quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Balanço

Andar de blog em blog em estas coisas. Muitas pessoas a fazer balanços levaram-me a fazer o meu.
Este ano foi dos piores que já tive. E dos melhores também.
Começou da pior maneira que se possa imaginar e até Fevereiro não melhorou literalmente nada. Dois meses que recordo como os piores da minha vida, uma solidão atroz, uma dor intensíssima. Sofrer, sofrer, sofrer como eu sei que sou capaz, mas como eu não pensei que algum dia viesse a acontecer. A morte em vida, a vida morta.
Quase.
Porque, apesar das feridas e das quedas vertiginosas, eu caio sempre de pé. No fim, consigo sempre dar a volta. E foi isso que comecei a fazer. No fim de Fevereiro, precisamente quando me sentia a sufocar, um convite. Lembro-me claramente de ver, na minha cabeça, uma sala com janelas a abrir subitamente de par em par. Eu sabia que aceitar implicava muito trabalho. Mas também muitos fins-de-semana fora de casa, muitos conhecimentos, novos amigos. Uma lufada de ar fresco, portanto, exactamente quando precisava. E disse que sim.

Até Maio/Junho foi tempo de sair do coma. Comecei a ter noção de que precisava de dar uma volta radical a muitas coisas. Porque já não me sentia bem onde estava e com quem estava. Era altura de exigir. De pensar em mim.
São tempos de que tenho memórias vagas. Profissionalmente foi uma época de pensar em novos caminhos, de fazer novos projectos.
As férias chegaram e, com elas, o ponto final na confusão. Apareceu uma mão amiga que me tem ajudado a reerguer. Conversas sobre conversas. Que me marcaram em duas coisas.

Primeiro fizeram-me zangar (eu raramente me zango) com tudo e todos. Com os laços com que me prenderam, com as manipulações, com as ideias feitas, com aquilo que acham que é melhor para mim, com o casulo onde me encontrava. As férias em família foram horrorosas, mas serviram para uma coisa: criar o meu espaço. Agora começo a ter o meu lugar, não me sinto a mais, nem um ET. E já não me pisam.

Segundo, fizeram-me tomar decisões. Eu sou lenta, lentíssima a tomar decisões. Peso tudo. E, por isso, quando saio de alguma coisa, saio com certezas. E de pé. E terminou, assim, uma relação que me fez muito mal. Ponto.

Setembro marcou o início da parte boa deste ano. Planos pessoais, projectos profissionais em andamento. A minha casa começou a tomar forma. Até lá chegar, fui andando devagarinho. Profissionalmente, vi-me num limbo que não ajudou. Sabermos que temos trabalho, mas que há que esperar... Enfim.

Foi também nesta altura que o blog nasceu como é agora. E foi (tem sido) uma janela fantástica para o mundo. Por ele alarguei horizontes, conheci novas pessoas, não me senti tão sozinha. Passo a passo vai-me ajudando a caminhar. Porque ao escrever o que sinto é mais fácil dizer o que sinto. Um bom treino, portanto, para a vida real.

Entretanto, a mudança de casa fez-me muito, muito bem. Sentirmo-nos sozinhos é uma coisa, vivermos sozinhos é outra. E, por incrível que pareça, eu estou extraordinariamente confortável na minha solidão. Apesar de sonhar com alguém que me entenda e me aprecie, sinto-me bem assim. Mais eu, mais autêntica. E isso é que importa.

Há um mês, mais ou menos, a vida profissional começou a tomar forma. Se tudo correr como o previsto, Lisboa será um destino frequente nos próximos anos. Depois... logo se vê...

Por tudo isto, um ano mau transformou-se em bom. Este ano, a festa vai ser tranquila, mas boa. Em paz. E isso é o que importa.

Ano Novo

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Apetece-me bater em alguém...

Porque é que, precisamente nos dias em que podemos ficar um bocadito mais na sorna, há-de haver um gajo que começa a martelar de m-a-d-r-u-g-a-d-a na casa ao lado, que está em obras??? E porque é que, duas horas depois, não se ouve mais o martelo??? Será que as casas ficam mais bem feitinhas quando acumulam os resmungos dos vizinhos nas paredes??? Será tradição??? Sadismo??? Ou a madrugada permite que os neurónios estejam fresquinhos e, por isso, mais aptos a trabalhar???
Haja uma alma caridosa que me explique, por favor...
A vontade que me deu de calçar uns chinelos e ir dar-lhe com o martelo na cabeça!!!

domingo, 28 de dezembro de 2008

Morder a língua

Às vezes, quando mando uma boca mais hard, digamos, e me dizem 'tu acabaste de dizer aquilo que eu ouvi?', apetece-me responder 'se tu soubesses metade do que me passa pela cabeça...'
Não se pode dizer tudo em todo o lado, é verdade, mas custa não dar uma resposta daquelas tesas... Eh eh...

Música para os meus ouvidos

Eu optei por não pôr música automática no meu blog. Mas confesso que há dois onde eu páro e fico só a ouvir... Este e este...

sábado, 27 de dezembro de 2008

Para R.

Eu não gosto que ninguém vá daqui insatisfeito. E gosto de desafios. Por essa razão, R., este ensaio de conto é para ti. :)

Acordou estremunhada. Um toque na janela, depois outro, e ainda outro fê-la levantar, olhando para o despertador. Com precaução, espreitou. Lá em baixo, meio iluminado por um candeeiro, viu um sorriso. 'Desce!' 'Sabes que horas são????' 'São horas de desceres! Despacha-te, que não temos muito tempo!'
Vestindo rapidamente umas calças e uma camisola quente, desceu as escadas, agarrou as chaves e a carteira, enfiou um casaco e um gorro pelos caracóis escuros abaixo e saiu. Na rua deserta e branca de neve, uma mão fria agarrou a dela e conduziu-a até ao automóvel.
'Onde vamos?' 'Já vais ver.'
O automóvel avançou pela cidade. Lentamente, as luzes tornaram-se mortiças e vagas. Dirigiam-se para o campo. Um olhar de interrogação escondia-se por detrás da curiosidade de quem não sabe o que esperar. Na cara dele, atenta à estrada, brincava um sorriso que lhe suavizava os traços.
Por fim, pararam e saíram. Mochila ao ombro: 'Anda!'
No início de crepúsculo, divisavam-se apenas as árvores esguias que pareciam aguardar por ordens. De mão dada, avançaram por um caminho escuro que serpenteava por entre ramos fantasmagóricos carregadinhos de neve imaculada. Por fim, pararam.
Um olhar, novo sorriso. 'Achas que te deixava ir embora sem te mostrar a maior beleza da minha terra?' Fixou-o, sem entender. Um último puxão levou-a a avançar pela última fileira de árvores. Um manto branco, pontilhado de rochas aqui e ali, descia até um tapete de gelo. Um lago abria-se à vista, imenso, silencioso. Sem árvores à frente dos olhos, avistava-se apenas o horizonte, onde despontava um início de luz.
Deslumbrada, ali ficou, a observar. Até o pressentir a sentar-se numa rocha e a abrir a mochila. Curiosa, aproximou-se. Acabou sentada na moldura dos seus braços, com uma máquina fotográfica nas mãos. 'Agora é aguardar. No momento certo, saberás o que vais levar daqui.'
Ficaram em silêncio, a admirar os tons que começavam a dançar no horizonte. Lentamente, o céu abriu-se às luzes da manhã, numa toada de cores que hipnotizava. Um, dois, três cliques. Depois a máquina foi esquecida, superada pelo registo dos olhos que abarcavam a imensidão.
Quando o sol começou a despontar, o rosto virou-se de lado: 'Lindo...' Novo sorriso: 'Quem te disse que acabou?'
A mão puxou a mochila e dela saíram, imaculados, dois pares de patins. 'Uma dança?' Um sorriso brincou-lhe nos lábios, emoldurados por um nariz gelado. 'Eu não sei patinar!' 'Eu sou um excelente professor...'
Patins colocados, mãos dadas. À beirinha do lago, antes das lâminas pisarem o gelo, uma mão enlaçou-a. 'Feliz 2009, R...'

Ai, como ando...

Há uns anos atrás, era frequente distrair-me por tudo e por nada. Tinha a cabeça tão cheia de coisas que muitas vezes baralhava tudo. Por norma, quanto mais simples pior. Entretanto melhorei (embora isto nunca vá passar por completo), mas hoje tive aqui um vislumbre do que já fui.
Então não é que aqui o Ouriço saiu a correr de casa para ir para um jantar partilhado, deixando uma boa conversa no início, a meio ou no fim, nem percebeu bem, carregou no pedal com chuva e tudo, molhou-se toda (guarda-chuva para quê?) e, quando lá chegou, deu com o nariz na porta???
Pois, Ouriço!!!! O jantar é dia 29!!!! 29, não 27!!!!
A minha sorte é que me escangalho a rir comigo mesma... Ando linda, ando...
E assim vim para casa, pôr-me no quente (os picos gelaram, com a molha, mais pareço um pinto) e empanturrar-me com a data de croissants e o bolo-rei que levei comigo. Salva-se ao menos a comida: o bolo-rei dura uns dias e os croissants, ou me engano muito, ou não vão ver a luz do dia de amanhã...
Eh eh...
Que cromo que sou...

Doce

Uma vez, há uns anos, num curso, pediram-me para escrever num papel duas ou três qualidades minhas.
Uma das que pus foi 'doce'. Muita gente se riu, talvez porque não estivessem à espera. Mas eu sou uma pessoa doce, muito doce. Não sei se se nota, mas sou. De uma doçura tal que, às vezes, a sinto a destilar por entre os dedos.
Por isso, das coisas que mais gosto de fazer é passar os dedos pela cara de alguém, enquanto olho esse alguém nos olhos. São momentos que registo sempre como dos mais bonitos que consigo sentir. Porque nos dedos vai tudo aquilo que é impossível as palavras dizerem...

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Tricky question…

Natal

O meu Natal, este ano, teve que se lhe diga… Começou cedo, lá pelo dia 20, com uma tarde boa, em que descontraí e passeei como há muito tempo não me acontecia. Ri, brinquei, aprendi. Foi uma tarde boa, muito boa. Daquelas que nos enchem o coração, que nos deixam a pensar. A minha primeira prenda foi esta.
Os dias passaram depois, tranquilos. Conversas boas, em que me apercebi dos meus saltos (continuam, pois é).
Dia 23, uma surpresa. Uma companhia inesperada em vésperas de consoada. Daquelas coisas que não se planeiam, simplesmente acontecem. Interessante, no mínimo. Um conto de Natal. A minha segunda prenda.
Dia 24, um dia tranquilo. Ou quase. Presentes esquecidos. Montes de gente na rua e eu a dizer mal dos meus pecados… Andei na correria, a carregar no pedal, a reclamar com os cromos que se metiam à frente. Eu, portuguesa, me assumo: às vezes deixo para a última hora. Mas lá me desenvencilho. Se há coisa que sou é desenrascada. À portuguesa. ;)
A noite foi tranquila. Em família. Troca de prendas, risos, conversas. Faltou-me apenas a Missa do Galo. Gosto de ir, mas estava muito frio e sair de casa à meia-noite não era o melhor para a minha garganta, que anda outra vez a dar sinais de alarme. Por isso, fiquei no quente. Guardei a ida para o dia seguinte.
Dia 25, um dia em cheio. O Natal, por aqui, dura e dura. As meninas chegaram, com os papás, perto da hora do almoço. Com o diabo no corpo, em palavras da minha mãe. Excitadíssimas. Nas escadas já gritavam ‘Tiiiiiiiiiiiaaaaaaaaaaaaaa!’ Risota. Sobrou para mim, claro. Imaginem lá: um olho pintado de azul, outro de rosa. 3 tipos de gloss nos lábios: um nos cantos, outro no lábio de cima, outro no de baixo (a Marta é cá um artista…). Blush misturado com gloss na cara, no queixo, no nariz. Eu também tive direito a pintar, claro, que isto é uma democracia! Houve espaço para outras brincadeiras. Jogar às escondidas. Andar a correr atrás delas. Por debaixo das mesas, por cima das camas. E histórias. Pinóquio, Cinderela, a Pequena Sereia. Adormeci, eu, que já não tenho idade para tanta energia. Acho que nem o Red Bull me vale… Eh, eh.
O dia acabou tarde, bem tarde, madrugada fora. Mais conversas. Novas surpresas. Outra prenda.
Hoje é dia de paragem. De contemplação. Bons dias, estes. Um Natal, no mínimo, original na minha vida. :)
Só mais uma coisita: tive saudades aqui do estaminé… Da vossa companhia. Não estou habituada ao silêncio por aqui. :)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Recordações

Independentemente das dores e das mazelas, e por mais que a crise produza descrença e cepticismo e muitos observem apenas o consumismo desenfreado desta época, o Natal é, para mim, um tempo de alegria interior. Talvez porque, na minha infância, era mágico.

Até perder os meus avós maternos, a consoada era sempre passada em casa deles. E, depois da ceia de Natal, começava a febre.
Ali, ninguém abria prendas a seguir. A pequenada (éramos, pelo menos, uma mão cheia), na qual eu me incluía, ia para a cama cedo, sob pena de o Menino Jesus (ainda não se falava no Pai Natal) não trazer nada a ninguém. Um par de sapatos era deixado na cozinha e ala! Subir as escadas, vestir o pijama e toca a dormir! Como é óbvio, a excitação era tanta que ninguém pregava olho. E lá vinham os meus pais ou tios ralhar que assim não havia nada para ninguém. Invariavelmente o sono vencia-nos. Sei disto porque, madrugada avançada, acordava repentinamente, com uma luz a acender e uma voz a dizer 'Já chegou o Menino Jesus!'
Imaginarão, com certeza, a cena: cobertores pelo ar, chinelos esquecidos, risos, tudo a correr pelas escadas abaixo. E, na cozinha, ao pé da chaminé, o deslumbre: duas ou três filas de sapatos alinhadinhos e cobertos com prendas. Cada um procurava os seus e agarrava nas prendas. Mas não as abria. Dividíamos entre nós os presentes e os sapatos dos meus avós e íamos para o quarto deles. Ali, sentados na cama ou no chão à volta dela, finalmente desvendávamos os segredos que eram nossos.
A festa continuava no dia 25. Porque nos reuníamos 50 ou 60 pessoas à volta da mesma mesa. Só primos, éramos quase 30 (acho que já somos 30, perdi-lhe a conta). Estávamos juntos até à noite. Era um dia feito de brincadeira pegada, de traquinices, de doces, de abraços, de mais prendas.
Era bom. Muito bom. E sempre que volto a essas noites dou por mim a sorrir. Vejo no rosto da Marta e da Luísa a mesma excitação, porque a minha irmã segue a tradição. E o Natal, independentemente de dias melhores ou piores, é e será sempre feito de luz, de sorrisos, de esperança...

Para vocês, um feliz Natal...

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Conversa

Eu - Venha quem vier, eu sou assim...
P. - (sorriso)
Eu - Quem quer, quer. Quem não quer, quisesse.
P. - Há uns tempos atrás não dizias isso.
Eu - Eh pá...
P. - É ou não é verdade?
Eu - É... Agora é que me lixaste... Acabei de reparar no que disse...
P. - Ainda bem que estás assim.
Eu - O melhor é que senti cada palavra do que disse...

:)

Dos amores

De programas televisivos, aos livros e às revistas, passando por sites e blogs, muito se diz e escreve sobre as relações amorosas. Os homens são isto e as mulheres aquilo, uns devem agir de uma maneira e outros de outra, quais os truques para fazer funcionar uma relação, o que evitar, em que apostar, etc, etc, etc. É muito interessante recolher estes pontos de vista todos, mas às vezes acho que são receitas a mais.
No meio de tanto ruído, corremos o risco de nos esquecermos que cada relação é única e diferente de todas as outras. É óbvio que os homens terão maior propensão para umas coisas e as mulheres para outras, até mesmo porque a nossa anatomia é diferente e o cérebro reage de forma distinta, consoante o sexo. Mas fazer disso lei parece-me um pouco demais. Se a preocupação por seguir o que está determinado for grande, onde há espaço para a autenticidade? Se a preocupação for prever o passo seguinte a partir do que se deu, como se fôssemos uma fórmula matemática, onde há espaço para que cada um seja aquilo que é, sem defesas, esconderijos ou dissimulações?
É por isso que, apesar das 'leis', eu continuo a achar que, para que uma relação funcione, os envolvidos têm de ser honestos e autênticos. Nenhuma relação funciona sem que haja confiança e entendimento mútuos. E é impossível, pelo menos para mim, que funcione sem que ambos sintam que aquele é um espaço em que podem ser eles mesmos, sem fingimentos, sem medos. E sem estereótipos que nos levem a achar que o outro deve ter este ou aquele comportamento só porque é homem ou mulher.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Querido Pai Natal...

Tenho andado a pensar muito no que pedir este ano como prenda. Dei por mim a querer isto e aquilo, mas decidi que só quero uma coisa. Como é só uma, quem sabe se tu não ma dás? Eu até sou uma boa cachopa (e uma cachopa boa, segundo dizem) e tenho-me portado muuuuuuuuuuuuuuuuuuito bem! Por isso...

Então aqui vai: a prenda que eu quero... és tu!!!!! (Para quê pedir uma coisa ou outra se podemos ter o pacote completo?)

Prometo que te continuo a deixar distribuir presentes por todo o lado (não reclamarei na época de Natal). Se tu me fizeres todas as vontades, até faço algumas das tuas também! E sem picos!

Fico à espera de te encontrar no sapatinho!

A tua Ouricinha
:)




domingo, 21 de dezembro de 2008

Um dia


Um dia, no meio das folhas caídas da minha vida, no meio da floresta densa por onde ando, eu vou encontrar a minha casa...

Outro banquete

Ontem, ao navegar pelos mundo dos blogues, encontrei um onde uma música me fez apetecer outro banquete como o do último post. E cantei e dancei ao som disto...



Ai, se tivesse companhia... Eh eh...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Mapa

Hoje o banquete é aqui...

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Do riso


Adoro rir. Não sou dada a grandes filmes cómicos, tipo Mr. Bean, e sou terrível a decorar anedotas (o cérebro ocupa-se com outras coisas), mas adoro umas boas gargalhadas, especialmente se estou em boa companhia. E qualquer sítio é bom para soltar o riso, do café à cama. Sabe-se que rir faz bem à saúde em variadíssimos aspectos. Eu fico muito bem depois de uma sessão de gargalhadas, isso é um facto. Mas não é por isso que gosto de rir. Quando a dois, as conversas recheadas de tolices, as lágrimas a escorrer, os maxilares a doer trazem uma coisa que adoro: a cumplicidade.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Exercício

A Ventania soprou qual seria a sua mais bela canção de amor. Fiquei a pensar qual seria a minha e (ainda) não cheguei a nenhuma conclusão. A que se segue será uma boa hipótese.
Antes de escutarem, um exercício: fechem os olhos, imaginem uma sala iluminada apenas por uma vela. Ele no sofá, ela em pé. Silêncio. O ar carregado de electricidade, dois olhares que se cruzam. E a música começa a tocar. O resto... Fica a cargo da vossa imaginação... Eu sei o que a minha me diz...

Lição de vida

Mais um dia passado. Quase a chegar ao fim, embora, a julgar pelos últimos dias, vá acabar tardíssimo. Hoje conversei, ri-me, brinquei, escrevi. E fui lanchar com a Emília. Que me deixou o coração nas mãos e a boca seca quando, há uns dias, me confidenciou que estava grávida. É a terceira vez e, depois de duas tragédias, rezo com todas as minhas forças para que ela possa, finalmente, embalar o seu bebé nos braços. E um bebé vivo, que, da última vez, o nascimento foi rodeado de um sofrimento indescritível.
Com a Emília aprendi o que é a fortaleza. Eu, que sempre me considerei uma pessoa resiliente, descobri o que é ser uma verdadeira força da Natureza. E aprendi a relativizar o meu próprio sofrimento. Quando se vê o olhar de dor serena de uma mãe que volta a casa de braços vazios ao fim de 37 semanas de espera, tudo perde o sentido. Não sou mãe. Mas não consigo imaginar dor mais insuportável do que aquela que a Emília e o seu amado marido sentiram e sentem. E agarrar a vida com as duas mãos, levantar a cabeça e andar em frente, com a hercúlea coragem que lhes descobri, tocou-me profundamente. Foi uma lição de vida. Que espero, honestamente, que não se repita. Para que, daqui a uns cinco ou seis meses, possa escrever aqui um post como o de há uns dias...

domingo, 14 de dezembro de 2008

Para que não me esqueça

Este fim de semana está a ser bom. Como o de há 15 dias, aliás, do qual deixei aqui apenas o rasto de um agradecimento. Foram muito diferentes, mas muito cheios. Fica aqui um cheirinho, para poder cá voltar sempre que cair alguns degraus. Hoje voltei a subi-los.

O primeiro fim de semana foi bom porque, num curso de formação, pude descobrir algumas coisas sobre mim (boas, claro) e sobre alguns outros. Porque fiz novos amigos, porque agucei algumas curiosidades (que vou resolvendo, qual ouriço a fuçar na erva fresquinha). Há quem me pudesse facilitar a vida, mas assim também não tinha tanta piada! ;)

Neste tive direito a Natal antecipado. Um jantar, ontem, transformou-se em dois jantares em dois restaurantes: no primeiro comemos mal (meus ricos dez euros...), pelo que marchámos para outro assim que terminámos. Resultado: acabámos o segundo jantar já passava da meia-noite e bem consolados. E ficou ainda mais barato que primeiro! Esta não vou esquecer tão cedo!

Hoje, 38 anos depois do dia de casamento dos meus pais (é bom ver amores assim), houve festa no infantário das minhas meninas. Uma festa a sério, com direito a palco, encenações, danças e Pai Natal. Linda, pela ternura. Pela aplicação do meu Piu-Piu (sempre lhe chamei assim, não sei porquê) que, do alto dos seus quase cinco anos, guardou este tempo todo a surpresa que a sua sala estava a preparar e se mostrou em palco muito compenetrada no seu papel. Pela teimosia da mafarrica mais nova, que negava qualquer pontinha de sono, apesar da boca escancarada, e que só perguntava 'Tia... há mai múhica? Eu quéo...'

O dia acabou num café, a beber um chá com uma amiga, e a achar imensa piada ao facto de o barman se meter comigo uma e outra vez. Ultimamente tem-me vindo a acontecer, ainda não percebo bem porquê, já que nunca me lembro de ser motivo de atracção. Mas é facto inegável que agora, de vez em quando, deixo um rasto de olhares masculinos atrás de mim. Sabe bem ao ego. E acho mesmo piada. Eh eh...

Talvez isto se deva a algo em que dei por mim a pensar enquanto conduzia até a esse encontro de fim de noite. Ouvi a música que se segue e fiquei a matutar que já não faz sentido na minha vida. Porque me resta, agora, a indiferença. O encolher de ombros. O 'mañana' que aparece é já 'hoy' para mim.
E fica um orgulho enorme em mim mesma. Quando olho para trás, vejo como, ao fim de apenas alguns meses, os meus passos foram largos. Enormes. Gigantescos. Não andei. Corri. E, apesar de saber que vou voltar a cair pelas escadas abaixo, sei também que tenho um mundo de vida por descobrir à minha frente. Que haverá sempre alguém a reconhecer que vale a pena descobrir quem eu sou. E que vou ficar bem... :)


sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Grande verdade

“Gente sofrida é perigosa. Sabe que pode sobreviver."

In Perdas e Danos

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Paciência

Tenho andado em silêncio, eu sei. Imagens, músicas, poucas palavras. E hoje também não é um bom dia para elas. Estas últimas semanas têm sido intensíssimas. Em pessoas, em descobertas, em sentimentos, em ausências, em saudades, em dores, em alegrias, em sonhos, em desilusões, em..., em...
Hoje apetecia-me pôr aqui uma música que espelhasse o vazio que sinto no meio de tantos, tantos pensamentos e sensações que vou guardando no meu silêncio. Não me saiu nenhuma. Sinto-me cansada. Parei na escada que vou subindo. Ou melhor, deixei-me cair uma série de degraus. Abracei-me e fiquei parada, enroladinha. Nada a fazer, a não ser aguardar. Que paciência tenho de ter comigo...

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Hoje

Parabéns, meu amigo...

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Sabedoria



Young lovers seek perfection.
Old lovers learn the art
of sewing shreds together
and seeing beauty in
a multiplicity of patches...

In How to make an american quilt

domingo, 7 de dezembro de 2008

Passo a passo


quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Saltos

Mais um. Este é dos grandes e já esperava por ele há algum tempo. Hoje, finalmente, durmo em minha casa... :)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Shhhhhh....

Nasceu o Afonso... Mais um 'sobrinho' para mimar e embalar nos meus braços...
Bem-vindo à vida, meu amor...