sábado, 31 de janeiro de 2009

TGV

O que fazer quando temos trabalho até à pontinha mais longínqua do cabelo e damos por nós a escorregar pelo sofá fora à procura do quente e acabamos a dormir uma enorme sesta????

Agora tenho o trabalho a-t-r-a-s-a-d-í-s-s-i-m-o-e-t-e-n-h-o-d-e-s-e-r-q-u-e-n-e-m-c-o-m-b-o-i-o-d-e-a-l-t-a-v-e-l-o-c-i-d-a-d-e-s-e-m-p-a-r-a-g-e-m-n-a-s-e-s-t-a-ç-õ-e-s. Mas ainda estou a aquecer os motores, que as ideias e os dedos não acordaram todos (sabem quanto tempo demorei a escrever estas linhas????).

Ai...

Memories

Esta banda tem a minha idade e esteve na Aula Magna. E eu canto-os hoje como há uns anos, quando pegava numa garrafa (como se fosse um microfone) e cantava com a minha irmã, a plenos pulmões, músicas como esta, que ainda hoje é uma das canções da minha vida:


Always the sun - The Stranglers

How many times have you woken up
and prayed for the rain?
How many times have you seen the papers
apportion the blame?

Who gets to say?
Who gets to work and who gets to play?
I was always told at school
everybody should get the same.

How many times have you been told
if you don't ask you don't get?
How many liars have taken your money
your Mother said you shouldn't bet?

Who has the fun?
Is it always the man with a gun?
Someone must have told him
if you work to hard you can sweat.

There's always the sun.
There's always the sun.
Always, always, always the sun...

How many times has the weatherman
told you stories that made you laugh?
You know, its not unlike the politicians and the leaders,
when they do things by half.

Who gets the job
of pushing the knob?
That sort of responsibility
you draw straws for if you're mad enough.

There's always the sun.
There's always the sun.
Always, always, always the sun...

Sons

Hoje, na minha cabeça, cantei-te isto:


Secret Garden - Bruce Springsteen

Ando a tentar descortinar que sentido pode ter (ou não) um abraço...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Distracções

Eu sou tão dada a estas coisas que só ontem reparei que tinha sido distinguida com um prémio. :S


Ó Ventania, foste mais uma brisa suave na altura! Eh eh. Mas muito obrigada pela distinção! Retribuía, mas já tens! :(

E pronto, eu agradeço e cumpro. Eis o que diz o prémio: “Com o Prêmio Dardos se reconhecem os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web."


Quem recebe o “Prêmio Dardos” e o aceita deve:
1. Exibir a distinta imagem;
2. Linkar o blog pelo qual recebeu o prêmio;
3. Escolher 15 outros blogs a quem entregar o Prêmio Dardos.”

Não sei se são 15, mas cá vão os meus distintos nomeados sem nenhuma ordem particular a não ser a alfabética. Se os quiserem encontrar, procurem aí na lista do lado:


(In)Termináveis
Apenas um Gajo
As Aventuras da Minhoca
Diário Online II
Espaço da Treta
Este Nosso Chão
Larga a Banda Larga
O Bom Sacana
Pontos de Vista
Por Tudo e Pornada
Se o Meu Apartamento Falasse...
Sempre que me Apetece
Sussurros e Respiros
Só me Apetece Cobrir
Vinte e Um Gramas

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Amanhecer

Os últimos dias têm sido diferentes. Têm sido surpreendentemente positivos. Noto em mim uma tranquilidade que há muito não sentia. Aquela tranquilidade que procuro há tanto e que, agora, estou a começar a sentir. Depois de tanta tormenta, de tantas batalhas dolorosas e infindáveis, é difícil acreditar que finalmente vai haver alguma espécie de bonança. Mas parece-me que já vai andando por aqui. Há coisas que ficaram já para trás, num passado para o qual sorrio agora, já sem dores de feridas abertas porque em carne viva. Foi difícil? Foi. Muito. Mas o pior já passou...
Sinto-me, por isso, como o amanhecer. Depois de, há muito tempo atrás, jazer sem forças, consegui sentar-me, ainda enrolada em mim. Agora, lentamente, sinto que a minha cabeça se levanta e olha o sol que desponta no horizonte. E sinto-me, ainda que devagarinho, a erguer… Sabe tão bem…


Fim-de-semana (4)

O meu fim-de-semana foi bom. Muito bom mesmo. Fui fazer um teste de personalidade, chamado eneagrama, que considera que há nove tipos de personalidades. Não sabia muito bem ao que ia, mas gostei, porque confirmei uma série de coisas que tenho vindo a descobrir sobre mim. Depois de um teste gigantesco e de uma entrevista, considerou-se que eu pertencia ao grupo dos quatros. O resto do tempo foi passado a analisar tudo o que envolve cada uma das personalidades e as influências que recebem das outras. Eu, por exemplo, tenho bastantes influências de outro número.

O 4 é o tipo de personalidade própria das pessoas cujos afectos dominam a vida. Sentem tudo intensamente, sem meios termos (tipo 8 ou 80). Isto torna-as muito acolhedoras e empáticas: a dor ou a alegria do outro é vivida como se fosse sua. Para além disto, têm tendência para a reflexão, a solidão e a introversão. Estas são as razões por que não é fácil darem-se a conhecer. E é também por isso que os quatros sentem que são incompreendidos (lembram-se de vos falar no ET? Pois...) e fogem do contacto com os outros... Não vos soa a nada? Eh eh
Mais uma característica, das muitas dadas: os 4 são normalmente pessoas criativas. Isto porque o sofrimento é, muitas vezes, libertado, de forma quase catártica, através da arte. Por isso, foi-me dito que um 4 tem o dever quase moral de procurar uma forma de arte em que se possa expressar. Não é visitar uma exposição de pintura. É pintar. Não é cantar coisas dos outros. É compor. Não é ler. É produzir. Fica mais leve, assim.
Eu ri-me. Há algum tempo, disseram-me que eu era excêntrica. Na altura fiquei a olhar, sem perceber bem o que queriam dizer. Mas a verdade é que, controlada como sempre fui, nunca me atrevi a explorar um mundo que sinto cá dentro. Estão a ver os vulcões adormecidos? Pois é. Não sei como seria a erupção e a falta de controle deixa-me desconfortável. Mas por aqui já passaram poemas e desejos de aprender a tocar, de dançar, etc. Quem sabe um dia não me deixo arrastar.

Quando em baixo, os quatros ficam como o basset hound, o cão da foto de baixo. Quase a morrer de tristeza. Quando bem, sentem-se especialíssimos, diferentes, únicos. Tal como a égua puro sangue inglês...

Podia dizer muito mais, mas não me apetece. Revi-me no que aprendi e ri-me com outras pessoas que partilham o meu 4. Foi muito engraçado ouvir e dizer 'Também fazes isso? E eu a pensar que era só eu...'
Eh eh

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

domingo, 25 de janeiro de 2009

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Vocês...

baralham-me as ideias...

Aligeirar o ar

Vamos lá aligeirar o ar que este blog, ultimamente, anda numa onda de tensões a mais.
Então vamos lá:

Ora bem… Eu não sou muito dada a obediências a Chefes, que isto de trabalhar por conta própria tem as suas vantagens. Mas pronto, de vez em quando lá há um que me apanha bem-disposta e me faz ‘bater pala’. Hoje, e só hoje, ó Chefe, está com sorte…

A tarefa que o Chefe me incumbiu de realizar é a seguinte: confessar os meus 7 Pecados Mortais tendo em conta a seguinte definição dos mesmos:
Gula: Comer a toda a hora e/ou além do necessário;
Avareza: Cobiça de bens materiais e/ou dinheiro;
Inveja: Desejar atributos, status, posses e/ou habilidades de outra pessoa;
Ira: É a junção dos sentimentos de raiva, rancor e ódio. Por vezes é incontrolável;
Soberba: Falta de humildade, alguém que se acha auto-suficiente;
Luxúria: Apego aos prazeres carnais;
Preguiça: Aversão a qualquer trabalho ou esforço físico.

As regras do desafio, por sua vez, são as seguintes:
Revelar a nossa relação com os pecados capitais;
Nomear outros 8 blogues para responder ao desafio.

Cá vai, então:
Gula: Adoro comer. De duas em duas horas, por norma, estou a meter alguma coisa à boca. E posso, que a balança nem por isso sofre comigo. Adoro em especial os extremos do chocolate – preto e branco. Bolo de bolacha. Feijoada. E outras coisas, inconfessáveis, relacionadas com outro pecado. Eh, eh... Pois…

Avareza: Nem por isso. Sou poupadinha, que a vida não está para grandes abusos e eu, como boa Taurina, gosto de segurança. Mas tenho as minhas loucuras… E não deixo de as cometer…

Inveja: Nem por isso também. Embora confesse que às vezes olho para aqueles amores assolapados e…

Ira: Contam-se pelos dedos de uma mão os meus momentos de ira. Mas quando os tenho, fujam… Marro a sério. Com toda a força. Não queiram ver. Ou melhor, não queiram sentir! ;)

Soberba: Por norma, não tenho. Aliás, o meu pecado é precisamente o contrário. Excepto quando me subestimam. Nesse caso, cresço, cresço até chegar à Lua. E depois olho para baixo. Para quem é menor. E… pffff…

Luxúria: Pois… Uma boa Taurina… Nada mais a dizer, a não ser que é muito exigente na companhia… Vão lá ver o da gula. Eh eh... Ai, ai…

Preguiça: Adooooro preguiçar. Quando posso, sempre que posso. De preferência em boa companhia! ;)

E agora, meus caros, os nomeados são todos aqueles que já comentaram algum pico meu. É que eu não consigo escolher só oito… Até podem responder por aqui que eu não me importo de ser o repositório dos vossos segredos! Eu sou um túmulo e ninguém lê isto… ;)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Inocência

O meu Piu-Piu acordou hoje às duas da manhã. Pediu para ir à casa de banho e depois veio uma frase já frequente: ‘Não quero dormir mais…’
A minha menina não gosta da noite. Não tem medo do escuro, mas sonha com monstros. Culpa de um-ser-não-humano-que-se-apelida-educadora que, no ano passado, a maltratou. Com a conivência de uma casa-que-se-apelida-infantário. Parece anedota, mas não é: perante pesadelos, chichis pelas calças abaixo ao longo do dia, agressividade, recusas em ir para a escola, etc., vários pais descobriram que havia cadeiras a prender as cabeças à hora de dormir, crianças postas de castigo na mesa dos bebés, apelidadas de ‘más’ se faziam queixinhas’ aos pais, desenhos rasgados se não estavam perfeitos (como é que aos 3 anos fazemos desenhos perfeitos?), etc. A casa-que-se-apelida-infantário foi avisada e o-ser-não-humano-que-se-apelida-educadora confirmou o seu comportamento. Mas aconteceu… nada. Pois. Quando, veio-se depois a saber, já não eram as primeiras queixas apresentadas contra a mesma figura. Nem as primeiras agressões. Nos anos lectivos anteriores existiram também. Algumas denunciadas à Segurança Social, que também não se mexeu.
No fim do ano, oito crianças abandonaram a instituição. Vão-se embora os agredidos, enquanto os agressores continuam no mesmo sítio. A casa-que-se-apelida-infantário contava resolver o problema assim: ‘os pais tiram-nos e esquecem’.
Tiveram azar, desta vez, com os pais que lhes apareceram à frente. O meu Piu-Piu está a ser acompanhado e recupera agora a alegria, a serenidade, a autonomia, a vontade de escrever o seu nome, de aprender a fazer contas e de desenhar sem ser a preto. E o caso seguiu para tribunal, passando por cima da SS, com outros que se juntaram. Para surpresa da casa-que-se-apelida-infantário, que tremeu ao descobrir que há pais que não esquecem, porque não querem para os outros o sofrimento que lhes entrou pela casa dentro.
Eu sou católica. Tenho uma Fé posta à prova várias vezes, que esclareci e aprofundei. É uma Fé discernida, madura, feita de reflexão e de escolha consciente de valores e opções. Uma Fé que me faz saber que, se há vezes em que devemos dar a outra face, há outras em que é preciso pegar no chicote para expulsar vendilhões do templo. E custa-me ver uma IPSS da minha Igreja cair nesta podridão. Eu não meto todos no mesmo saco. Considero-me uma pessoa boa que trabalha com e na Igreja e há gente muito boa nela também que faz muito, imenso pelos outros. Há padres também que nos ajudaram e que disseram inclusive ‘eu, por muito menos, já despedi muitas!’ Mas sei que basta uma ou duas figuras de responsabilidade actuarem assim para estarem a contribuir para o mal do mundo, logo numa Instituição que defende o Amor.
Quem mata a inocência de uma criança mata o vislumbre do Paraíso. Mata, por isso, Deus. E Ele, às vezes, parece tardar. Mas eu creio que Ele, apesar disso, não falha… E sabe quando usar o chicote...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Palavras para quê?

Marta (com abraços e beijos à mistura): Tiiiiiiiiiiiiiiaaaaaaaaaaaaaaa! Tu és a maior das tias! A maior!!!!

:)

Mão na mão

- Ó tia, contas-me uma história?
- Ó Piu-Piu, a tia está tão cansada que nem consegue pensar... Mas fazemos assim: eu vou sonhar com uma história e amanhã de manhã conto-ta, está bem?

Choraminguice aqui e ali - 'ai, estou a ver que o João Pestana já se sentou nos teus olhinhos...' - e o sono chegou. De repente, uma mãozinha veio agarrar a minha, ali na cama ao lado dela.

- Ó tia, dás-me a tua mão?
- Dou, pois...

Silêncio.

- Ó tia, estica tu o braço que eu já estou cansada...
- Toma lá, vá...

E o sono chegou, de mãos dadas com as duas...

Malandrices

- Não queres comer as couvinhas que a tia trouxe?
- Não…
- Anda, vá. Uma colher…
- Pfffff… (Tudo fora)
- Então pronto: tia, vai-te embora!

E lá vai a tia calçar as botas, buscar a carteira e vestir o casaco. Dá dois bejinhos à mana e ala… Mas, à última hora, uma colher entra na boca…

- Ó tia, num vai embóa!

Eh, eh. Não se faz, ‘tadinha da Farrusca!
Mas… às vezes vale tudo!

;)

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Recado (VII)

Voltámos às nossas conversas. Janeiro é um mês lixado. Esvaziado o balão das festas, ficamos vazios por dentro. O inverno atinge-nos com toda a força e instalam-se estados depressivos.

Hoje estou muito cansada, que o fim-de-semana foi arrasador, mas ainda consigo sentir. E senti impotência. Porque não posso simplesmente ir aí e dar-te a mão. Acompanhar-te, fazer-te sentir segura. Agarrar-te quando vais por ti abaixo, quando me dizes que queres estar sozinha, mas depois te sentas a conversar comigo. Gostava de te ajudar a sentir que há, haverá sempre, alguma solução. Que, por detrás dos espinhos, há um mundo precioso que um dia ainda vais descobrir...

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Respostas

Não gosto de não me perceber. Baralha-me o esquema. E como não percebi porque é que de repente me apeteceu colocar os pés na terra (logo no momento em que mexem comigo e me fazem apetecer 'voar'), sentei-me com alguém que me conhece muito bem a tentar descobrir. E descobri.

A razão é bem mais simples do que parece. Eu sonhei alto. Muito alto. E acabei a sofrer desmedidamente. Por essa razão, fechei a sete chaves o meu mundo de sonhos. E, apesar do que sinto, não o abri ainda.
Neste momento, qualquer pontinha de sonho, de ilusão, de fantasia faz-me ficar desconfiada. O meu coração ainda se lembra do que sofreu e não deixa que eu me espraie dentro dele. Só aguenta o que é real. Os olhos nos olhos, as conversas francas.
É mesmo uma questão daquilo que aguenta. A fragilidade é muita e já me parti em pedacinhos mil e uma vezes por coisas que os outros considerariam mínimas, ao longo destes meses. E cada vez que acontece é uma verdadeira tortura.

Embora tenha ficado moída por dentro, sei que isto é verdade. E saber, em mim, é o primeiro passo para resolver.

Um dia descubro qual é...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

...


"Sabes os jardins suspensos da Babilónia? Ficavam em muros altíssimos, mas ao longe via-se o verde e as cores, e perto sentia-se o perfume... Deixa que as pessoas gostem ATÉ desses muros... Mesmo sem os invadir. Nem é difícil - é seres tu mesma, na mesma..."

De rir...

Ontem, no msn, outra conversa. Alguém do lado de lá que desabafava resolveu dizer-me que eu era gira, atenta, concentrada, directa, amável, curiosa, etc. Fez-me ali uma descrição daquilo que vê em mim, o que é sempre bom, já que eu tenho imensa dificuldade em perceber a imagem que passo para os outros (sou um bocado cegueta desse lado).
E rematou de uma maneira que me fez lançar uma sonora gargalhada:
"Aqui é que a porca torce o rabo: como é que uma gaja inteligente pode ser até apetecível?"

Ó almas... Quando é que os homens vão aprender que por trás de uma mulher inteligente se esconde muito mais do que um cérebro? Que é muitíssimo mais interessante uma mulher que vos permite pensar e sentir de tudo um pouco do que outra que apenas vos dá umas horas de 'diversão'?

Se querem a segunda, vão dar um giro lá por outras bandas a ver se encontram. Por aqui só encontram uma gaja inteligente que gosta de pensar, sentir e ser. Tudo. Até o que um homem pode considerar 'apetecível'.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Saborear...

...a Beleza
...a Tranquilidade
...a Harmonia
...a Cumplicidade


Momix

Penso che ogni giorno sia come una pesca miracolosa
e che bello restare sospesi su di una soffice nuvola rosa
io come un gentiluomo, ed tu come una sposa
mentre fuori dalla finestra, si alza in volo soltanto la polvere,
c'è aria di tempesta.
Sarà che noi due siamo di un altro lontanissimo pianeta
ma il mondo da qui sembra soltanto una botola segreta
tutti vogliono tutto per poi accorgersi
che è niente,
noi non faremo come l'altra gente
questi sono e resteranno per sempre
i migliori anni della nostra vita,
i migliori anni della nostra vita.
Stringimi forte che nessuna notte è infinita,
i migliori anni della nostra vita

Stringimi forte che nessuna notte è infinita
i migliori anni della nostra vita.

Penso che è stupendo restare al buio abbracciati e nudi
come pugili dopo un incontro, come gli ultimi sopravvissuti,
forse un giorno scopriremo
che non ci siamo mai perduti
e che tutta quella tristezza in realtà non è mai esistita.
I migliori anni della nostra vita,
i migliori anni della nostra vita.
Stringimi forte che nessuna notte è infinita,
i migliori anni della nostra vita.

Stringimi forte che nessuna notte è infinita,
i migliori anni della nostra vita.

Renato Zero: Album "Sulle tracce dell'imperfetto", 1995

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Pão, pão, queijo, queijo

Hoje, e em virtude dos últimos posts, duas pessoas disseram-me que eu estava apaixonada. Já imaginava que tivesse reacções dessas. Mas não considero que o esteja.
De facto, uma coisa é alguém mexer connosco, outra é haver aí outra coisa qualquer mais profunda. Que eu não descarto. Mas que também não assumo. Pelo menos por agora.

Não gosto da palavra 'apaixonada'. Prefiro mil vezes 'enamorada'. Acho que dá para ver a diferença: a paixão é efémera, o amor não. E, por isso, eu prefiro enamorar-me de um homem a apaixonar-me por ele. Porque isso implica que o vejo por dentro, naquilo que ele é, e assumo que gostaria de o ter para mim e para sempre. No que tem de bom e no que tem de mau. Com amor, por amor. Esta é a relação que vale, ou valerá, a pena.

Por agora, vou-me deixando sentir tudo. E sinto muito mais do que ficou espelhado naquele post. Mas as relações são o que são e eu também tenho o meu feitio. Não digo tudo, digo apenas o que acho que devo dizer. Sobretudo aqui, onde tenho vizinhos à janela (que bom que é tê-los, confesso). E faz parte de mim, isso garanto, não andar atrás de ninguém. Se há coisas que detesto é 'homens-cola'. E, por isso, eu também não me colo. Dou pistas, dou espaço. Quem vem, é bem recebido. Quem não vem... Para bom entendedor meia palavra basta, não é? Se não me seguem o passo, é porque não estão interessados. E eu não tenho feitio para correr atrás, tipo cordeirinho.

Neste momento, a minha vida é como o ramo de árvore da foto aqui em baixo. Foi tirada por mim no primeiro dia do meu Natal e adoro-a. É a metáfora perfeita da minha vida: muitos caminhos, muitas encruzilhadas. Vou andando no meu labirinto, sem saber bem para onde, à procura do seu caminho principal. E espero que, em alguma encruzilhada, haja uma mão estendida. De alguém, seja quem for, que tenha tido a coragem para entrar e procurar por mim.

Até lá, não descarto nada. Mas também não assumo nada. Limito-me a sentir e a considerar todas as opções. Sou livre e, como tal, posso-me dar ao luxo de escolher aquele que me merece por inteiro. Aquele que se esforça por me descobrir, porque reconhece o tesouro que sou. Por isso... logo se vê.

Reflexão

No dia em que os nossos governantes forem governantes a sério e pensarem naqueles que os elegeram e nos que hão-de vir e farão o mundo de amanhã, coisas como esta deixarão de existir. Mas isto só acontecerá se deixarem de andar a brincar aos cowboys como putos imaturos e caprichosos que preferem andar à bulha a resolver os problemas. Hoje em dia já não há um lado certo e um errado. Todos cometeram erros, todos devem esforçar-se por encontrar um caminho pacífico, feito de cedências de parte a parte. De compromissos A cumprir. Mas temo bem que não estejam minimamente interessados...


Entretanto, as crianças não esperam. Vão crescendo no meio da guerra. E o que me assusta é que ela se torna 'a normalidade'.

Conversa matinal

John Doe: Grande post. O que me ri sozinho à noite quando o li.
Eu: Porquê?
John Doe: Porque finalmente te vi escrever assim. Puseste a boca no trombone, mulher.
Eu: Continuo sem perceber...
John Doe: Porque finalmente te vi colocar as coisas clarinhas como água sem ser apenas para mim. Está um post excelente que não pensei que alguma vez escrevesses.

Eu: Adianta muito... Ele não sabe do blog. Mas há quem vá perceber, quando ler. O que já é um grande passo para mim.
John Doe: Mmm... Por caminhos travessos lá vai ter. Ah, mulher, és das duras. És assim de nervo.

Eu: ?
John Doe: Tens nervo quando é preciso. Consegues ser delicada, carinhosa, doce, sensível. E quando precisas mandas um post duro como aquele. Porque está duro. Aliás, os últimos estão todos muito duros.
Eu: :) É. Eu sou muito pão, pão, queijo, queijo.
John Doe: Eu sei. E por isso és adorável.
Eu: O meu preciso problema é quando deixo de ser assim e cedo em demasia.
John Doe: Mas isso são coisas que vais afinando.
Eu: Claro. Isto também é uma afinação. É uma afinação de sentimentos.
John Doe: Deixo-te trabalhar, mas não podia deixar passar esta oportunidade de te dar um beijo enorme por mais essa conquista tão tua, tão preciosamente tua.
Eu: Tu és cá um cromo...
John Doe: Eu? Porquê?
Eu: Porque vibras com isso. Eu acho piada à forma como vês isto. Fazes-me ter outra visão da coisa. Muito engraçado o facto de achares que não me tinha mostrado assim ainda.
John Doe: A mim sim, mas não ao mundo.
Eu: Ontem fartei-me. Fartei-me de pensar, fartei-me de sentir. O post veio do rebentar.
John Doe: Eu sei. Se pudesse tinha mandado uma gargalhada bem sonora.
Eu: :D Só tu...
John Doe: E tu... No inverso fazias o mesmo. Por isso cala-te....
Eu: Pois fazia, tens razão. Não sei, olha. Já pensei em o apagar mil vezes, mas depois... Depois, olha... Fica e pronto!
John Doe: Eu sei. Pensei até que já o tivesses apagado. Mas ai de ti que o apagues! É preciso fazer cópia de segurança???? É que faço copy paste ao meu e digo que foste tu que escreveste!
Eu: Eh eh. Não é preciso. Ele vai ficar.
John Doe: Acho bem. Não ponho nenhum comentário. Zero. Já esteve para estar, mas não coloquei. Ainda por cima ia sair algo do género: Há homens tão burrinhos...
Eu: :D
John Doe: Dá Ele nozes.... Credo… Há uns que não querem saber o que perdem, há outros que sabem, mas não podem.
Eu: És tão tolo... Acho que vou enfiar parte desta conversa no próximo post...
John Doe: Estás à vontade, minha amiga.

Fim-de-semana (II)

Estive contigo este fim-de-semana. Tu não estavas a contar ver-me, disseste-me. Pois é, mas eu sabia que ias estar lá. E fiquei, por isso, à espera de te encontrar.
Estiveste pouco tempo, tinhas coisas para fazer. Mas o tempo que estiveste deu para comprovar uma sensação que tinha. Tu mexes comigo. E, ou eu me engano muito, ou mexo contigo também. Ou então é tudo fruto da minha imaginação. Não sei. Sei apenas que houve olhares e sorrisos trocados, muito poucas palavras, um abraço sentido à chegada, outro à partida, que não nos bastam dois beijos na cara (nem sei, honestamente, se nos beijámos, mas do abraço não me esqueço). Nós conhecemo-nos há anos, conhecendo-nos apenas há pouco tempo. Já constatámos isso.
Não nos aproximámos muito. Eu não consegui e acho que contigo aconteceu o mesmo. Mas tenho a sensação que tu me sentiste lá como eu te senti. Fica a sensação. Talvez a comprove algum dia, talvez não.

Entretanto, uma conversa com uma amiga (hábil, deu-me bem a volta, pôs-me a falar) fez-me pensar. Disse-me ela que às vezes fica a pensar que que há pessoas que deviam estar juntas. 'Há uns tempos, não sabia eu que vocês não se conheciam, dei por mim a pensar que não percebia porque é que não namoravam...'

Pois... Não sei porquê, acho que há mais a pensar isso... Conversas de outras alturas, pequenas coisas ditas...

Não conheço o futuro. A julgar pelo que vejo, este não leva a nada, de tão atados que somos. E não sei se não olharás para mim como uma menina, que não sou, e não como uma mulher. E tenho pena. Porque tu vales a pena. Mas estes desencontros acontecem com alguma frequência, não é?

Enfim... Logo se vê...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Telégrafo

Hoje disseram-me que andava um bocado telegráfica no blog. E pediram-me para não morder em ninguém. Eu não mordo, pelo menos assim. Eh eh
Fiquei a pensar no que me fez ficar telegráfica. Só há uma palavra: frustração.
Sinto-me parada no cais, quando só me apetece voar. Mas tenho de esperar. E sinto-me insatisfeita. Frustrada. Ponto.

Sol

Fui tomar café. Está um sol esplendoroso lá fora e eu aqui a trabalhar. Vou juntar as duas coisas e vou para a biblioteca da Universidade. Para junto de uma das janelas rasgadas, onde vejo o horizonte. Onde o sol beija a terra.

Hoje preciso de sol. Vou procurá-lo.

Até logo.

Fim-de-semana (I)

Sexta-feira não foi um dia bom. Foi um dia de rolar outra vez pelas escadas abaixo. De sentir cada pico a roer a carne. Talvez por isso, o fim-de-semana, que ia ser de gente à volta, parecia e não parecia convidativo. Espairecer é bom, mas quando sentimos vontade de nos deitarmos em posição fetal na cama e cobrir a cabeça, torna-se complicada a ambivalência.
Mas fui, como é óbvio, que a minha presença era fundamental. Apesar do cansaço, tudo correu bem. Mas houve momentos em que me apeteceu fugir.
Na noite de sábado, e porque havia necessidade de criar empatia entre as pessoas, o serão foi de paragem. Sob o imaginário d’O Principezinho, trabalhámos a nossa imagem e a confiança nos outros.
Num dos momentos, a partir da história da rosa que o Principezinho amava perdidamente, foi-nos pedido que, em dez pétalas de cartolina, escrevêssemos dez características nossas que achássemos relevantes para a função que desempenhamos no grupo. No fim, quando todos achávamos que íamos construir a nossa rosa, foi-nos pedido que déssemos as nossas pétalas a dez pessoas diferentes que achássemos que partilhavam connosco cada uma das características. Esse momento foi, para mim, surreal. Porque nas minhas andanças, ia dando e recebendo. Uma após outra. Inúmeras.
No fim, tinha dado dez. E tinha recebido dezanove…
Qualquer pessoa teria ficado feliz pela quantidade de pétalas recebidas. E eu fiquei. Mas enrolada como estava nas minhas dores, não foi fácil lidar com uma rosa feita de perseverança, criatividade, espírito de serviço, persistência, gosto pelo que faço, convicção nas minhas ideias, entusiamo (a duplicar), responsabilidade, frontalidade, perfeccionismo, experiência de vida, perspicácia, alegria, altruísmo, vocação, capacidade de análise, compaixão.

Stressada estava (outra característica que alguém que me conhece me deu) e mais stressada fiquei. Custou-me imenso compor a flor, ficou feia como os trovões. Sem forma. Mas vou guardá-la, para que me lembre.

Senti-me acarinhada. E foi difícil aceitá-lo. Porque me senti transparente.
Raios partam as muralhas…

Recado (VI)

Será que, das flores que distribuis, alguma é para mim?

Pego ou não pego?

domingo, 11 de janeiro de 2009

Recado (V)

Não gosto de entrelinhas. Tenho sempre medo de estar a entender tudo ao contrário. Não me apetece iludir-me mais.

sábado, 10 de janeiro de 2009

O saber não ocupa lugar

Vi aqui e não resisti a pôr na minha toca. Isto porque o saber não ocupa lugar e temos de nos manter informados. Quem não souber do que se trata, 'fáxavor' de investigar durante o fim de semana, aproveitando que não vem cá fazer nada porque o Ouriço vai desopilar (salvo seja).


Eh eh...
Um excelente fim de semana... ;)

Os amigos no espaço

Ontem, estive à conversa com um amigo com quem, se se proporciona, acabo à conversa sobre coisas que eu sei que o preocupam. Cá o meu lado, não sei se estão a ver, normalmente ouve, não partilha... Eu igual a mim mesma, como sempre. Eh eh.
Ontem a conversa resvalou para os amigos. Meteu-se agora numa série de projectos que lhe roubam muito tempo aos amigos e à namorada. E os primeiros passam a vida a queixar-se. A passagem do ano foi passada a ouvir lamúrias. E ele a sentir-se dividido entre os sonhos e os outros.
Fiquei a pensar naquilo.
Por um lado, sabe muito bem ter um grupo à nossa volta que nos ampara. Eu tenho um, mínimo, e que amparo mais do que me ampara a mim. Amigos, amigos, a sério, daqueles que me conhecem do avesso, um único, recentíssimo. Tudo o resto gravita à minha volta, mas vão conhecendo o que eu quero mostrar. Só. Sinto alguma inveja daquelas tertúlias que se vão criando e onde há mãos à farta. Ao mesmo tempo, não sei se isso existe ou se é fruto da minha imaginação.
Por outro lado, quer se trate de bons amigos ou amigos de circunstância, às vezes é importante ensinar-lhes qual é o espaço de cada um. Porque nem sempre os amigos conseguem discernir até onde podem ir. E, na sua boa vontade, nos seus desejos ou nas suas atitudes, acabam por exigir de nós o que não queremos ou não podemos dar.
E a amizade, para mim, antes de mais, é respeito. Um bom amigo é pouco ou nada invasivo, um bom ouvinte e honesto. Entende as presenças e as ausências. E aceita que é preciso espaço. Muito ou pouco. Espaço.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Constatação

Cada vez mais me convenço que as coisas são como eu penso que elas são e não como os outros me tentam convencer que elas podem ser...

Do caos (II)

Há uns dias atrás, alguém me dizia, muito sabiamente, que a célebre frase 'do caos nasce a ordem' é um engano. Isto porque a ordem, pelo menos como eu a entendo, não existe. Aquela ordem final, a partir da qual tudo se conjuga de forma perfeita e definitiva, é um mito.
Por essa razão, chegámos à conclusão que esta frase, aplicada a mim, é uma fantasia impossível. Melhor seria ter a consciência de que 'do caos nasce a arrumação'. Isto sim. No ano que passou desorganizei-me toda por dentro, retirei tudo dos 'armários' de minha casa. Olhei o caos, senti-o na pele, de todas as formas e feitios. E agora, ainda no caos, estou a arrumar. A escolher meticulosamente o que quero conservar e o que vou deitar fora. Eu, que nunca fui criatura de grande pontaria, ando de caçadeira na mão a escolher os alvos. Isto sim! Arruma! Isto não! Pum!
A frase que se seguirá será 'do caos nasce a harmonia'. Porque depois de tudo arrumado, espero olhar à volta e ver uma vida harmoniosa. Onde exista sempre algo para mudar de sítio. E onde seja possível sentir satisfação e tranquilidade, apesar dessa ausência de ordem perfeita e definitiva. Primeiro comigo. Depois com os outros.
Até lá chegar, vou-me deixando sentir a confusão. Neste momento sinto tudo, esquadrinho tudo, escavo, escavo, escavo. Às vezes percebo-me. Às vezes não. Ontem dei por mim a rir de mim mesma por causa deste 'nonsense' todo. Mas gostei de conseguir olhar para mim e rir. Há muito tempo que não gozava comigo mesma e ultimamente tem-me vindo a acontecer outra vez. Um excelente sinal, porque só acontece quando eu me sinto bem por dentro.
Eu amo este caos. Porque me vai trazer arrumação e harmonia. Botão off? Não quero... Eh eh

Do caos (I)

Às vezes sentimos apenas o caos. A confusão total.
Mas sentirmo-nos baralhados não é mau. Pelo contrário. Significa apenas que estamos a descobrir novos caminhos.
Engraçada é a forma como reagimos à confusão. Podemos olhá-la de frente e tentar resolvê-la. Conversando, procurando, actuando.
Ou podemos sentir as fundações tremer tanto que fugimos. Silenciando, deixando que os outros se mexam, inventando desculpas.

Cada um sabe de si e Deus sabe de todos. Eu cá gosto cada vez mais da primeira reacção. Venço os medos. Vivo mais.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Problema II

Por mais que eu anseie por uma vida tranquila, feita de paz e de sossego num abraço quente, eu sei bem, cá dentro, naquelas alturas em que não me engano a mim mesma, que sou incapaz de viver sem um turbilhão de pensamentos, a minha falta de jeito, as minhas distracções, manias, ideias (completamente) peregrinas e fantasias, os meus problemas existenciais, o meu sentido de humor oscilante, a minha desarrumação interior e exterior, os meus medos e certezas, a minha necessidade de solidão, etc., etc., etc.

Fazer o quê?

Botão off... Volta, que estás perdoado!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Problema I

Tenho andado com a cabeça aqui dentro:


Disseram-me que experimentasse pô-la aqui:

Não me parece... Está muito frio...

Queria era encontrar este botão:


Mas não há!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Recado (IV)

Hoje sentámo-nos as duas a conversar. Li um 'não me apetece estar sozinha' e fiquei contigo ali. 'Falámos' horas. Contaste-me aquilo que pouquíssima gente sabe de ti. Talvez porque já te reconheceste em mim. Talvez porque tenhas sentido o meu lado de cuidadora.
E eu procurei cuidar de ti. Dei-te a mão, disse-te aquilo que nunca ninguém te disse. A perspectiva que te faltava para perceberes que nem todos são iguais. E tu não sabes, mas chorei contigo. Chorei por ti. Por aquilo que não mereceste que acontecesse, pela Mulher que és sem saberes que o és. Eu gosto de ti. És pura, genuína. Um tesouro. E um dia vais descobrir isso. Eu sei.
E não te preocupes: eu vou lá estar para ver. Mas muito antes desse dia vais receber de mim um abraço apertado. Aquele que agora não te posso dar, mas que te fica prometido. E eu cumpro.

Velhice

Que me doa a minha anca até aceito. Lesão antiga, um dia dá sinal de si e nada a fazer. Agora, que me doa o joelho, não pode! Nunca tive problemas de joelhos!
Ai... Estou a ficar velha...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Dos Amores Perfeitos

Hoje, quando fui tomar café, deu-me uma vontade súbita de passear. Como posso ter estes caprichos, deixei-me ir por eles. Na minha cidade há dois jardins quase lado a lado. Um moderno, outro antigo. Parti do primeiro - amplo, arejado - para chegar ao segundo. Muito mais intrincado, um daqueles jardins de solar antigo, que antes só alguns olhos divisavam e que hoje é de todos.
É um jardim muito bonito com um toque oriental. Há um pequenino reduto de bambus, uma ponte ornamentada que cruza as margens de um lago cheio de patos e peixes, cascatas. Há muitos espaços de descanso, alguns dos quais escondidos, bem a gosto dos namorados.
Numa das alamedas, há inúmeros vasos. Num deles vi uma mancha roxa e aproximei-me para ver do que se tratava. No meio de muitos, murchos, estava um amor-perfeito, belo, vertical e solitário. Os amores-perfeitos são outras flores a que sou particularmente sensível. Pela sua beleza complexa. Talvez por isso tenham o nome que têm.
Sorri à analogia. Um Amor Perfeito nunca é um amor fácil. É feito de encontros e desencontros, de certezas e dúvidas, de dádivas e cedências. De entendimento, acima de tudo. Por isso, é com frequência que, hoje em dia, encontramos apenas um - belo, vertical e solitário - no meio de muitos murchos.

Estava frio, mas o passeio soube muito bem. Cheguei com a cara gelada e um sorriso. Uns minutos para repetir.


Retrospectiva

O Ouricito não costuma postar em dia de 'Prisão de Palavras'. Mas hoje apetece-lhe... Talvez porque desarrumou a casa toda. Para voltar a olhar para momentos passados. Para se deixar sentir o que não quer sentir. Para arrumar mais um pouco as tralhas que ainda andam pelos cantos.
Amanhã é Dia de Reis. Mas tenho a impressão que o meu Natal termina hoje. E acompanha-me uma canção de Natal já antiga, dos meus tempos de españolita, que poucos conhecerão. É mais um sonho do que outra coisa. Um dia chego lá.


Gloria Estefan - Más allá

Mapa

Hoje encontram-me aqui...

domingo, 4 de janeiro de 2009

Festas

As minhas festividades acabaram hoje, com a festa de anos do meu Piu-Piu. Um dia de brincadeira, claro. Voltámos às histórias, às escondidas, às maquilhagens (ai, que boa cobaia sou...). E às cantorias. Imaginem lá dois pingos de gente em cima de duas cadeiras com garrafas de litro e meio à frente a fazer de 'micofone'. E a cantar... o hino nacional, pois claro! Eh eh eh eh... Só visto!!
A meio da tarde quem caiu para o lado fui eu (já não tenho idade para isto). A ver um 'vvd' da Pipi das Meias Altas passei pelas brasas (que é o mesmo que dizer que adormeci mesmo). Acordei com os dedos cheios de verniz. A Luísa também tem a mania que é esteticista...

sábado, 3 de janeiro de 2009

Gostos

Um gato resolveu visitar a minha casa. Curioso, o gajo... Ainda pensei em atraí-lo, mas estava bem tratadinho, pelo que me pareceu que já tinha poiso. Resolveu foi alargar os horizontes...

Eu gosto de gatos. Mas prefiro os cães. Se pudesse tinha uns quantos em casa, recolhidos das ruas. Mas não tenho um quintalito e não me parece justo tê-los fechados entre quatro paredes pequeninas. Um dia... Ai, um dia... Um dia, vingo-me! E ainda hei-de ver as minhas meninas a brincar com um, oferecido por mim, tal como fizeram comigo há muitos anos. Quando tiver a certeza que a minha irmã não me mata!

Por fim, mais um. Gosto de cavalos. Desde pequena foram uma paixão. Sei lá porquê, mas até muito tarde passei horas a desenhar cavalos. Ao pormenor. Ainda hei-de aprender a montar. Mais um projecto.

E assim se completa o trio. :)

Laços

Hoje o meu Piu-Piu faz anos. Uma mão cheia deles. E parece que foi ontem que a vi pela primeira vez.
Está grande, a minha M. Por dentro e por fora, apesar de já lhe terem tentado roubar o seu mundo de fadas e sonhos. Mas tem sorte, porque tem em nós mãos fortes que a amparam e a ajudam a recuperar. E quando a vejo a sorrir, sei que vai ficar bem.
Hoje liguei-lhe e ouvi silêncio do outro lado da linha. Estava envergonhado, o meu Piu-Piu, por eu lhe dar os parabéns! Disse-mo assim, tal e qual. É bom ouvi-la expressar o que sente (já sabe verbalizar, o que não é muito comum). E ver como os olhos brilham quando chego. Não há nada que me aqueça mais o coração do que sentir dois bracitos à volta da minha cintura e ouvir uma vozita a dizer 'Tinha saudades tuas...'
A M. não é minha filha. Mas não imagino de forma diferente o amor de mãe.

Doçura


Terence Trent D'Arby - Delicate

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Desabafo

Hoje sinto-me acarinhada. É um sentimento estranhíssimo. Chega a ser assustador. Porque antevejo o esboroar da pedra...

Gostos partilhados

Eu sou uma pessoa musical. Já me chamaram ‘ave canora’ e não se enganaram: canto razoavelmente bem e canto muito. Não há viagem que faça que não passe o tempo à procura de algo para ouvir e acompanhar (tenho de arranjar um carro com leitor de cds…). Canto em casa, canto com as minhas sobrinhas, em qualquer lugar. Ajoelho-me com a criançada que acompanho, por passatempo (e acho que vocação), e canto. Vejo alguém a tocar guitarra e sou logo atraída pelo som. E ouço música. Muita. Tenho os meus gostos, claro. Alguns vocês conhecem, outros não. E, porque as letras fazem parte da minha vida, procuro os sentidos escondidos da poesia. Gosto de sentir o que canto.
O meu pai tem um ouvido absoluto. Ensinou-me algumas coisas. Fui soprano num coral durante anos. Solista, até, embora sempre detestasse as apresentações públicas. Porque o que sempre apreciei foi o prazer puro de cantar. A capacidade que tínhamos de misturar quatro vozes até à harmonia perfeita. Outra forma de cumplicidade.
Às vezes penso no que poderia ter acontecido se tivesse seguido o que os testes psicotécnicos do liceu indicavam: música. Mas nunca me debrucei muito sobre o assunto. Não tinha futuro, pelo menos por aqui. Também nunca aprendi solfejo, nem a tocar um instrumento musical. Nunca tive tempo, sempre andei numa roda-viva. Mas é este ano que vou aprender a tocar guitarra.
Não é ela, contudo, o meu instrumento de eleição. Das coisas que tenho mais pena é de não ter calhado aos meus pais, por herança, o piano da minha avó… Que eu nunca soube tocar, mas que sempre exerceu um fascínio enorme sobre mim… O piano, sim, é um amor.
Tenho saudades do piano da minha avó… De ouvir tocar assim:


Michael Nyman - The heart asks pleasure first

Casa

Hoje, em conversa, relembrei uma coisa que aprendi há uns tempos, no momento em que decidi dar a volta e virar à direita no caminho. Quem percebe mais disto do que eu disse-me que eu sou uma ‘cuidadora’. Nada a fazer. Eu sou, por definição e essência, uma pessoa preocupada com os outros. Aquela mão sempre estendida, aquela palavra amiga, aquela que todos procuram quando há um problema. Que todos escutam, por não julgar e por apresentar um discurso coerente e lógico. Sou a casa de toda a gente. O problema é que ninguém é a minha casa. Eu não deixo... Raios partam os medos.
Mas estou a tratar do assunto... Afinal, não há muralhas intransponíveis, pois não?

Dia 1

O meu dia 1 foi bom das 0.00 até às 23.59...
Foi mesmo bom...
:)

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Mais uma...

Mais uma toca onde os meus ouvidos descansam...