segunda-feira, 29 de março de 2010

Dos amores

A Farrusca, ontem, resolveu tomar conta da mana. Vai daí, ninguém, mas mesmo ninguém podia tocar-lhe a não ser a mamã. Até a avó foi vítima de um "Tu não pecebes nada!" E só faltou andar ao murro à mana mais velha que, como devem calcular, não achou piada nenhuma à protecção.

Depois dos ânimos serenados, toca a embalar a pequenina, que dormia sossegadinha no berço. Primeiro desatou a cantar o 'Atirei o pau ao gato'. Depois, calou-se. Até que recomeçou a cantar. Mas desta vez uma única palavra: "Póóóóóting... Póóóóóting..." Que é como quem diz 'Sporting'. Valha-nos Deus... Nem um dia e a cachopa já está a ser doutrinada para ser alface... ;)

sábado, 27 de março de 2010

Nasceu!

Veio ao mundo, com 41 semanas e mais de três quilos enrugadinhos a mais recente princesinha desta toca... Curiosa, a querer abrir o olho para ver quem lhe fala deste lado; dorminhoca, que não há que descansar desde o início; linda, como só as princesas são...

E esta tia olha para ela e criou aqui no coração mais um espaço de gigante. Só dela.
:)

sexta-feira, 26 de março de 2010

domingo, 21 de março de 2010

Hoje acordei assim

Tenho saudades das minhas meninas, do seu abraço, do seu riso, da sua ternura em mim. Há quantos séculos não as vejo...



terça-feira, 16 de março de 2010

Recado para mim mesma (XXV)


"...arranjaste um gajo


que não só não precisa de


e não te quer sacar cada centelha de energia


como é perfeitamente capaz


de te dizer 'amo-te'


sem acrescentar um 'se'


à frente."




Update

Vai começar nova fase de trabalho intenso. Esperam-se meses a andar para cá e para lá, num vaivém que, se me cansa, também me faz bem. Sinto-me a crescer profissionalmente e isso é bom. Talvez um dia chegue onde gostava.

Entretanto o único dente do siso que tenho (ainda bem que é só um, porque com as carradas de juízo que tenho, se tivesse os quatro não havia altar onde coubessem os meus pés), está a dar-me trabalho. Infecção, tratamento, nova infecção. Eu a querer trabalhar e o gajo a não deixar. Não me está a apetecer cortar o mal pela raiz (literalmente falando, eu diria). Vamos lá ver se escapo...

Por fim, a sobrinha não quer nascer. A mana está com um barrigão enorme às 39 semanas e os médicos dizem que está tudo muito atrasado e que ela pode ainda demorar duas semanas mais (pelos vistos, só ás 41 é que induzem o parto). Faz-me lembrar uma certa tia que ela tem e que, segundo conta a vovó, ficou lá dentro todo o tempo que pôde, nascendo em véspera de dia de revolução. Sob protesto, portanto, como eu digo. Ela bem sabe o bom que é o quentinho...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Dos olhos dos pais

Há uns anos largos, lembro-me bem do bom que era ter o meu pai só para mim uma vez por semana. Acontecia aos sábados, quando íamos para o coro onde ambos andávamos. Meia hora para lá, outra meia para cá de conversa constante. O meu pai, que sempre adorou filosofia, ensinou-me a pensar, sei hoje. É a ele que devo as valentes dores de cabeça com que às vezes fico e também esta capacidade de esmiuçar tudo.

Hoje tive direito a uma espécie de repetição. Ter a mamã em casa da mana (vem aí sobrinha!) implica ter papá sozinho em casa, à espera de companhia. Foi um almoço, um café e um passeio de conversa. Onde ele me foi perguntando dos meus amores, de como estou, de como está tudo. Onde me foi falando do que acha de mim e da forma como me relaciono com os homens. Olhos de pai a quem não conto muitas coisas, mas que vai sabendo alguma coisa de mim. A meio da conversa, e a propósito dos que já passaram pela minha vida, a frase foi: 'Nenhum deles te merecia'.

Às vezes, é nestas pequeninas frases lançadas no meio de grandes conversas que percebemos como nos vê quem nos deu a vida.

segunda-feira, 8 de março de 2010

África (I)

Há coisas que, de vez em quando, me lembram África. E me trazem saudades...



quinta-feira, 4 de março de 2010

Da velhice

Os meus vizinhos de cima vão deixar a casa (sim, para já lá se vão os gatos). São simpáticos, os gajos - apesar de me queixar, tenho pena. Mas não é por isso que me fizeram escrever.

Hoje de manhã, nas escadas (nas casas antigas ouve-se tudo), a cachopa falava com a sua vizinha do lado e deu-lhe a notícia. A senhora, já de bastante idade, não reagiu bem. Ficou desgostosa, dava para perceber. Naquela angústia tão própria de velhotes que, por viverem sozinhos, sentem que perderam um apoio importante.

Por algumas razões, sou muito sensível a coisas como estas. A esta solidão abandonada ao fim de uma vida inteira. Apetecia-me subir e abraçar aquela velhota. Dizer-lhe que, apesar da perda, vai ficar bem. Pelo menos, assim espero...





terça-feira, 2 de março de 2010

Estou...

com uma terrível fome de doces. Vou ali beber um cafezinho com uma nata e já volto...




Correcção: Podem ser duas? ;)

Dos confrontos

Estas coisas de a vida mudar e dar um salto em frente trazem-nos diferentes perspectivas e diferentes sentimentos. À flor da pele surgem muitas coisas que não esperávamos. Umas boas, outras que nos obrigam a confrontarmo-nos connosco mesmos. Ando assim, eu. Um bocadinho como as ondas, ora em cima, ora em baixo.

Costumo dizer, quando falo de mim mesma, que há aquilo que a minha cabeça sabe e há aquilo que o meu coração sente. Bom, bom, é quando os dois se põem de acordo e eu sei e sinto por dentro o que sei. Mas nem sempre isto acontece. E por isso deparo-me agora com duas estranhas situações.

Primeiro, ando-me a confrontar com coisas que sei que sou, mas não sinto como deveria. Por norma coisas positivas que, como é óbvio, nestas coisas da auto-estima, temos a mania de relegar para segundo plano as nossas qualidades. E não, não se trata apenas de um certo senhor que se lembra de me lembrar essas coisas. São várias as pessoas que, por via das conversas que vamos tendo, me vão dando assim umas chapadas valentes. Têm mais fé em mim do que eu mesma, mas estão a ajudar-me a fazer caminho. Ao fim de umas boas sovas, começamos a pensar que se calhar têm alguma razão, não é?

Segundo, ando a confrontar-me com medos fundos, vindos lá das profundezas do meu poço. Aqueles medos mais básicos em mim (cada um tem os seus), que travam o passo e me obrigam a respirar fundo antes de avançar. Interessante, interessante, contudo, é deparar-me com o estranho facto de eles, aparentemente, não terem razão de ser. É que, quando surgem (e alguns têm surgido de forma violenta), nada acontece como o meu coração assustado prevê. E isto está-me a fazer perceber que há coisas que não se repetem e que há medos que posso deixar de ter.

Bem vistas as coisas, a cabeça e o coração estão a começar a encaixar-se a sério. E aqui é que a estranheza se instala. Não estou habituada a olhar para a minha vida vendo-me como uma pessoa merecedora deste equilíbrio de quem sabe aquilo que é e aquilo que vale. E muito menos merecedora desta paz nascente onde os medos infundados não têm lugar.

É estranho, mas é real e está a acontecer. E sei que, se continuar a caminhar bem, como até agora, aquele medo último de tudo isto se desvanecer num ápice também pode desaparecer. Há ainda muito a fazer, mas eu chego lá...




segunda-feira, 1 de março de 2010