segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Destes dias

Regressei hoje a Lisboa, depois de uma semana fora. Foram dias de festa, de fechar assuntos, de tratar de papéis. De coisas prosaicas, como pagar contas, e de outras tão únicas como enviar pedidos de proclamas para vários sítios (é o que dá termos andado a saltar de terra em terra ao longo da vida). De algumas conversas muito boas, como a da M. que chorou ao telefone quando lhe disse que me ia casar e me confessou a sua alegria ('era uma coisa que eu sabia que te fazia falta e que me entristecia, porque tu merecias...').

O fim de semana foi diferente, fora de casa, em voluntariado. Alguns conhecidos, muitos desconhecidos. E mimos-surpresa. Como a daquela senhora já de idade que resolveu dar-me uma prenda em frente de toda a gente, dizendo que identifica, no meu percurso de vida, muitas coisas idênticas ao dela. Ou de um outro alguém que resolveu dizer que Lisboa não me 'estragou' (i.e., não me subiu o poder à cabeça lá por ter andado algum tempo em cargos de chefia) e que era bom ter-me de volta. Ou o abraço enorme e apertado do R., ao chegar a sua casa, Domingo ao fim da tarde, depois de dois dias longe (as saudades não se contam pelo número de dias, sabem?)

No comboio trabalhei e dormi, de tão extenuada que me sinto. Ao fim de umas semanas em turbilhão, cansada de tentar entender algumas pessoas, sinto que agora começo a descansar a minha cabeça e a retomar a minha tranquilidade feliz. Foi muito importante esta semana para retomar o equilíbrio, para me sentir de volta a mim mesma. De alguma forma, todos estes mimos e outros mais fizeram-me bem. Volto a sentir um carinho grande das pessoas que me deixa (como sempre que ando assim meia perdida) a olhar, mas que me ajuda a ver de outra forma e a voltar à superfície. E é por isso que, no meio do cansaço, descanso.






quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sawabona. Shikoba. :)

Tenho andado desaparecida daqui, eu sei. Muita coisa no mundo lá fora, um turbilhão por dentro acompanhado por muitos afazeres por fora. O Gato e eu vamos casar a 30 de Abril (ainda não sabiam, pois não?) e temos, por isso, muito para fazer.

Para além dos preparativos propriamente ditos, há todo um conjunto de novos mundos a serem criados. As casas, os planos sobre onde viver, como gerir os trabalhos, o que continua a ser de cada um, o que passa a ser comum, as famílias. Quem pensa pouco se calhar vive melhor, porque vai-se deixando passar pela vida. Quem pensa muito, como aqui a je, às vezes precisa de entrar em baixa rotação, tal a forma como centrifuga. Sobretudo quando sente que nem todos os que gostava de ter perto têm disponibilidade para tal. Mental, não física. É uma questão de sintonias: às vezes não existem na mesma proporção para dois lados. E nem sempre é fácil lidar com estas constatações.

Ando assim, oscilante, um pouco como o tempo, ora lento, ora vivaço. E nesta oscilação, o meu lado solitário tornou-se mais presente. Não é uma solidão feita de silêncio. É feita de espaço meu, individual, no meio de toda a gente que vai compondo os meus dias. O espaço onde me tento entender, onde rumino, onde arrumo os pensamentos. Que às vezes é feito de espaço físico, porque há sítios onde não me apetece estar.

Entetanto, chegou-me ao mail, pela mão da Marisa, este conjunto de pensamentos que me fizeram sorrir. Porque, em grande parte, reflectem o que penso e sempre pensei: ama-se não porque se precisa de companhia ou porque não há ninguém melhor, mas porque se olha para o outro e se gosta do todo que ele é. E é-se amado porque alguém olha para nós e gosta do todo que somos. E o amor de dois todos é bom, muito bom. :)

Bom dia de sol para vocês...






PS - Para as meninas cá da toca (sim, conversa de gajas): já tenho vestido, lindo, lindo, mas não posso mostrar aqui porque o Gato veria! ;)