Há, no entanto, mais para vir. E sinto-me agora numa encruzilhada que me é de alguma forma familiar. O que é bom, mas ao mesmo tempo é um problema. É bom porque é sinal que a vida renasce dos escombros para um futuro que ainda não se escreveu e em que posso redesenhar os meus sonhos. É um problema porque implica lidar com as memórias da devastação e com o medo profundo, profundíssimo, de que se repita.
Sei que tenho agora muito mais do que antes em termos de protecção. Tenho, por um lado, uma consciência muito mais clara de mim mesma, dos meus 'mecanismos', dos meus vícios e das minhas virtudes em matéria dos outros. E tenho mãos, várias, que me podem agarrar e sustentar no caminho, se voltar a ir por aí abaixo. Mas não deixo de ter medo, um medo pesado.
Nunca me pararam, os medos, mais cedo ou mais tarde eu passei por cima de todos. Mas aqui na fronteira, aquela que medeia entre o recuo ou o risco, estou agora com o medo nas mãos, à espera. À espera do momento em que o vou atirar para trás e vou dar o passo em frente.
8 comentários:
Então, luta e avança sem medos!!
Pedro:
Não sou assim tão corajosa. Sou ouriço e os ouriços são lentinhos, os pobres. :)
Acho que já sabes que vais arriscar...ousar...mais tarde ou mais cedo. Pelo que li, tu és assim.
Vá lá, estica lá os espinhos, defende-te e ousa! ;)
O medo é um sistema de defesa, como os anticorpos. Guarda-o algures numa gaveta de ti, para que possa dar alerta quando o perigo for real. E entretanto, arrisca o que o teu instinto mandar. Beijos!
Gajo:
Sou assim, é verdade. Mas ainda estou a tentar descobrir como me proteger ou se vale a pena dar o passo. :)
Princesa:
O meu instinto diz-me duas coisas contraditórias... Ora me manda avançar, ora se encolhe todo. É o que dá ter cicatrizes...
Beijo, querida
Arrisca, pá!
Arrisca!
Beijos!
Storyteller:
Vou começar a seguir os teus conselhos, ai vou, vou... ;)
Enviar um comentário