quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Notas soltas

Neste jogo que é a vida, estes dias têm sido pródigos em correrias e tempos de paragem. Sensações, conversas, risos, lágrimas, pensamentos ficam no ar. Alguns deles aqui também.

1. Apesar de portista, tive a companhia do 'mano lampião' nas mudanças que ando a fazer para a capital. Correu tudo bem, até à hora em que, no regresso, passámos pelo Estádio da Luz e lhe apeteceu cantar a plenos pulmões aquela do 'Glorioso não sei o quê'. Como era ele que ia a conduzir, não o pude pôr fora do carro. E, não sei porquê, prometi-lhe guarida em dia de jogo SLB-FCP. Mas não o convenci a juntar-se aos azulinhos nesse dia. Também, o que se poderia pedir a um benfiquista a visitar a sua casa?

2. As estradas da capital só estão no sítio certo se levarmos um GPS. Se não o fizerem, dão com vocês num ápice do lado errado da linha do comboio. I should know better...

3. Informações importantes: Carnaxide não é o mesmo que Alfragide (A., para a próxima, lê as placas antes de dares indicações). O Natal já começou: as decorações natalícias já estão à venda. Não acreditem na política dos tempos de espera do Ikea. Afinal, estamos em Portugal...

4. Um amigo perguntou-me, ao explicar-me o caminho, se tinha trazido a bússola comigo. Apontei para a minha cabeça, dizendo: 'Eu não me perco de mim mesma. E, se acontece, encontro-me sempre.' Devia ter apontado para o meu coração também. Não me lembro nunca de andar tão perto do meu centro como agora.

5. Ao arrumar as coisas para levar, dei com um prato pintado pela minha avó, no meu longínquo aniversário de 1995. Por trás, uma dedicatória que reza, entre outras coisas, assim: 'Para a F. da Vóvóginha Qu'ida' (a forma carinhosa como eu a tratava, em pequenina). Conheço bem aquela dedicatória, mas desta vez chorei perdidamente abraçada ao prato que nunca conseguirá substituir os braços da minha avó querida. Com a clara e repentina noção (o que nós aprendemos a reconhecer...) de que tive ali um colo importantíssimo toda a vida. A minha avó não era perfeita, fazia e dizia cada uma que não lembrava ao diabo, dava-se mal com muita gente, mas criámos as duas um reduto de amor que nos acompanhou sempre. Pintava muitas coisas, entre elas almofadas para as noivas da família. Um dia disse-me 'Vou pintar as últimas. São para ti.' E pintou. E eu tê-las-ei comigo sempre, quer case quer não. Tenho mais abraços destes que ela me deixou para que eu me lembre que sempre houve colos e sempre haverá. E que há amores indestrutíveis e que nos marcam mais do que quaisquer dores, dando forma ao nosso coração.


4 comentários:

Pulha Garcia disse...

Cara MF,

Portista? ... (dasse...)

(o Estádio da Luz não é a "casa" dos Benfiquistas; é o templo, a Catedral ... pareces esperta - para ouriço - acredito que ainda vais ver a Luz)

LBJ disse...

Na falta de um GPS sempre resta um amigo incondicional que possa dar uma ajuda a pôr-te do lado certo da linha do comboio :D

Tens que me explicar melhor essa de Alfragide e de Carnaxide porque eu gosto de boas piadas e de me rir de hisrórias de ouriços em terras de ides :)

Um Beijo

mf disse...

Pulha:
Eu já vi a Luz há muito tempo. A sair da boca de um dragão. ;)

mf disse...

LBJ:
Eu ainda vou aprender a voar e depois já não me stresso. Eh eh