terça-feira, 26 de janeiro de 2010

De hoje

Dia de cansaço extremo. Depois de um fim de semana extenuante de emoções e trabalho, num mês extenuante de trabalho e emoções, começo a parar, não porque o trabalho ou as emoções tenham acabado, mas porque estou 'de todo'.

Tenho a sensação de que passei por uma erupção vulcânica ou por um tornado, tal é a reviravolta que me sinto a dar. Às vezes, sinto muitas mudanças, demasiadas, fico assustadiça. Noutras alturas, saudades de poder só sentar-me a conversar, de cabeça no ombro e mão na mão. Em alguns momentos até tenho medo de mim, tal é a vontade que tenho de agarrar a vida com as duas mãos.

Em momentos intensos, tenho alguma dificuldade em viver no equilíbrio e este não é excepção. Ainda não saí da montanha russa e ando à procura, com dificuldade, do meu ponto de equilíbrio. Aquele que virá com o tempo, com as conversas, com os acertos e desacertos, com as descobertas.

Há uns dias, a A. disse-me 'Vive!' e estou a tentar seguir o conselho. Mas conheço-me bem, sei que vou andar a recuar e a avançar durante algum tempo. Por agora vou-me deixando esperar. Vou sorrindo, vou brincando. Vou recomeçando. Mais passo atrás, mais passo à frente, a vida é uma dança que, apesar de algumas calcadelas, um dia sai harmoniosa.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Finalmente

Eu já merecia uma pessoa como tu.
Tu já merecias uma pessoa como eu.



:)

domingo, 24 de janeiro de 2010

...

É possível sentirmos que a devastação foi tão grande que ninguém quererá ver o que está para lá da terra queimada?


É.


sábado, 23 de janeiro de 2010

Hoje

Acordei cansada, mas descansada, no meu silêncio e a pensar. Tiveste o condão de me acalmar, pouco depois. Ouvir-te e
sentir-te bem fez-me bem e sossegou-me. Sinto-me extraordinariamente tranquila. E estranhamente acompanhada.

Estou a parar neste espaço, a tentar deixar que o meu coração sinta, sem rédea. O medo impede-me de sentir tudo o que deveria, mas vou conseguindo. Um sorriso parou-me nos lábios, tenho andado todo o dia a brincar. Sem ti e contigo. Estranhamente acompanhada.



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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

...

Foi hoje. Estas coisas de nos sentarmos a conversar comporta o risco de darmos por nós, mesmo que não achemos que estamos no timming certo, a abrir o coração. Talvez tenha sido do cansaço em que ando, talvez tenha sido a vontade de já não guardar nada, talvez tenha sido porque me senti bem. Não sei. Mas sei que te disse muitas coisas antes de te dizer o que para ti era impensável e, tenho a impressão, não ousavas pensar que pudesse vir a suceder.

Aconteceu outro dia, voltou a acontecer mais vezes. Apercebi-me, assim, de repente que quando um homem me chama a atenção, comparo-o contigo. Sem dar por isso, a imagem que me serve de modelo nestas coisas de homens és tu. E dar por ti assim, a passear tão descontraidamente por entre as pedras caídas das minhas muralhas (logo eu, tão vigilante, tão atenta, tão desconfiada) foi qualquer coisa que me surpreendeu e muito. Mas aconteceu.

Tu reagiste de uma maneira muito próxima daquilo que eu imaginava. Deste-me o espaço que te pedi, o tempo de que necessito para não perder o pé mais do que senti que já perdi. Disseste duas ou três coisas que me deixaram a olhar. Trataste-me como me sempre me tratas, muito bem (tão bem que me assusta, tu sabes, porque não estou habituada a que me tratem assim).

Agora não sei muito bem o que fazer com este passo dado à frente que me deixou a balançar na corda. Recomeçar do zero não é fácil. Não sei se quero, não sei se consigo, não sei nada e sei, ao mesmo tempo. Assusta mais, muito mais do que poderia pensar. Talvez por isso, quando nos separámos (o trabalho não perdoa), a viagem foi feita num misto de emoções. Ri e chorei, senti-me perdida e terrivelmente preocupada contigo, senti-me feliz, fiquei sem saber se fiz bem ou mal.

Agora, horas depois, e porque o trabalho também nos desembrenha dos pensamentos, sinto-me tranquila. Tenho a impressão que deixei contigo o vulcão e trouxe o sossego. É como se tivesse aberto o reduto de paz que tu consegues ser e me tivesse sentado lá dentro a descansar. Guardei o teu olhar e tenho estado a olhar para ti, em silêncio, no meu silêncio. Mas os medos… Esses vão e vêm, enquanto equaciono e peso ‘as variáveis’. Há de todos os tipos, para dar e vender. Listei-tos provavelmente quase todos, senão todos, que nos habituámos a conversar e a escavar tudo até ao mais fundo que conseguimos. Antes, e sem que desses por isso, marquei fronteiras, esclareci posições, mostrei-te o que quero para mim.

Não sei onde isto vai parar (era tão bom se conseguíssemos prever o futuro, não era?). Sei só que já me chega e já te chega de dor. Já chega, não a quero para mim e não quero trazer-ta também. No meio das dúvidas e dos medos, isso sei bem. É um início, por entre as incertezas.



quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Da criatividade nem sempre compreendida que nos brota da cabeça (ou como os amigos estão sempre lá)




PS - Eu sabia que ainda ia ia descobrir onde nasceu a minha tetravó...


terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Diz que é uma espécie de amor (mas não é)

A procurar. Cheira-me que gosto. Às vezes há quem consiga pôr por palavras aquilo que já tentámos explicar, ao dizer o que não queremos, mas que não conseguimos que entendessem.


"Habituamo-nos a amar sem nos sentirmos amados e a esse sentimento, cortado por surpresas curtas, passamos a chamar amor. E com verdade. No mundo das ausências, onde a tristeza vem de sabermos muito bem o que nos falta, a nós e àqueles que nos rodeiam, a bondade, que nos torna vulneráveis aos sofrimentos daqueles que nos acompanham e nos faz sofrer duas vezes mais do que se estivéssemos sozinhos, é o preço que pagamos por não sermos amargos. É graças à bondade que estamos tristes acompanhados. Há uma última doçura em sermos tristes num mundo triste. Igual a nós."

Miguel Esteves Cardoso, in 'As Minhas Aventuras na República Portuguesa'



Roubado aqui.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Desabafo

Às vezes gostava de não ser tão responsável. Só para poder pôr para trás das costas uma série de coisas que tenho por fazer e que não me pagam para fazer. Em mês de trabalho intenso, é difícil não responder quando ouvimos coisas como 'temos de ser responsáveis, temos uma imagem para defender, a verdade é dura e coiso e tal'... Tive de me conter para não mandar mail de volta a responder: "E se fosses plantar batatas, não? Alimentavas o mundo e deixavas de me chatear a cabeça." Um dia destes sai mesmo. Ou mando tudo para o espaço e pronto.

Estou tão cansada...

Ora bem...

Eu raramente ponho coisas destas aqui no blog, que isto é mais para o eu de dentro do que para aquele de fora, que conversa sobre estes assuntos ao vivo.

Não vou comentar se há ou não há pandemia, se é tudo estratégia da indústria farmacêutica ou se as intenções de todos foram as melhores. O que me chamou a atenção foi o texto que recebi no mesmo email em que me chegou desenho.

Reza assim:


O meu pai costuma dizer que devia ser obrigatório toda a gente visitar três sítios: um hospital, um tribunal e uma prisão. Eu acrescentaria viver num país de terceiro mundo durante uns meses. Não há como ver, in loco, as condições de vida das pessoas que morrem com doenças que tratamos quase como normais...

domingo, 17 de janeiro de 2010

Chegou!

Vão lá espreitar a minha cara aqui e digam lá se eu não tenho sorte...

:)



sábado, 16 de janeiro de 2010

Do risco

Eu sei, desde há muito tempo, que chega sempre o momento de arriscar. E, em muitos aspectos, eu tenho arriscado muito nos últimos meses. Em alguns campos da minha vida, a mudança foi gigantesca. Foram tempos de enfrentar desafios e medos, de partir pedra, de afastar calhaus do caminho. Pus mãos à obra e reergui muito do que estava destruído, muito do que queria construir e nunca consegui.

Há, no entanto, mais para vir. E sinto-me agora numa encruzilhada que me é de alguma forma familiar. O que é bom, mas ao mesmo tempo é um problema. É bom porque é sinal que a vida renasce dos escombros para um futuro que ainda não se escreveu e em que posso redesenhar os meus sonhos. É um problema porque implica lidar com as memórias da devastação e com o medo profundo, profundíssimo, de que se repita.

Sei que tenho agora muito mais do que antes em termos de protecção. Tenho, por um lado, uma consciência muito mais clara de mim mesma, dos meus 'mecanismos', dos meus vícios e das minhas virtudes em matéria dos outros. E tenho mãos, várias, que me podem agarrar e sustentar no caminho, se voltar a ir por aí abaixo. Mas não deixo de ter medo, um medo pesado.

Nunca me pararam, os medos, mais cedo ou mais tarde eu passei por cima de todos. Mas aqui na fronteira, aquela que medeia entre o recuo ou o risco, estou agora com o medo nas mãos, à espera. À espera do momento em que o vou atirar para trás e vou dar o passo em frente.





quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Verdade 10


É outra perspectiva, muito, mas muito interessante. Porque a tónica não é a negativa (a incapacidade de se dar), mas a positiva (em quem vale a pena investir).


quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Destes dias

Aqui há dois dias, duas conversas na mesma noite. Uma já com ideias vindas de trás. Palavras e mais palavras, das quais gravei na minha cabeça isto:

S.: "Estás a ver porque é que eu acho que tu darás uma mãe tremenda? Porque tu vais estar lá!"

G.: "Tu não és complicada porque, ao contrário da esmagadora maioria das pessoas, jogas com as cartas na mesa à vista de todos. Curiosamente 'toda a gente' joga dissimuladamente e tu deste-te ao luxo de elaborar as tuas próprias regras segundo o que achas que deve ser."

G.: "Irra, maf!, é complicado apontar-te um defeito, sabias!?? (...) Tu pareces inalcançável para quem tem dois dedos de testa porque acumulas uma quantidade enorme de qualidades."


Fizeram-me chorar. Fizeram-me rir. Fizeram-me bem.

Às vezes é preciso ouvir/ler o que vai na alma dos outros para nos atrevermos a olhar o que está do outro lado do espelho. E o meu coração vai absorvendo estas e outras coisas. E, no meio do labirinto onde deu por si mesmo, não está a saber bem o que fazer com elas... Ou se calhar até sabe, não sabe é o porquê, o quando, o como, o onde... Se calhar, também não é importante. Como dizia a outra, "I like the sweet life and the silence, but it's the storm that I believe in..."

...




terça-feira, 12 de janeiro de 2010

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Das engenharias

Piu-Piu: Sabes, mamã, nós temos três engenheiros cá em casa!
Mamã minha mana: (com ar surpreendido) Ai temos?
Piu-Piu: Temos! Olha: o papá é engenheiro dos móveis (é o que dá andar a montar estantes, digo eu), o tio G. é engenheiro de casas (aqui até tem alguma razão) e a tia é engenheira das roupas!




É o que dá andar a coser vestidos de bonecas ou a reciclá-los (quando já não têm remédio, inventam-se novas roupas com o que sobra!). Eu devia ser brincadora oficial. Ou costureira de bonecas. Devia, mesmo. Pelos vistos, sou é engenheira. :)

domingo, 10 de janeiro de 2010

Ora cá está


:)




Roubadinho aqui...


sábado, 9 de janeiro de 2010

Do passado

É muito raro encontrar alguém que compreenda à primeira, o que faço. Ainda menos encontrar alguém que ache que é interessante. Por norma, a primeira coisa que me perguntam é 'Para que é que isso serve?'

Num mundo tecnológico como o nosso, tudo tem de ser virado para obter dividendos, para produzir inovação, para criar futuro. De repente, o passado deixou de ter importância. Para muitos, passou, é passado. É para ser esquecido, posto de lado ou sei lá mais o quê. E por isso não lhe dão o mínimo valor e menosprezam quem olha para e por ele. Esquecem-se, porém, de que o passado, quando compreendido e olhado, nos ensina muito sobre o futuro. E que no que já foi podemos encontrar outras realidades que nos alargam horizontes, que nos ensinam novos caminhos.

Tenho guardado há muito tempo este texto, que me fez pensar nisto:

"03 Agosto 2009 - 00h30

Sem história

Caminhei pela calçada incerta da ‘cidade velha’ da ilha de Santiago, Cabo Verde, a mais antiga povoação europeia em África, prestes a tornar-se Património da Humanidade. Vi as ruínas da muralha do mar, o convento de S. Francisco e a fortaleza empoleirada na achada a fitar o oceano com altivez.

Mas, em toda a parte, há placas referindo que a reconstrução foi paga pela Espanha – fiquei amargo mas não admirado. Sei bem que governantes temos e tivemos. Lembro-me do magnífico forte de Stª. Catarina, Brasil, reedificado pela Alemanha.

E das queixas de total abandono dos que ainda se dizem portugueses em Malaca. Deixamos marca em todo o Mundo mas só a exibimos em concursos pimba. Um povo que desdenha o percurso que lhe moldou a identidade empenha o melhor do seu futuro."

Carlos Abreu Amorim (Correio da Manhã: Opinião)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Da cor do sexo

A Miss Kin perguntou qual seria a cor do sexo e de imediato me ocorreu que é esta:


Nem de propósito, a junção de cores dá mesmo nisto: se amarelo é fome e vermelho é amor, sexo é laranja porque é a fome de amor saciada pelo amor que se faz. Tão simples quanto isso.



E não me venham dizer que sexo e amor não têm nada a ver um com o outro, porque não vejo isso assim: não há prazer completo na pura carnalidade. Isso não é verdadeiro e puro Sexo, é satisfação de instinto onde o coração ficou a ver navios.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Da liberdade

Hoje andei a passear e deparei-me com uma imagem que me lembrou que anteontem sonhei com isto:


Mais concretamente, sonhei com as três primeiras frases. Ao acordar, lembrei-me do que é que me espanta numa relação. Do que é que procuro. Liberdade. Tão só e tão simplesmente liberdade.

Dizem que o amor liberta e é verdade. Eu já senti a liberdade de ser exactamente como sou, sem subterfúgios, sem esconderijos, sem medos. Poder ser como sou, cantar, dançar, brincar, dizer asneiras, gritar, preguiçar, chorar, parvejar sem barreiras. Ser só eu, tão descansadamente eu. A ponto de dormir tranquila e profundamente ao lado de alguém, quando por norma tenho um sono leve, leve.

Sempre me espantou esta sensação que não consigo descrever. Senti-a ontem, outra vez, no meu sonho. A relembrar-me do que é que ando à procura. Até lá, tenho liberdade comigo mesma.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Ao contrário

Gosto de ver as coisas de perspectivas diferentes das normais. É uma das razões por que me divirto tanto a aprender: alargam-se-me os horizontes e sou feliz.

Hoje vi o mundo ao contrário e, no meio da cidade, e dentro de casa, fiquei a contemplar as maravilhas da Natureza. Imaginem-se lá: uma biblioteca sossegadinha, uma cachopa a trabalhar. Janelas grandes, rasgadas de luz, como ela gosta. De repente, soa um toc toc diferente, compassado. Não. Dois toc tocs diferentes, compassados. Lá em cima. Ela olha. O tecto é feito de um material translúcido. Talvez (provavelmente) vidro opaco. Vem daí o barulho.

E vê e sorri. Vê quatro patitas a moverem-se. O toc toc são as patas de um casal de pombos a passearem no telhado. Para cá e para lá. Do corpo vê-se a sombra, mas as patas são nítidas. E lá vai o casalinho na sua calma. E volta. E vai outra vez. E volta. Às vezes irrompem em voo. Depois voltam, para percorrer toda a extensão do telhado. Grande passeio aquele, para lá e para cá. Estariam a admirar a paisagem?

Ela já viu muitos pombos, já deu comida a uns quantos, diverte-se até a vê-los debicar a comida que as pessoas deixam às galinhas no jardim público perto de sua casa (sabiam que há jardins com galinhas à solta no meio de Lisboa?). Mas sempre olhou para eles de cima para baixo, sempre viu primeiro a sua cabecita, os seus olhos. Nunca se tinha deparado com a beleza de quatro patas a passear num telhado translúcido. Até hoje.

...

Entre a vontade dos sonhos e o medo das derrocadas, eu, que já levei com muitos pedregulhos na tola, vou colocando a mão na cabeça para avaliar os galos que ainda tenho. E dou por mim a fugir ainda, muitas vezes e de muitas formas. E a resistir, e muito. O mais estranho é que começo também a fazer comparações. E não é entre quem eu esperava que fosse. Ai...

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

HOPE




Tenho de me lembrar que não posso perder a esperança. Sobretudo quando lutar com ela ao lado já me trouxe tantas coisas boas. Acreditar é meio caminho andado para acontecer. Acreditar em mim. Naquilo que a minha mão aberta consegue agarrar e consegue fazer. Por isso, para este ano só peço esperança. Capacidade de acreditar com todas as minhas forças naquilo que consigo construir. Naquilo que consigo ser. Naquilo que consigo sentir.

Feliz 2010 a todos!