N.

Chegaste cá hoje, embora já há muito tempo tivesse pensado em abrir-te a porta da minha toca. Eras, aliás, o próximo a quem tencionava mostrá-la. Porque também és um amigo, porque te reconheço muitas qualidades que gostaria de ter. Nunca to disse, mas há alturas em que, antes de actuar, me lembro de ti. É bom termos referências e tu, para mim, és uma delas. Pela inteligência, pela ponderação. E pelo desvairamento tão teu e que me consegues pegar de vez em quando, o que me faz muito bem, por me afastar das minhas tendências de auto-controlo.

Tenho para ti uma dívida de gratidão imensa. Tu não o sabes, mas é a ti que devo o alargar de horizontes que hoje traz sal à minha vida. Por tua mão o meu mundo abriu-se em inúmeras janelas, numa lufada de ar fresco que me trouxe amigos preciosos e uma vida cheia. Por muito temporária que possa parecer, é um tesouro que tenho e parte só de mim conservá-lo depois de cada um ir para seu lado. Mas tenho tempo para construir bases que me conservem os amigos.

Tu és, sem dúvida nenhuma, um deles. E é um privilégio abrir-te a porta e convidar-te a entrar...

Bem-vindo, meu amigo...