segunda-feira, 20 de julho de 2009

Post prometido 1

Dois posts distanciados no tempo, mas com coisas em comum, para além do blog, fizeram-me pensar no que seria o meu homem ideal. Já há algum tempo que isto me tem vindo a martelar a cabeça porque da primeira vez que pensei no assunto, despoletado por este post e depois por este, dei por mim sem saber a resposta. Com o tempo e a reflexão - que eu, como boa taurina, gosto de ruminar tudo e com calma -, cheguei a algumas conclusões interessantes.

Descobri que não tenho um homem ideal definido, nem sequer em termos físicos. Há características físicas que me atraem, claro (os olhos, por exemplo), mas não as tenho por obrigatórias. Aliás, tirando o primeiro, os meus outros amores nunca corresponderam àquilo que fisicamente me atrai. Já a outros níveis, nunca me preocupei em fazer uma lista de 'musts', até porque se o fizesse, estaria tramada. É que não há ninguém perfeito, não é? E desejar coisas como um homem todo bonito, com dinheiro, um bom carro e a profissão X ou Y acabaria por tornar a escolha muito fraca, porque reduzida a um conjunto de características que não são, no fundo, as que mais interessam.

Há, no entanto, coisas que sei que inconscientemente me atraem e que, por consequência, procuro.
Gosto, por exemplo, de um homem com sentido de humor. Eu sei que é comum entre as mulheres, este gosto, mas é verdade para mim. Saberem fazer-me rir é uma arma terrível. O riso sossega-me, ao passo que demasiada seriedade me enerva, talvez porque me sinta impelida a ser 'bem comportadinha' com alguém que não brinca. E eu não gosto de camisas de forças.
Isto leva-me à segunda característica que me atrai: gosto de um homem que possua uma certa dose de loucura. Talvez porque eu a tenha e poucas vezes a tenha explorado (até tenho medo se algum dia me der para isso), gosto de alguém que me desafie e me faça sair do caminho mais evidente e rotineiro. Uma certa dose de loucura não significa, contudo, um homem completamente louco. Aliás, se há coisa que me enerva é alguém que não pára quieto. Eu sou acelerada por natureza e, talvez por isso, os homens tranquilos atraem-me. Gosto de quem me traga sossego. E de quem seja delicado. Há lá coisa mais irresistível que um homem que naturalmente pensa em nós e cuida? Coisas tão simples (precisamente por serem simples e ditas sem segundas intenções) como 'vamos para dentro que estás com frio' são boas de ouvir. Coisas tão simples como uma flor roubada no colo em dia comum são boas de receber. Alguém que apenas ouça em dia de tempestade é bom de ter.
Por fim, não me passa pela cabeça envolver-me com um homem pouco inteligente. Eu preciso de igualdade a nível de inteligência, como de pão para a boca. Como é que uma relação pode funcionar se os dois não se complementam a nível mental? Se não se admiram, se não aprendem um com o outro, se não conseguem esgrimir argumentos e crescer pelo meio? Alguém que não me acompanhe o passo, que seja previsível, que não me consiga entender não tem a mínima hipótese. E se não for honesto, idem.


Depois, tenho vindo a aprender que há características com que eu tenho de ter muito cuidado. Algumas particularidades para as quais tenho 'queda' e que são responsáveis, em grande parte, por aquela sensação de que acabo por escolher sempre o mesmo tipo de homens (e, consequentemente, acabo sempre por ir ao chão). Ter consciência delas é meio caminho andado para não repetir erros. Porque mais vale só que mal acompanhada. Essas, por agora, ficam comigo. Talvez para a próxima fale nisso.

13 comentários:

Pulha Garcia disse...

Minha Cara,

não exageres no que gostarias... eu por exemplo gostava de ver em mim metade dessas virtudes mas na verdade as poucas que tenho ainda estão, na melhor das hipóteses, no projecto.

Obrigado por te lembrares do meu post (pelo que percebi num dos dois links quererias ter colocado outro post qualquer ...estão repetidos ... ainda te tentei mandar um mail mas não sei o teu endereço...). Desejo-te felicidade, no modo realista e não quixotesco da coisa. Há muitas pessoas de bem out there. Sê uma e encontrarás outras.

mf disse...

Pulha:
Achas mesmo que exagero nas virtudes? Inconscientemente, eu procuro bom humor, desafio, tranquilidade, delicadeza, inteligência e honestidade. Mas não espero um homem perfeito. Isso não existe e eu desconfio e muito quando parece que existe. E nem sempre o que procuramos inconscientemente é o que é melhor para nós. Por isso eu não me acho, na verdade, 'agarrada' a nada (o post começa mesmo assim, aliás: 'não tenho um homem ideal definido'). O que significa que o que importa é se ele me consegue chegar ao coração.


Quanto aos posts: oooops... O meu lado mais distraído a manifestar-se. Eh eh. As moradas estão já corrigidíssimas, obrigada por me chamares a atenção. :)

Por fim, o email: ele existe e está no perfil. Aparecem duas mfs porque eu, atreita a ataques de preguicite aguda, ora entro no blog com o meu email de todos os dias ora entro com o email o.pequeno.ourico@gmail.com. Ou podia dizer que é o meu lado mais sacanita a manifestar-se. ;)

Beijo


PS - Não te menosprezes, pf.

Princesa Canela disse...

Bom gosto! Há tempos, por brincadeira, fiz uma dessas 'listas' e entreguei a uma grande amiga, dizendo que era o que queria para prenda de anos. Pouco depois, descobri que ele existe. Não é perfeito, é tão somente tudo o que pedi e melhor. Devia ter pedido que gostasse de mim.

mf disse...

Princesa Canela:

Esta é uma lista que saiu a ferros, porque nunca tinha posto as coisas nestes moldes.

Mas sabes... As listas são listas e, como tudo, tanto tiramos como colocamos lá o que quisermos. Para mim este post foi apenas e só a constatação do que me atrai. É que eu sei perfeitamente que nem sempre o que me atrai é saudável. Já passei por lá.

Por isso é que não me deixo agrilhoar a uma lista, nem exijo encontrar alguém assim e só assim. Quem sabe até se não é nos contrários de tudo isto que reside o sr. Certo?
E ter tudo o que se quer ou gosta também não é lá muito bom. Seria uma monotonia: então já não há nada por que lutar? Por que trabalhar?

Quanto ao que tu não pediste e devias ter pedido: também me aconteceu. :) Se não gosta de ti, em primeiro lugar é burro. Em segundo é porque não era o sr. Certo. Só isso.

Keep sailing. You'll find your way.
:)

R. disse...

Um post bem sério e, ainda assim, fizeste-me sorrir. O sorriso veio não pelo que consideras importante mas por aquilo que desvalorizas. Há dias perguntaste-me quais são as razões erradas para se ser um bom partido, pergunta que propositadamente contornei porque, como é claro, sabias bem a resposta. Malandra! :)

R.

mf disse...

R.:
Percebi. :)

PS - Eu, malandra? Nunca. nunquinha... Eh eh

Nikky disse...

Como toda a gente (de forma mais ou menos consciente), sempre tive um ideal. A imagem do meu príncipe encantado, tal como nos livros. Alguém que reconheceria ao primeiro olhar cruzado.
A essa pessoa correspondiam imensas características que racionalmente achavam impossíveis de se conjugarem numa única pessoa.
E um dia, cruzámo-nos. O encantamento foi imediato e a relação que dele nasceu uma verdadeira benção! Esse foi até hoje o dia mais importante da minha vida.
Sabes porquê? Porque esse dia me ensinou que um ideal é apenas isso: um ideal. E que nada disso importa! Não nos apaixonamos pelos nossos príncipes fantasiados, ainda que os encontremos. Apaixonamo-nos indelevelmente pelas pessoas reais...

http://vinte-e-um-gramas.blogspot.com/2009/04/blog-post.html

mf disse...

Nikky:
Entendo-te muito, muito bem, porque já me aconteceu. E um dia o ideal deixou de ser ideal e revelou-se outra coisa completamente diferente. Daí que não possa dizer, como tu, que o dia mais importante da minha vida foi aquele em que o conheci. Não foi, de certeza.

Não sei se fui eu que me expressei mal, mas o facto é que fico com a sensação que toda a gente que por aqui passou me imagina a fantasiar um príncipe perfeitinho. E eu limitei-me a enumerar apenas algumas características psicológicas de que gosto. Se existirem tudo bem. Mas nunca disse que eram essenciais. A única que pus como necessária foi a inteligência. Tudo o resto pode vir ou não a existir. Não importa. O que importa é a casa que se sente. Nos braços de alguém bem real. :)

Nikky disse...

Talvez então também eu me tenha expressado mal. Eu não fiquei com ele. Não cheguei sequer a amá-lo. Mas foi tê-lo encontrado que me permitiu amar depois uma pessoa "imperfeita".

Apesar disso, claro que existem características de que gostamos mais numa pessoa, o que não significa que estejamos à espera ou procura de um princípe perfeito.

LBJ disse...

Homem com sentido de humor, meio louco e inteligente?

E mais? E mais?

mf disse...

Nikky:
É isso, sim.
E o teu post vem mesmo a propósito. :)
Beijo

mf disse...

LBJ:
Mais? Há mais no texto, lê lá outra vez. O resto é para ir descobrindo. Num amor verdadeiro, descobrem-se coisas do outro até ao fim da vida. :)

Anónimo disse...

Sim, provavelmente por isso e