Lembro-me bem da magia que eram, para mim, as bonecas. Do tempo em que não guardo memórias de mim, conta-me a minha mãe que eu passava horas no infantário a fazer e desfazer a cama das bonecas até ficar como eu queria. O gosto por brincar com elas não se perdeu (mas vem daí, se calhar, a falta de vontade em fazer a cama). Há uns dias era ver-me sentada no chão do quarto das minhas meninas a pentear e fazer tranças às bonecas que elas me passavam para as mãos (Ó tia, faz a esta...).
Vai daí, foi com um sorriso que recebi a minha primeira prenda de Natal. A D., sete anos, que não iria ter nenhum presente, mas que queria uma Barbie. A que acrescia um fato de treino. E eu, apostada este ano em satisfazer a vontade de um
anjinho, parti em busca de uma, com o pensamento em mim mesma e na alegria que foi para mim receber a minha primeira e única Barbie, no seu vestido de baile verde com sapatinhos a condizer.
Hoje, dia de anos da minha mana, entreguei a 'prima' que vai parar às mãos da D. Tem também um vestido de baile. E mais outro vestido de baile e ainda outras roupitas, para que ela possa brincar vezes sem conta e inventar as histórias que quiser com a sua boneca. Tudo embrulhado isoladamente, para que em vez de um receba vários presentes. Leva o seu fato de treino quentinho. E, para além das prendas desta 'tia', a vovó emprestada ainda enfiou chocolates dentro do saco.
Este ano, a D. é a prenda que embrulhei para mim mesma. E na noite de Natal espero que se sente no quente a brincar como qualquer menina que gosta de sonhar.