domingo, 13 de junho de 2010

R.

Dias de sombras, estes. Em épocas de grande cansaço, como esta, que termina breve, breve, breve, arrasto os pés pelo caminho. E, ao fazê-lo, sempre que encontro sombras, disfarçadas de pó do passado, elas levantam-se futuras. E ficam ali, insidiosas, a sussurrar-me nos pensamentos aquilo que (ainda) são os meus medos. Sei que podem desaparecer, sei que já não têm a força que tinham, nem a importância, mas ainda resistem por aqui ou por ali. Danadas das gajas...

Vale-me outra sombra, que me acompanha os dias. Não dependo dela para avançar no meu caminho (é tão bom não depender), mas sinto-a nas minhas costas a sustentar-me o passo. E, nestas ocasiões, arma uma barreira à minha frente, agiganta-se perante as outras sombras e dá sapatada em todas, impedindo-as de ocupar o espaço daquilo que há-de vir. Assim me ajuda a colocá-las na berma e a voltar à tranquilidade. E passo por todas, a cada dia mais pequeninas, de novo em paz.

2 comentários:

R. disse...

Uma sombra que dá sapatada nas outras todas?
Eta!, mas que grande brutamontes! ;)
R.

mf disse...

Ná... Isto é como o Krav Maga: não é preciso ser brutamontes para acertar o passo a alguém. É só preciso jeito e inteligência... ;)