Com a Emília aprendi o que é a fortaleza. Eu, que sempre me considerei uma pessoa resiliente, descobri o que é ser uma verdadeira força da Natureza. E aprendi a relativizar o meu próprio sofrimento. Quando se vê o olhar de dor serena de uma mãe que volta a casa de braços vazios ao fim de 37 semanas de espera, tudo perde o sentido. Não sou mãe. Mas não consigo imaginar dor mais insuportável do que aquela que a Emília e o seu amado marido sentiram e sentem. E agarrar a vida com as duas mãos, levantar a cabeça e andar em frente, com a hercúlea coragem que lhes descobri, tocou-me profundamente. Foi uma lição de vida. Que espero, honestamente, que não se repita. Para que, daqui a uns cinco ou seis meses, possa escrever aqui um post como o de há uns dias...
4 comentários:
Vais escrever sim. E a Emília vai ser uma mãe babada e tu uma "tia" igual. E vai correr tudo bem...
Deus te ouça...
Há muitas formas de escrever. Algumas trazem-nos as lágrimas aos olhos.
Eu continuo a chorar a dor da Emília. A acompanhá-la. Há uns dias houve uma bênção de grávidas e eu fiz questão de estar onde sabia que ela ia estar. Quando o sacerdote perguntou quem ia ser mãe pela primeira vez, a Emília ficou hirta. Direita, muito séria. Chorava por dentro, como eu. Porque ela já foi mãe, não o sendo. Mas vejo-lhe agora uma esperança no olhar... E rezo, rezo, para que ela consiga. Porque há coisas que não são justas...
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