À mesa do quintalinho de casa do meu tio, rimos e pusemos as conversas em dia. E as minhas tias ficavam com frequência a olhar enternecidas para as mafarriquitas mais pequenas, que por ali andavam a correr e a brincar no meio das plantas, a subir às cadeiras, a esconderem-se debaixo das mesas ou a treparem para o colinho da tia onde às vezes resolviam vir descansar. No meio da brincadeira, de repente percebi que tinha ali quatro gerações da minha família. E que as meninas, embora não tenham conhecido os bisavós (o meu Piu-Piu ainda nasceu uns meses antes da minha avó falecer, mas não se lembra dela, como é óbvio), tinham ali duas tias-bisavós com quem falaram e brincaram.
E eu fiquei ali a olhar para o meu passado e para o meu futuro. Para tanto de nós que passou, para tanto de nós que ainda vai passar. E a desejar sentir mais vezes a sabedoria serena de quem já passou por muitos tempos e sabe muito por dentro de si. A desejar sentir mais vezes aquele reduto de paz de quem transporta a tranquilidade em si. Não sei se um abraço apertado tem o condão de revelar o amor que nos vai na alma. Espero que sim.
2 comentários:
Acho o contacto entre os mais novos e os mais velhos da mesma família muito importantes. Por vários motivos. No entanto, frequentes vezes é subestimado.
Pulha:
Tens razão, muita gente não valoriza o contacto entre gerações. Nunca foi o nosso caso, mesmo estando longe. Pelo que agora gostamos dele e procuramo-lo. E sabe bem, mesmo nos momentos em que significa cuidar de quem já não consegue cuidar de si. Estas coisas aprendem-se se houver educação nesse sentido.
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