Hoje andei a ler sobre medos. Medos exorcizados não em voz alta, mas aqui na blogosfera. Há muito que sei que, às vezes, é por aqui que se começa. E, embora agora já não precise de o fazer, mesmo assim sinto que há neste espaço de silêncio solitário partilhado um conforto que faz falar. Hoje fiquei com vontade de o fazer, depois de ler sobre os medos. Mas, como sempre (tão meu, isto), é só em meias palavras que me sai o que vai dentro.
E o que vai dentro é a recordação de duas amigas muito próximas com abortos em final de gestação e de outras de tiveram vários problemas para conseguir ter um filho. E do muito tempo de invisibilidade. E de inúmeras sensações de fracasso, mesmo no meio de vitórias.
Quando desejamos muito uma coisa e ela não acontece, ficamos a pensar se ainda não é tempo ou se é a nossa cabeça que ainda não conseguiu libertar-se dos fantasmas e dos medos do que pode acontecer.
O caminho não é por aqui, mas ainda não consegui atinar pelo certo...