendo a calar-me. Fico a ouvir. Observo. E não falo porque volta e meia não sei o que hei-de dizer. Não sou uma pessoa com muita graça. Não sei anedotas, nem consigo ter aquele humor fino e instintivo que tanto aprecio. Às vezes parece que perco a capacidade de pensar: bloqueio e dou por mim a pensar que não tenho nada de interessante para dizer. Estúpido, dir-me-ão. Talvez. Timidez, falta de confiança (em mim e nos outros), falta de hábito. Pode ser tudo isso. Não sei.
E não sei também o que fazer para mudar isto. Precisar, precisava. Para conseguir que soubessem quem sou. Mas como se muda uma vida inteira de engrenagens destas?
O que eu rumino (I)
Hoje ando a pensar numa conversa que tive ontem. Com uma das duas únicas pessoas que deixo verdadeiramente entrar no meu mundo (ah, pois é, quando vos digo que sou solitária não brinco). Dizia-lhe eu que se calhar não sei o que é amar. Das duas grandes relações que tive até hoje, só a segunda me mostrou aquilo que eu acho que é amar. Mas mesmo assim não tenho a certeza, dada a forma como acabei por lixar a minha cabeça. A resposta que levei perante esta dúvida foi: 'O problema se calhar não está em ti. Cá para mim tu sabes o que é amar. E muito bem. Não sabes é o que é ser amada.'
Assim me calou. E pôs-me a pensar. E acho que tem razão. De facto, não me lembro de ser apreciada como apreciei. De ser entendida como entendi. De receber como dei (não venham cá com tretas, que amar é dar e receber). Nem por eles nem por outros. Talvez um dia venha a descobrir...
Assim me calou. E pôs-me a pensar. E acho que tem razão. De facto, não me lembro de ser apreciada como apreciei. De ser entendida como entendi. De receber como dei (não venham cá com tretas, que amar é dar e receber). Nem por eles nem por outros. Talvez um dia venha a descobrir...
Mais um dia
Hoje (ontem) andei em conversas. E a ruminar. A pôr alguns pontos nos iiis na minha cabeça. A descobrir outros iiis que ainda precisam de tratamento (se alguém souber de alguma pilulazita que cure as dores de crescimento avise, ok?). Resolvi dizer aos meus picos: ‘Olha… Logo se vê…’ A minha frase favorita, actualmente. Permite-me ir vivendo, ir sentindo, ir saboreando, ir avançando devagarinho. Ou aos saltos. Como me dá na real gana.
No meio disto tudo, foi bom saber que me sentem genuína. Eu espelho-me bem nas palavras. São minhas amigas desde sempre, não me faltam. E conseguir usá-las a meu favor, já que em presença não me consigo mostrar, sabe-me muito, muito bem. Vamos andando devagarinho também aqui (logo se vê, outra vez): lá chegará o tempo em que o Ouriço há-de andar todo penteadinho e mostrará toda a sua beleza.
Por fim, um recado: por que raio não me ligas nenhuma ?!?!?!
No meio disto tudo, foi bom saber que me sentem genuína. Eu espelho-me bem nas palavras. São minhas amigas desde sempre, não me faltam. E conseguir usá-las a meu favor, já que em presença não me consigo mostrar, sabe-me muito, muito bem. Vamos andando devagarinho também aqui (logo se vê, outra vez): lá chegará o tempo em que o Ouriço há-de andar todo penteadinho e mostrará toda a sua beleza.
Por fim, um recado: por que raio não me ligas nenhuma ?!?!?!
domingo, 23 de novembro de 2008
Dá-me lume
Conversa de um pico para outro:
- Hoje sinto-me uma lareira quente...
- Ai sim? Olha que engraçado... Eu também!
- E se fôssemos à procura de alguém que precise de um lume a crepitar para se aquecer?
- 'Bora lá!
Eh eh eh eh...
- Hoje sinto-me uma lareira quente...
- Ai sim? Olha que engraçado... Eu também!
- E se fôssemos à procura de alguém que precise de um lume a crepitar para se aquecer?
- 'Bora lá!
Eh eh eh eh...
Irritações (outra)
Por norma, não aprecio mesmo nada dizer o que faço a nível profissional. Não é por nada, mas quando o faço, fico com a sensação que me cresceu alguma coisa na cabeça. Eu diria que as pessoas passam a ver o cérebro e não a mulher. O que me irrita profundamente e me deixa muito pouco à vontade.
Por essa razão, só o revelo por inteiro quando sou obrigada, quando tenho confiança que já me conhecem suficientemente bem para não ficarem de boca aberta ou quando quero marcar uma posição.
Neste último caso, sinto uma satisfaçãozinha especial, confesso: quem olha para mim - pequenina, simples e risonha - não faz a mínima ideia da construção que sou. Já acertei o passo a uns quantos que resolveram menosprezar a minha pessoa...
Por essa razão, só o revelo por inteiro quando sou obrigada, quando tenho confiança que já me conhecem suficientemente bem para não ficarem de boca aberta ou quando quero marcar uma posição.
Neste último caso, sinto uma satisfaçãozinha especial, confesso: quem olha para mim - pequenina, simples e risonha - não faz a mínima ideia da construção que sou. Já acertei o passo a uns quantos que resolveram menosprezar a minha pessoa...
sábado, 22 de novembro de 2008
Ai, se eu pudesse…
Diz-se, em inglês, que ‘still waters are deep’. Bem verdade, digo eu, quando aplicado a pessoas. Frequentemente descobrimos que pessoas aparentemente calmas e bem-dispostas são profundas, verdadeiros vulcões por dentro. Tu és assim. Se eu pudesse, hoje levava-te até junto destes dois faróis. Só para te mostrar que o mar, embora aparentemente calmo dentro da barra, não se deixa dominar pela mão de ninguém e encontra sempre forma de espraiar o que é como quer e onde quer… Se lhe apetece beijar a praia, fá-lo. Se lhe apetece rebentar de fúria, fá-lo. Vive saudável, porque vive o que é. Ele conhece bem o seu espaço…
Génio
A minha irmã acaba de dizer que sou um génio… E não é que tem razão? E aviso-vos desde já que isto não é da gripe! Eh eh…
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Delícia
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Anúncio
Declaro oficialmente aberta a época dos embrulhos de Natal! Como aqui a 'je' adoooooooora embrulhar prendas, podem candidatar-se a um lugar na fila! O primeiro lugar é para a família (toda)! O segundo está livre! Arranjem o papel e as fitas que eu embrulho qualquer coisa! Meeeeesmo!
(Enganei-me na vocação: devia ser embrulhadora oficial... Eh eh... Passei uma hora de volta dos primeiros embrulhos... E lá se foi a TPM...)
(Enganei-me na vocação: devia ser embrulhadora oficial... Eh eh... Passei uma hora de volta dos primeiros embrulhos... E lá se foi a TPM...)
Sonhos
Já devem ter notado que sou uma sonhadora e pêras. Ah, pois é... Ando muito pragmática na minha defesa (disseram-me há uns dias e é bem verdade), que isto agora já não me põem o pé em cima, mas, apesar dos revezes, o meu feitio não mudou e por isso continuo a fazer os meus filmes e a sonhar os meus sonhos t-o-d-i-n-h-o-s. Hoje passei o tempo a sentir que a minha vida tem tanto de fantástica como de desinteressante. Se calhar é TPM... Não sei... Andei também com saudades do futuro. Do meu futuro. Daquele futuro onde um canção como esta faça sentido...
Isto é, definitivamente, TPM...
Isto é, definitivamente, TPM...
Etiquetas:
Canções da minha vida,
Eu,
Isto hoje está complicado...
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Hoje
De madrugada, para mim:
- Tiiiiiiiiiiaaaaaaaa!
- Hã?...
- Tiiiiiiiiiiaaaaaaaa! Qué i faê kiki...
- Ok... Vamos lá...
Lá me arrastei com quase três anitos abraçados a mim.
Depois do chichi, vieram os abraços, os olhares de adoração:
- A tia! A mia tia! Ó tia... Conta uma tóia...
- Está bem. Queres leitinho? (um abanico de cabeça)
- O papá? A mamã?
- Estão a dormir (ai, minha rica cama...).
A meio do leitinho, ouço lá do quarto:
- Tiiiiiiiiiaaaaaaaaaaa!
Com isto, lá se foi o sono. Começou o reboliço. :)
- Tiiiiiiiiiiaaaaaaaa!
- Hã?...
- Tiiiiiiiiiiaaaaaaaa! Qué i faê kiki...
- Ok... Vamos lá...
Lá me arrastei com quase três anitos abraçados a mim.
Depois do chichi, vieram os abraços, os olhares de adoração:
- A tia! A mia tia! Ó tia... Conta uma tóia...
- Está bem. Queres leitinho? (um abanico de cabeça)
- O papá? A mamã?
- Estão a dormir (ai, minha rica cama...).
A meio do leitinho, ouço lá do quarto:
- Tiiiiiiiiiaaaaaaaaaaa!
Com isto, lá se foi o sono. Começou o reboliço. :)
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Desafio
A Minhoca anda por aí a espalhar um desafio. Decidi fazer como a Afrodite e 'pespeguei' com a música inteira, que só o título não tem piada!
Aqui vão as respostas e outro desafio: vamos lá ver quem se junta à festa!
1 - Publicar uma foto pessoal.
As minhas mãos são as grandes. Eh eh!
(Gosto muito das minhas mãos.)
2- Escolher uma banda ou um cantor:
A esta não sou capaz de responder...
3- Responder a algumas perguntas com títulos de músicas ou nomes de cantores e/ou bandas:
a) És homem ou mulher?
Elvis Costello - She (onde é que eu já ouvi falar de girassóis?)
b) Descreve-te.
Lene Marlin - Disguise
c) O que as pessoas acham de ti?
The Weepies - Nobody knows me at all
d) Como descreves o teu último relacionamento.
Pussycat Dolls - Tainted Love (desde o original de Gloria Jones, passando pelos Depeche Mode e Marilyn Manson, gosto de quase todas as versões...)
e) Descreve o estado actual da tua relação com o teu namorado/companheiro ou parceiro ou whatever.
Ray Charles - Hit the road, Jack
f) O que pensas a respeito do amor?
Michael Bublé - Everything
g) Onde querias estar agora?
Bon Jovi – Bed of Roses
h) Como é a tua vida?
Metallica – Nothing else matters
i) O que pedirias se pudesses ter só um desejo?
Bob Marley - Don't worry, be happy
Aqui vão as respostas e outro desafio: vamos lá ver quem se junta à festa!
1 - Publicar uma foto pessoal.
As minhas mãos são as grandes. Eh eh!
(Gosto muito das minhas mãos.)
2- Escolher uma banda ou um cantor:
A esta não sou capaz de responder...
3- Responder a algumas perguntas com títulos de músicas ou nomes de cantores e/ou bandas:
a) És homem ou mulher?
Elvis Costello - She (onde é que eu já ouvi falar de girassóis?)
b) Descreve-te.
Lene Marlin - Disguise
c) O que as pessoas acham de ti?
The Weepies - Nobody knows me at all
d) Como descreves o teu último relacionamento.
Pussycat Dolls - Tainted Love (desde o original de Gloria Jones, passando pelos Depeche Mode e Marilyn Manson, gosto de quase todas as versões...)
e) Descreve o estado actual da tua relação com o teu namorado/companheiro ou parceiro ou whatever.
Ray Charles - Hit the road, Jack
f) O que pensas a respeito do amor?
Michael Bublé - Everything
g) Onde querias estar agora?
Bon Jovi – Bed of Roses
h) Como é a tua vida?
Metallica – Nothing else matters
i) O que pedirias se pudesses ter só um desejo?
Bob Marley - Don't worry, be happy
Caminhos
Há vidas que me deixam a pensar. Como a da Flávia. Quem, como eu, tem deficientes na família, sabe o trabalho que dá. E o amor que se sente. No meio da tragédia, a mãe desta menina sente-se assim:
“Quando tiver algum problema, faça alguma coisa!!
Se não puder passar por cima, passe por baixo,
passe através, dê a volta,
vá pela direita, vá pela esquerda,
se não puder obter o material certo, vá procurá-lo,
se não puder encontrá-lo, substitua-o,
se não puder substituí-lo, improvise!
Se não puder improvisar, inove.
Mas, acima de tudo, faça alguma coisa!!!”
Fonte: A Essência da Verdade, - Colecção Pensamentos de Sabedoria.
Faz-me pensar que há quem desista e há quem lute com todas as armas que tem à mão. Mesmo quando nada parece resultar. Os sobreviventes são assim... A coragem é assim...
“Quando tiver algum problema, faça alguma coisa!!
Se não puder passar por cima, passe por baixo,
passe através, dê a volta,
vá pela direita, vá pela esquerda,
se não puder obter o material certo, vá procurá-lo,
se não puder encontrá-lo, substitua-o,
se não puder substituí-lo, improvise!
Se não puder improvisar, inove.
Mas, acima de tudo, faça alguma coisa!!!”
Fonte: A Essência da Verdade, - Colecção Pensamentos de Sabedoria.
Faz-me pensar que há quem desista e há quem lute com todas as armas que tem à mão. Mesmo quando nada parece resultar. Os sobreviventes são assim... A coragem é assim...
Flashes
Hoje foi um dia bom. Feito de risos, abraços, beijos. Tive de carregar as minhas sobrinhas em braços escadas acima, porque assim que me viram decidiram que queriam colinho ao mesmo tempo. Resultado: trouxe-as agarradas pela cintura, tipo ‘saco de batatas’, porque andar com quarenta quilos às costas de uma só vez tem que se lhe diga! Cheguei cansada, mas a rir, que a felicidade delas sentia-se no ar. Quem manda esta tia desnaturada não as ir visitar há dois meses?
Depois foi brincadeira até mais não: jogar às escondidas, pregar sustos, contar histórias (lá veio o bacalhau Horácio outra vez…), passear, mais colinho, regar plantas, enfiar um dedo num bolo de aniversário. E direito a unhas pintadas por elas (estão a ver como ficaram os meus dedos, não estão?), que a avó decidiu dar à mais velha um conjunto de sete frasquinhos de verniz, um para cada dia. Que arco-íris…
Acabei a prometer uma visita para a próxima semana: agarramo-nos às crianças, elas a nós e depois dá nisto. Saudades e mais saudades…
À tardinha, reunião no Porto. Nunca perder-me soube tão bem. Andámos às voltas (primeiro era Gaia Shopping, depois era Arrábida Shopping) e, depois de uma voltinha pelo Porto (até passámos pelo Centro Comercial Brasília!), acabámos na Afurada. O carro a rolar e eu a admirar a beira-rio e o espectáculo magnífico que é a Ponte da Arrábida iluminada com uma cascata de luzes por trás… Tudo calmo. Lindíssimo. Ficou a vontade de um passeio à noite por aquelas bandas.
De volta a casa, uma noite de sono que vai saber bem, depois do cansaço. Hoje tenho o coração cheio como o mundo…
Depois foi brincadeira até mais não: jogar às escondidas, pregar sustos, contar histórias (lá veio o bacalhau Horácio outra vez…), passear, mais colinho, regar plantas, enfiar um dedo num bolo de aniversário. E direito a unhas pintadas por elas (estão a ver como ficaram os meus dedos, não estão?), que a avó decidiu dar à mais velha um conjunto de sete frasquinhos de verniz, um para cada dia. Que arco-íris…
Acabei a prometer uma visita para a próxima semana: agarramo-nos às crianças, elas a nós e depois dá nisto. Saudades e mais saudades…
À tardinha, reunião no Porto. Nunca perder-me soube tão bem. Andámos às voltas (primeiro era Gaia Shopping, depois era Arrábida Shopping) e, depois de uma voltinha pelo Porto (até passámos pelo Centro Comercial Brasília!), acabámos na Afurada. O carro a rolar e eu a admirar a beira-rio e o espectáculo magnífico que é a Ponte da Arrábida iluminada com uma cascata de luzes por trás… Tudo calmo. Lindíssimo. Ficou a vontade de um passeio à noite por aquelas bandas.
De volta a casa, uma noite de sono que vai saber bem, depois do cansaço. Hoje tenho o coração cheio como o mundo…
domingo, 16 de novembro de 2008
É que não resisto...
Eu gosto de poesia. E quando descubro num poeta a rara capacidade de descrever de forma palpável o mundo, adoro. Hoje não resisto a esta. Um verdadeiro banquete que encontrei n'Este Nosso Chão (eu sei que eles não se importam da partilha).
Deliciosa receita que todos gostávamos de experimentar, por certo...
:D
Receita de pataniscas de bacalhau
Cozinheiro limpo e aprumado
Mãos macias e seguras
Deve ter uma ajudante
De singelo avental, só
Encostada ao balcão da cozinha
A mexer a farinha e os ovos
Enquanto o cozinheiro trata do bacalhau,
Acaricia-o suavemente que bom prato
É servido com paixão.
Aflora-lhe o rabo (do bacalhau)
Sente-lhe a espinha logo acima
Retesada…à espera da facada
Mas cozinheiro paciente
Mete a faca com macieza,
Sentindo-lhe a firmeza
Enquanto isso apalpa os marmelos
Para lhe ver a consistência
Que em fondue de chocolate
Farão delícias à sobremesa.
Já a ajudante tem a mistura feita
Devidamente temperada de sal e pimenta,
Mete o dedo na mistura, dá a provar ao cozinheiro
Que diz que sim, que está na hora
E remexe o bacalhau já desfeito em lascas dedilhadas
Na húmida mistura encorpada com claras em castelo
Inclina-se o cozinheiro sobre rotunda frigideira
De óleos escaldantes e enfia-lhe uma colherada
Que fica a restolhar.
Vira-a (à patanisca) e escalda-a por trás também
Para ficar na consistência certa.
Quando a tira da frigideira a escaldar
Deve ter um guardanapo à mão
Que ela deve vir a pingar.
Está na hora de provar o grelo (do arroz, pois então!)
Que pataniscas não se servem
Sem arroz de grelos e feijão.
Por 'Quando Existe Um De Nós'
Deliciosa receita que todos gostávamos de experimentar, por certo...
:D
Receita de pataniscas de bacalhau
Cozinheiro limpo e aprumado
Mãos macias e seguras
Deve ter uma ajudante
De singelo avental, só
Encostada ao balcão da cozinha
A mexer a farinha e os ovos
Enquanto o cozinheiro trata do bacalhau,
Acaricia-o suavemente que bom prato
É servido com paixão.
Aflora-lhe o rabo (do bacalhau)
Sente-lhe a espinha logo acima
Retesada…à espera da facada
Mas cozinheiro paciente
Mete a faca com macieza,
Sentindo-lhe a firmeza
Enquanto isso apalpa os marmelos
Para lhe ver a consistência
Que em fondue de chocolate
Farão delícias à sobremesa.
Já a ajudante tem a mistura feita
Devidamente temperada de sal e pimenta,
Mete o dedo na mistura, dá a provar ao cozinheiro
Que diz que sim, que está na hora
E remexe o bacalhau já desfeito em lascas dedilhadas
Na húmida mistura encorpada com claras em castelo
Inclina-se o cozinheiro sobre rotunda frigideira
De óleos escaldantes e enfia-lhe uma colherada
Que fica a restolhar.
Vira-a (à patanisca) e escalda-a por trás também
Para ficar na consistência certa.
Quando a tira da frigideira a escaldar
Deve ter um guardanapo à mão
Que ela deve vir a pingar.
Está na hora de provar o grelo (do arroz, pois então!)
Que pataniscas não se servem
Sem arroz de grelos e feijão.
Por 'Quando Existe Um De Nós'
(Mais palavras para quê? Eh eh...)
sábado, 15 de novembro de 2008
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Desabafo (outro)
Raramente me verão a falar aqui em política. Vou sempre votar porque não deixo ninguém escolher por mim, adoro ler jornais e não perco o telejornal, mas para mim a política fala-se em casa ou à mesa de um café, entre amigos. Hoje, porém, não resisto.
Toda a vida 'nadei' no meio de professores. Já andei pelo Ensino Secundário, safei-me antes destas confusões e não há dia que não agradeça a Deus por ter paz de espírito.
Corta-se-me o coração, por isso, quando vejo a minha família ou os meus amigos a afundarem-se lentamente. Tenho amigos que são professores por vocação. Sempre amaram o que fazem, sempre manifestaram um entusiasmo fora de série. Vê-los hoje desabafar que, se pudessem, arranjavam outra profissão, deixa-me zangada.
Como me deixam zangada as histórias, inúmeras, que vou coleccionando. Como a do menino de 4 anos que, ao domingo à noite não quer ir dormir e pede à mãe para fingirem que é sexta-feira, porque sabe que estará separado dela quase 200 quilómetros até essa altura (o que faz uma mãe 3 anos seguidos assim?).
Ou a outra da minha colega que levou testes para corrigir no comboio, em dia de manifestação, porque não podia 'perder' uma tarde de fim-de-semana senão o trabalho ainda se atrasava mais.
E ainda outra, onde me dizem 'Não me sinto livre... Na escola não posso dizer o que penso porque posso sofrer represálias. E quando chego a casa, não tenho tempo para respirar, com tanta papelada. Preparo as aulas às duas da manhã...'
Ou outra, que é feita de alunos indiciados pela polícia e navalhas na sala de aula.
E outra ainda, de uma amiga que desabafa que está com problemas no casamento porque o marido não entende que ela, quando chega a casa, tem de se sentar a trabalhar, porque senão não tem os dossiês da avaliação e a preparação das aulas e os testes e as correcções dos testes e etcs prontos a tempo.
Mas a que mais me zanga é a da minha sobrinha que, na fortaleza e sabedoria dos seus quase cinco anitos, consola a minha irmã, que lhe diz que não pode trazer os amigos a casa no fim-de-semana porque a mamã tem de trabalhar. O consolo? 'Deixa lá mamã... Não há problema... Quando tu tiveres tempo para nós outra vez, não é?'
Não é justo...
Eu, que nasci em vésperas da Revolução dos Cravos, bem sei onde punha uns certos senhores com tiques de ditadura...
Toda a vida 'nadei' no meio de professores. Já andei pelo Ensino Secundário, safei-me antes destas confusões e não há dia que não agradeça a Deus por ter paz de espírito.
Corta-se-me o coração, por isso, quando vejo a minha família ou os meus amigos a afundarem-se lentamente. Tenho amigos que são professores por vocação. Sempre amaram o que fazem, sempre manifestaram um entusiasmo fora de série. Vê-los hoje desabafar que, se pudessem, arranjavam outra profissão, deixa-me zangada.
Como me deixam zangada as histórias, inúmeras, que vou coleccionando. Como a do menino de 4 anos que, ao domingo à noite não quer ir dormir e pede à mãe para fingirem que é sexta-feira, porque sabe que estará separado dela quase 200 quilómetros até essa altura (o que faz uma mãe 3 anos seguidos assim?).
Ou a outra da minha colega que levou testes para corrigir no comboio, em dia de manifestação, porque não podia 'perder' uma tarde de fim-de-semana senão o trabalho ainda se atrasava mais.
E ainda outra, onde me dizem 'Não me sinto livre... Na escola não posso dizer o que penso porque posso sofrer represálias. E quando chego a casa, não tenho tempo para respirar, com tanta papelada. Preparo as aulas às duas da manhã...'
Ou outra, que é feita de alunos indiciados pela polícia e navalhas na sala de aula.
E outra ainda, de uma amiga que desabafa que está com problemas no casamento porque o marido não entende que ela, quando chega a casa, tem de se sentar a trabalhar, porque senão não tem os dossiês da avaliação e a preparação das aulas e os testes e as correcções dos testes e etcs prontos a tempo.
Mas a que mais me zanga é a da minha sobrinha que, na fortaleza e sabedoria dos seus quase cinco anitos, consola a minha irmã, que lhe diz que não pode trazer os amigos a casa no fim-de-semana porque a mamã tem de trabalhar. O consolo? 'Deixa lá mamã... Não há problema... Quando tu tiveres tempo para nós outra vez, não é?'
Não é justo...
Eu, que nasci em vésperas da Revolução dos Cravos, bem sei onde punha uns certos senhores com tiques de ditadura...
Desabafo
Por razões que escaparam por completo ao meu controlo, não tenho podido acompanhar o meu grupo de adolescentes, como voluntária. Alguns têm vidas complicadas, em especial uma menina vítima de abusos sexuais que tem crescido perto da minha asa desde os seis anos.
Hoje recebi uma mensagem dela, a perguntar-me como estava e quando voltava. Apertou-se-me o coração...
Eu sei que ninguém é insubstituível, mas custa não poder estar presente. Sobretudo porque sei a falta que lhe faço. Nem dizer-lhe que me encontra quando quiser no msn ajudou. Fiquei com um nó na garganta e uma lágrima cá dentro. Como sempre, contudo, nada transpareceu no meu sorriso.
Desculpem o desabafo, mas às vezes a vida é fodida...
Hoje recebi uma mensagem dela, a perguntar-me como estava e quando voltava. Apertou-se-me o coração...
Eu sei que ninguém é insubstituível, mas custa não poder estar presente. Sobretudo porque sei a falta que lhe faço. Nem dizer-lhe que me encontra quando quiser no msn ajudou. Fiquei com um nó na garganta e uma lágrima cá dentro. Como sempre, contudo, nada transpareceu no meu sorriso.
Desculpem o desabafo, mas às vezes a vida é fodida...
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Ora bem...
Acabei de fazer um pequeno teste sobre comida aqui. Cá vai o resultado, para que todos saibam:
'Sabe como curtir a vida, mas sem cometer exageros. É equilibrado e nunca quer mais do que pode ter. Tudo na sua vida tem que ser belo, doce e gostoso.
Não se preocupa tanto com a beleza exterior e, sim, com a essência das coisas. Sabe que é preciso alguns momentos de solidão para recarregar as energias. Gosta de manter o controle da situação e saber exatamente onde está pisando. Fica sempre em cima do muro na hora de tomar decisões.
Acredita que a felicidade está nas coisas simples da vida. Não consegue ficar longe da bagunça das cidades grandes. Sabe digerir e resolver sozinho seus problemas.'
Ai que grandes verdades...
Aprender
Ando a arrumar tudo o que aprendi para poder usar de novo, uma e outra vez... E recomendo vivamente os conselhos desta senhora:
Alanis Morrisette - You learn
Alanis Morrisette - You learn
Reflexão
Tenho vindo cá de mansinho. Poucas palavras minhas, muitas dos outros. Às vezes dá-me para isto. Quando a cabeça anda ocupada...
Partilhando, mais uma vez: com alguns altos e baixos, começo a sentir-me bem. Mais uma peça do puzzle colocada aqui, outra ali. Às vezes tenho pressa de descobrir os meus caminhos, mas tenho vindo a perceber a necessidade da paciência. Exercício interessante, este: depois de meses, ou melhor, anos, a travar, eis que agora o que me apetece é correr!
O bom que tem este começar de novo é que me começo a sentir livre. Poder fazer o que me dá na real gana dá-me cá um prazer...
Partilhando, mais uma vez: com alguns altos e baixos, começo a sentir-me bem. Mais uma peça do puzzle colocada aqui, outra ali. Às vezes tenho pressa de descobrir os meus caminhos, mas tenho vindo a perceber a necessidade da paciência. Exercício interessante, este: depois de meses, ou melhor, anos, a travar, eis que agora o que me apetece é correr!
O bom que tem este começar de novo é que me começo a sentir livre. Poder fazer o que me dá na real gana dá-me cá um prazer...
Recado (III)
Não me Peçam Razões...
Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.
Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.
Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.
José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"
Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.
Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.
Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.
José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"
domingo, 9 de novembro de 2008
Recado (II)
Às vezes, na vida, como no mar, ficamos tão cansados que não conseguimos continuar. Vamos ao fundo e perdemos a capacidade de respirar. Lá no íntimo, mesmo sem conseguir falar, gritamos por ajuda.
Pediste e foi-te dado. Agora continua a respirar. Para que não te esqueças, o pedido fica aqui registado...
With every waking breath I breathe
I see what life has dealt to me
With every sadness I deny
I feel a chance inside me die
Give me a taste of something new
To touch to hold to pull me through
Send me a guiding light that shines
Across this darkened life of mine
Breathe some soul in me
Breathe your gift of love to me
Breathe life to lay 'fore me
Breathe to make me breathe
For every man who built a home
A paper promise for his own
He fights against an open flow
Of lies and failures, we all know
To those who have and who have not
How can you live with what you've got?
Give me a touch of something sure
I could be happy evermore
Breathe some soul in me
Breathe your gift of love to me
Breathe life to lay 'fore me
To see to make me breathe
Breathe your honesty
Breathe your innocence to me
Breathe your word and set me free
Breathe to make me breathe
This life prepares the strangest things
The dreams we dream of what life brings
The highest highs can turn around
To sow love's seeds on stony ground
Breathe
Breathe
Pediste e foi-te dado. Agora continua a respirar. Para que não te esqueças, o pedido fica aqui registado...
With every waking breath I breathe
I see what life has dealt to me
With every sadness I deny
I feel a chance inside me die
Give me a taste of something new
To touch to hold to pull me through
Send me a guiding light that shines
Across this darkened life of mine
Breathe some soul in me
Breathe your gift of love to me
Breathe life to lay 'fore me
Breathe to make me breathe
For every man who built a home
A paper promise for his own
He fights against an open flow
Of lies and failures, we all know
To those who have and who have not
How can you live with what you've got?
Give me a touch of something sure
I could be happy evermore
Breathe some soul in me
Breathe your gift of love to me
Breathe life to lay 'fore me
To see to make me breathe
Breathe your honesty
Breathe your innocence to me
Breathe your word and set me free
Breathe to make me breathe
This life prepares the strangest things
The dreams we dream of what life brings
The highest highs can turn around
To sow love's seeds on stony ground
Breathe
Breathe
sábado, 8 de novembro de 2008
Um segredo... à Shiuuuu
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Pontes
Agora que chega ao fim, posso dizer que semana foi boa. Embora dura. Dura pelas conversas de horas em que agarrámos a mão de alguém. Dura pelas conversas de horas em que a nossa mão foi agarrada. Dura pelos sentimentos renascidos, pelos medos e angústias revisitados, pelos fantasmas reaparecidos. Pelos sonhos impossíveis que saltaram das gavetas.
Abanou.
Mas é nesses abanões que eu cresço. É nesses abanões que eu me reconstruo. Mais eu, mais verdadeira, mais segura. É nesses abanões que eu aprendo a olhar para o meu coração. Por mais desconfortável que seja, por mais sombras que se levantem, eu continuo a reconstrução da ponte... Aquela que há-de ligar os dois lados de mim...
Por tudo isto, e porque temos de nos mimar, como melhores amigos que devemos ser de nós mesmos, esta canção é um diálogo entre o ouriço e os seus picos:
Pergunta...
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Aviso à navegação
Confissão
Eu sou esta canção. Raramente deixo que alguém a seja para mim. Tenho o péssimo hábito de achar que os meus fantasmas são apenas meus. Mas estou a aprender a partilhá-los... :)
Peso
Atlas é o nome, na mitologia romana, de um titã que procurou, em conjunto com outros, apropriar-se do poder supremo e acabou castigado por Zeus (o deus dos deuses). O castigo consistiu em carregar para sempre o peso dos céus aos ombros. Esta é a razão por que Atlas aparece sempre com um globo às costas.
Perante esta história, facilmente se percebe o nome dado à primeira vértebra cervical, situada no pescoço: chama-se Atlas porque sustenta também um 'globo', a cabeça.
O meu Atlas, hoje, queixa-se: a minha cabeça tem o peso do mundo...
Perante esta história, facilmente se percebe o nome dado à primeira vértebra cervical, situada no pescoço: chama-se Atlas porque sustenta também um 'globo', a cabeça.
O meu Atlas, hoje, queixa-se: a minha cabeça tem o peso do mundo...
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Contemplação
Às vezes, gosto de ficar parada a olhar o mundo a passar. Limito-me a observar tudo o que passa, a escutar todos os ruídos, a absorver os cheiros. Sabe bem estar na margem, comigo mesma, à espera do que vem lá... A deixar apenas que tudo aconteça...
Para cima!
Numa visitinha rápida aos meus blogues favoritos, detectei um sentimento comum de orelha murcha...
Valha-me Deus, eu sei que o meu fim-de-semana não foi todo ele bom, mas não precisam de me imitar. Será da segunda-feira?
Também não interessa! A minha faceta de 'cuidadora' diz-me que tenho o DEVER de vos alegrar o dia!
Que tal um passinho de dança? Descobri esta música no Shiuuu e adorei.
Às meninas faltam os homens, é verdade, mas elas podem sempre lançar este desafio a algum! Do tipo: 'Vamos lá ver se me acompanhas o passo...'
Aos rapazes - pronto, está bem - eu dou autorização para deitarem um olhito (só um!) às pernas da mais jeitosa...
Para cima! Up! Up!
Só faltam quatro dias para o fim-de-semana! :)
The Saturdays - Up
Valha-me Deus, eu sei que o meu fim-de-semana não foi todo ele bom, mas não precisam de me imitar. Será da segunda-feira?
Também não interessa! A minha faceta de 'cuidadora' diz-me que tenho o DEVER de vos alegrar o dia!
Que tal um passinho de dança? Descobri esta música no Shiuuu e adorei.
Às meninas faltam os homens, é verdade, mas elas podem sempre lançar este desafio a algum! Do tipo: 'Vamos lá ver se me acompanhas o passo...'
Aos rapazes - pronto, está bem - eu dou autorização para deitarem um olhito (só um!) às pernas da mais jeitosa...
Para cima! Up! Up!
Só faltam quatro dias para o fim-de-semana! :)
The Saturdays - Up
Saltos
Hoje, no banho (as ideias parece que escorrem melhor pelo cérebro), dei por mim a pensar que este foi um ano de saltos.
O maior salto físico que dei foi há uns anos largos, quando, depois de um fim-de-semana de escalada, dei por mim a saltar de uma ponte com 40 ou 50 metros de altura. Lembro-me da adrenalina, do medo, do momento em que senti o vazio. E sei que corri de novo para cima para mais uma voltinha nas cordas! (A propósito, os santos ficariam cá em baixo a rezar, não acham?)
Agora os saltos foram diferentes. O ano começou de uma forma horrível (começou mesmo, que as 0 horas do dia 1 não se recomendaram) que durou até finais de Fevereiro. O primeiro salto veio em Março. O segundo em Maio. O terceiro em Julho. E a partir daí tenho saltado todos os meses: Agosto, Setembro, Outubro. O salto de Novembro já está pensado. Talvez seja até mais do que um. A princípio saltei sozinha. Depois fui encontrando uma mão aqui e ali. Agora há sempre uma mão. Nem que seja virtual. :)
A cada salto que passa fico mais forte, mais eu. Talvez porque, quando salto, gosto da sensação. Da libertação. E, por isso, lá subo eu mais uma vez a encosta para mais uma voltinha nas cordas...
Se este ano fosse uma canção, seria esta:
Madonna - Jump
Já agora: qual seria a vossa canção? Vão pensando nisso...
Boa semana!
O maior salto físico que dei foi há uns anos largos, quando, depois de um fim-de-semana de escalada, dei por mim a saltar de uma ponte com 40 ou 50 metros de altura. Lembro-me da adrenalina, do medo, do momento em que senti o vazio. E sei que corri de novo para cima para mais uma voltinha nas cordas! (A propósito, os santos ficariam cá em baixo a rezar, não acham?)
Agora os saltos foram diferentes. O ano começou de uma forma horrível (começou mesmo, que as 0 horas do dia 1 não se recomendaram) que durou até finais de Fevereiro. O primeiro salto veio em Março. O segundo em Maio. O terceiro em Julho. E a partir daí tenho saltado todos os meses: Agosto, Setembro, Outubro. O salto de Novembro já está pensado. Talvez seja até mais do que um. A princípio saltei sozinha. Depois fui encontrando uma mão aqui e ali. Agora há sempre uma mão. Nem que seja virtual. :)
A cada salto que passa fico mais forte, mais eu. Talvez porque, quando salto, gosto da sensação. Da libertação. E, por isso, lá subo eu mais uma vez a encosta para mais uma voltinha nas cordas...
Se este ano fosse uma canção, seria esta:
Madonna - Jump
Já agora: qual seria a vossa canção? Vão pensando nisso...
Boa semana!
domingo, 2 de novembro de 2008
Há palavras que nos beijam...
Hoje estou a contemplar... Páro a sentir-me nas palavras que são minhas, embora não tenha sido eu que as estivesse escrito, cantado ou fotografado. Por aqui há calma, paz... Sinto-me abraçada...
sábado, 1 de novembro de 2008
Os meus amores
Depois de andar a falar de crianças, fiquei com as minhas sobrinhas no pensamento. A Marta e a Luísa, que adoram esta tia meio doida que as ensina a trepar às árvores, canta bem alto com elas durante qualquer viagem e lhes conta histórias de um bacalhau chamado Horácio e da sua amiga aranha, chamada Susana.
Se hoje estivessem aqui, cantava-lhes esta canção... Porque, através delas, eu sei o que é amar perdidamente...
Se hoje estivessem aqui, cantava-lhes esta canção... Porque, através delas, eu sei o que é amar perdidamente...
'Tou que não me entendo IV
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Perdoem-me a pouca fé...
Li aqui - http://belafenix.blogspot.com/ (29 de Outubro) - o elogio do amor puro que Miguel Esteves Cardoso escreveu no Expresso. Lindo, o texto, pelo peso dos sentimentos que transmite, pela certeza da existência de um amor puro que está em vias de extinção.
Hoje, enquanto andava a rebuscar o meu mundo feito de música, deparei com a canção que se segue e lembrei-me do texto. Trata-se de 'Lost', de Michael Bublé (cada vez gosto mais deste gajo...) e exprime, para mim, o amor incondicional que um homem pode sentir por uma mulher. Um amor tão profundo que, quando ela se afunda e se perde, ele não se vai embora, como tantos fazem, mas tem a capacidade de lhe dar a mão e de lhe dizer 'Tu não estás sozinha.. Nem perdida... Eu estou aqui e perco-me contigo até a luz voltar...'
Em relação ao texto, sou tentada a concordar com o facto de que já quase não existe o amor puro...
Em relação à canção, sou tentada a achar que já não há homens assim...
Hoje, enquanto andava a rebuscar o meu mundo feito de música, deparei com a canção que se segue e lembrei-me do texto. Trata-se de 'Lost', de Michael Bublé (cada vez gosto mais deste gajo...) e exprime, para mim, o amor incondicional que um homem pode sentir por uma mulher. Um amor tão profundo que, quando ela se afunda e se perde, ele não se vai embora, como tantos fazem, mas tem a capacidade de lhe dar a mão e de lhe dizer 'Tu não estás sozinha.. Nem perdida... Eu estou aqui e perco-me contigo até a luz voltar...'
Em relação ao texto, sou tentada a concordar com o facto de que já quase não existe o amor puro...
Em relação à canção, sou tentada a achar que já não há homens assim...
Etiquetas:
Canções da minha vida,
Eu,
Os homens são um bicho estranho
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Irritações
Se há coisa que me irrita solenemente, é acharem que sou uma santa. Explico-me: como sou uma pessoa despretensiosa, de trato e falas simples e nada espampanante no vestir, isso só deve significar que não faço mal a uma mosca e sou incapaz de pôr a pata na poça… Ou seja, sou uma santa… O que não corresponde minimamente à verdade, diga-se de passagem.
Um exemplo: há quem se admire se me ouve a dizer uma asneira, como se aqui a minha pessoa fosse incapaz de qualquer coisa do tipo. Quando a minha boca já as disse todas...
Outro exemplo, mais caricato: tenho as pernas cheias de nódoas negras e arranhões porque na semana passada andei a jogar futebol. Ah, pois é: aqui a pequerrucha descobriu que é boa na defesa (no ataque, não: tenho tanta pontaria que acerto sempre no guarda-redes…). Na realidade, é uma verdadeira ‘melga’, nos dizeres dos companheiros de jornada. Pois no fim, qual não foi o meu espanto quando, ao comentar com alguns conhecidos a razão por que andava a coxear, um deles me perguntou, atónito: ‘Tu?! Andaste a jogar futebol?! Tu?!’
I-r-r-i-t-a-n-t-e!!!
O que achariam eles se eu dissesse que uma das minhas canções favoritas,é a que se segue? Porque sou quase tudo o que diz a letra?
Meredith Brooks - Bitch
Um exemplo: há quem se admire se me ouve a dizer uma asneira, como se aqui a minha pessoa fosse incapaz de qualquer coisa do tipo. Quando a minha boca já as disse todas...
Outro exemplo, mais caricato: tenho as pernas cheias de nódoas negras e arranhões porque na semana passada andei a jogar futebol. Ah, pois é: aqui a pequerrucha descobriu que é boa na defesa (no ataque, não: tenho tanta pontaria que acerto sempre no guarda-redes…). Na realidade, é uma verdadeira ‘melga’, nos dizeres dos companheiros de jornada. Pois no fim, qual não foi o meu espanto quando, ao comentar com alguns conhecidos a razão por que andava a coxear, um deles me perguntou, atónito: ‘Tu?! Andaste a jogar futebol?! Tu?!’
I-r-r-i-t-a-n-t-e!!!
O que achariam eles se eu dissesse que uma das minhas canções favoritas,é a que se segue? Porque sou quase tudo o que diz a letra?
Meredith Brooks - Bitch
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Nostalgia
Há dias de solidão. Solitudine (porque será que a palavra é muitíssimo mais bonita em italiano, de tão musical que é?).
Boa e má. Hoje é um desses dias. Falta-me qualquer coisa, não sei bem o quê. Um vazio enche os meus espaços e deixa-se ficar a vaguear por aqui...
E traz-me à memória uma canção que já me marcou muito e (hoje) volta fazer das suas... Não pelo amor perdido de que fala. Os amores perdidos já se foram... Pelos vazios que relembra. Pelos desencontros...
Bem o diz Emily Dickinson (Solitude), traduzida para italiano, no poema que aparece no fim do vídeo:
Tem uma solidão o espaço
Uma solidão o mar
Uma solidão a morte - mas estas
são multidões
comparadas com aquele lugar mais profundo
aquela privacidade polar
que é uma alma consigo mesma:
infinidade finita.
Laura Pausini - La solitudine
Boa e má. Hoje é um desses dias. Falta-me qualquer coisa, não sei bem o quê. Um vazio enche os meus espaços e deixa-se ficar a vaguear por aqui...
E traz-me à memória uma canção que já me marcou muito e (hoje) volta fazer das suas... Não pelo amor perdido de que fala. Os amores perdidos já se foram... Pelos vazios que relembra. Pelos desencontros...
Bem o diz Emily Dickinson (Solitude), traduzida para italiano, no poema que aparece no fim do vídeo:
Tem uma solidão o espaço
Uma solidão o mar
Uma solidão a morte - mas estas
são multidões
comparadas com aquele lugar mais profundo
aquela privacidade polar
que é uma alma consigo mesma:
infinidade finita.
Laura Pausini - La solitudine
Uma lição de amor
Um filho. Um pai que perdeu a memória a curto prazo. Um dia-a-dia de luta, sobrevivência, angústia, amor. Muito amor. Faz-nos pensar em todos aqueles que abandonam os seus. E em todos aqueles que, no meio da desgraça, agarram todos os raios de luz que a vida lhes dá...
Em http://www.dayswithmyfather.com/
Em http://www.dayswithmyfather.com/
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Um abraço
Posso-te dizer que esta é uma das canções da minha vida. Quis partilhá-la contigo por achar que te pode ajudar na tua dor. Que é vagarosa, persistente... E no teu medo. Que é gigantesco... Eu sei... Talvez o vento de que o teu veleiro precisa comece a soprar aqui...
Um abraço (shiuuu... é só um segredo nosso...)
O Lume (Mafalda Veiga)
Vai caminhando, desamarrado
Dos nós e laços que o mundo faz...
Vai abraçando, desenleado
De outros abraços que a vida dá...
Vai-te encontrando na água, no lume,
Na terra quente até perder
O medo. O medo levanta muros
E ergue bandeiras pra nos deter...
Não percas tempo...
O tempo corre...
Só quando dói é devagar...
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar...
Liberta o grito que trazes dentro
E a coragem e o amor...
Mesmo que seja só um momento,
Mesmo que traga alguma dor...
Só isso faz brilhar o lume
Que hás-de levar até ao fim
E esse lume já ninguém pode
Nunca apagar dentro de ti!...
Não percas tempo...
O tempo corre...
Só quando dói é devagar...
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar!...
Um abraço (shiuuu... é só um segredo nosso...)
O Lume (Mafalda Veiga)
Vai caminhando, desamarrado
Dos nós e laços que o mundo faz...
Vai abraçando, desenleado
De outros abraços que a vida dá...
Vai-te encontrando na água, no lume,
Na terra quente até perder
O medo. O medo levanta muros
E ergue bandeiras pra nos deter...
Não percas tempo...
O tempo corre...
Só quando dói é devagar...
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar...
Liberta o grito que trazes dentro
E a coragem e o amor...
Mesmo que seja só um momento,
Mesmo que traga alguma dor...
Só isso faz brilhar o lume
Que hás-de levar até ao fim
E esse lume já ninguém pode
Nunca apagar dentro de ti!...
Não percas tempo...
O tempo corre...
Só quando dói é devagar...
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar!...
domingo, 26 de outubro de 2008
Comigo mesma...
Esta semana senti-me bem na minha pele. No meio de mil e uma línguas, sozinha porque longe de casa, pátria e amigos, encontrei espaço para me partilhar comigo mesma. Sozinha e tranquila, numa vida que tem muito pouco de convencional, mas que começa a saber-me muito bem...
Começo a pensar que fui feita para esvoaçar por aí e não para construir ninho certo num ramo de árvore. Ou talvez tenha sido feita para ser ninho dos outros, para ensinar e partilhar, para ajudar a pensar.
Não sei. Nesta curva onde me encontro (e que grande curva é, não se lhe vê o fim), sei apenas que agora comecei a sentir-me confortável na minha pele. No meu sorriso, no som das minhas palavras, nos meus passos curtos, no cheiro do meu perfume... E que bem que sabe...
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Decisão
ESE OTRO SER
Cierro los ojos, lentamente,
y me sumerjo en un letargo sin tiempo,
silencioso, distante, lejano...
Cierro los ojos y me encuentro
con el ser que está en mi interior
lleno de miedos, de preguntas,
lleno de dolores y de angustias,
ese ser que se siente abatido,
que a veces no razona.
Lo observo y con imperante voz
lo invito a que viajemos juntos
por esta vía sin final preciso,
que me ayude a sentirme segura,
que no me hunda con sus miedos,
que no me lleve al abismo.
Cierro los ojos y observo,
el camino del retorno no está tan lejos,
yo no quiero transitarlo,
y ese otro ser que está en mí
me seduce, con gestos de dolor
me invita a recorrerlo una vez más.
Ese otro ser no puede estar en mí,
una vez lo despedí de mi interior,
lo condené a la muerte.
Abro los ojos y descubro que soñé,
que solo soy yo, que no hay nadie más,
que ese otro ser soy yo misma,
solo que decidida a no retornar.
Teresa Aburto Uribe
terça-feira, 21 de outubro de 2008
domingo, 19 de outubro de 2008
Memória
Hoje apetecia-me gravar em pedra
memórias do teu rosto
perdido em meu dedo vadio,
centímetro a centímetro esculpido
pelos meus olhos...
Hoje apetecia-me gritar na pedra
o silêncio que é só nosso,
que guardo em cada traço,
em cada linha,
em cada letra...
Hoje apetecia-me tocar na pedra,
cravar nela a garra dos sentidos,
o beijo dos amantes,
o suspiro imaginado,
o amanhã...
'Tou que não me entendo... (III)
Quem me roubou o tempo que era um
quem me roubou o tempo que era meu
o tempo todo inteiro que sorria
onde o meu Eu foi mais limpo e verdadeiro
e onde por si mesmo o poema se escrevia
Sophia de Mello Breyner Andresen
sábado, 18 de outubro de 2008
'Tou que não me entendo... (II)
Alma perdida
Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!
Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou!
Toda a noite choraste... e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!
Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh'alma
Que chorasse perdida em tua voz!...
Florbela Espanca
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