Ontem, estive à conversa com um amigo com quem, se se proporciona, acabo à conversa sobre coisas que eu sei que o preocupam. Cá o meu lado, não sei se estão a ver, normalmente ouve, não partilha... Eu igual a mim mesma, como sempre. Eh eh.
Ontem a conversa resvalou para os amigos. Meteu-se agora numa série de projectos que lhe roubam muito tempo aos amigos e à namorada. E os primeiros passam a vida a queixar-se. A passagem do ano foi passada a ouvir lamúrias. E ele a sentir-se dividido entre os sonhos e os outros.
Fiquei a pensar naquilo.
Por um lado, sabe muito bem ter um grupo à nossa volta que nos ampara. Eu tenho um, mínimo, e que amparo mais do que me ampara a mim. Amigos, amigos, a sério, daqueles que me conhecem do avesso, um único, recentíssimo. Tudo o resto gravita à minha volta, mas vão conhecendo o que eu quero mostrar. Só. Sinto alguma inveja daquelas tertúlias que se vão criando e onde há mãos à farta. Ao mesmo tempo, não sei se isso existe ou se é fruto da minha imaginação.
Por outro lado, quer se trate de bons amigos ou amigos de circunstância, às vezes é importante ensinar-lhes qual é o espaço de cada um. Porque nem sempre os amigos conseguem discernir até onde podem ir. E, na sua boa vontade, nos seus desejos ou nas suas atitudes, acabam por exigir de nós o que não queremos ou não podemos dar.
E a amizade, para mim, antes de mais, é respeito. Um bom amigo é pouco ou nada invasivo, um bom ouvinte e honesto. Entende as presenças e as ausências. E aceita que é preciso espaço. Muito ou pouco. Espaço.
SANTO ANTÓNIO ou O AMOR SECRETAMENTE PEDIDO
Há 5 meses
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