Ando armada em heterónimo de mim mesma. Senão vejamos: aqui falo dos meus sentimentos, mais do que outra coisa qualquer. Noutros lados (a lista está aí à direita) deixo-me ser a amiga, a mão que auxilia, aquela que se ri a bandeiras despregadas, que brinca. Noutros lados ainda dou azo, nos comentários, à minha capacidade de argumentação (gosto de luta, é um facto, porque não há muitos que consigam acompanhar-me o pensamento). Hoje vou espraiar o meu pensamento por uma 'Prisão de palavras'. Encontram-me lá...
Ontem pensei muito em ti. Vemo-nos pouco, as nossas conversas têm sido quase todas de circunstância. Mas tens um ‘je ne sais quoi’ que me chama a atenção. Ou melhor, até sei. É a tua alegria de viver, a segurança que emanas. E uma vitalidade absolutamente impressionante. Aliás, é o que chama mais a atenção: a tua vitalidade. Não é apenas energia, dinamismo. Todos nós podemos ser assim. É algo que vem de dentro e que te faz ser… como mais ninguém que eu conheça.
Quando vinha de carro, ouvi esta música. Mais uma vez o pensamento fugiu para ti. Cai-te que nem uma luva…
Dei por mim a pensar numa coisa que me disseram há uns tempos. Alguém que me conhece fisicamente, que partilha alguns momentos comigo. Dizia que sou misteriosa, que não me abro, que é muito difícil perceber quem sou. Será verdade, provavelmente. Sou uma pessoa muito conversadora, mas normalmente em grupos muito pequenos (uma ou duas pessoas). Em grupos maiores, tendo a calar-me. Fico a ouvir. Observo. E não falo porque volta e meia não sei o que hei-de dizer. Não sou uma pessoa com muita graça. Não sei anedotas, nem consigo ter aquele humor fino e instintivo que tanto aprecio. Às vezes parece que perco a capacidade de pensar: bloqueio e dou por mim a pensar que não tenho nada de interessante para dizer. Estúpido, dir-me-ão. Talvez. Timidez, falta de confiança (em mim e nos outros), falta de hábito. Pode ser tudo isso. Não sei. E não sei também o que fazer para mudar isto. Precisar, precisava. Para conseguir que soubessem quem sou. Mas como se muda uma vida inteira de engrenagens destas?
Hoje ando a pensar numa conversa que tive ontem. Com uma das duas únicas pessoas que deixo verdadeiramente entrar no meu mundo (ah, pois é, quando vos digo que sou solitária não brinco). Dizia-lhe eu que se calhar não sei o que é amar. Das duas grandes relações que tive até hoje, só a segunda me mostrou aquilo que eu acho que é amar. Mas mesmo assim não tenho a certeza, dada a forma como acabei por lixar a minha cabeça. A resposta que levei perante esta dúvida foi: 'O problema se calhar não está em ti. Cá para mim tu sabes o que é amar. E muito bem. Não sabes é o que é ser amada.' Assim me calou. E pôs-me a pensar. E acho que tem razão. De facto, não me lembro de ser apreciada como apreciei. De ser entendida como entendi. De receber como dei (não venham cá com tretas, que amar é dar e receber). Nem por eles nem por outros. Talvez um dia venha a descobrir...
Hoje (ontem) andei em conversas. E a ruminar. A pôr alguns pontos nos iiis na minha cabeça. A descobrir outros iiis que ainda precisam de tratamento (se alguém souber de alguma pilulazita que cure as dores de crescimento avise, ok?). Resolvi dizer aos meus picos: ‘Olha… Logo se vê…’ A minha frase favorita, actualmente. Permite-me ir vivendo, ir sentindo, ir saboreando, ir avançando devagarinho. Ou aos saltos. Como me dá na real gana. No meio disto tudo, foi bom saber que me sentem genuína. Eu espelho-me bem nas palavras. São minhas amigas desde sempre, não me faltam. E conseguir usá-las a meu favor, já que em presença não me consigo mostrar, sabe-me muito, muito bem. Vamos andando devagarinho também aqui (logo se vê, outra vez): lá chegará o tempo em que o Ouriço há-de andar todo penteadinho e mostrará toda a sua beleza.
Por fim, um recado: por que raio não me ligas nenhuma ?!?!?!
Conversa de um pico para outro: - Hoje sinto-me uma lareira quente... - Ai sim? Olha que engraçado... Eu também! - E se fôssemos à procura de alguém que precise de um lume a crepitar para se aquecer? - 'Bora lá!
Por norma, não aprecio mesmo nada dizer o que faço a nível profissional. Não é por nada, mas quando o faço, fico com a sensação que me cresceu alguma coisa na cabeça. Eu diria que as pessoas passam a ver o cérebro e não a mulher. O que me irrita profundamente e me deixa muito pouco à vontade. Por essa razão, só o revelo por inteiro quando sou obrigada, quando tenho confiança que já me conhecem suficientemente bem para não ficarem de boca aberta ou quando quero marcar uma posição. Neste último caso, sinto uma satisfaçãozinha especial, confesso: quem olha para mim - pequenina, simples e risonha - não faz a mínima ideia da construção que sou. Já acertei o passo a uns quantos que resolveram menosprezar a minha pessoa...
Diz-se, em inglês, que ‘still waters are deep’. Bem verdade, digo eu, quando aplicado a pessoas. Frequentemente descobrimos que pessoas aparentemente calmas e bem-dispostas são profundas, verdadeiros vulcões por dentro. Tu és assim. Se eu pudesse, hoje levava-te até junto destes dois faróis. Só para te mostrar que o mar, embora aparentemente calmo dentro da barra, não se deixa dominar pela mão de ninguém e encontra sempre forma de espraiar o que é como quer e onde quer… Se lhe apetece beijar a praia, fá-lo. Se lhe apetece rebentar de fúria, fá-lo. Vive saudável, porque vive o que é. Ele conhece bem o seu espaço…
Há conversas que são uma verdadeira delícia... A pretexto de inocentes assuntos, puxam-nos o riso, afiam-nos a língua, fazem fervilhar os dedos... Verdadeiros banquetes de palavras onde trocamos um piscar de olhos malicioso com o vizinho da frente... ;)
Declaro oficialmente aberta a época dos embrulhos de Natal! Como aqui a 'je' adoooooooora embrulhar prendas, podem candidatar-se a um lugar na fila! O primeiro lugar é para a família (toda)! O segundo está livre! Arranjem o papel e as fitas que eu embrulho qualquer coisa! Meeeeesmo! (Enganei-me na vocação: devia ser embrulhadora oficial... Eh eh... Passei uma hora de volta dos primeiros embrulhos... E lá se foi a TPM...)
Já devem ter notado que sou uma sonhadora e pêras. Ah, pois é... Ando muito pragmática na minha defesa (disseram-me há uns dias e é bem verdade), que isto agora já não me põem o pé em cima, mas, apesar dos revezes, o meu feitio não mudou e por isso continuo a fazer os meus filmes e a sonhar os meus sonhos t-o-d-i-n-h-o-s. Hoje passei o tempo a sentir que a minha vida tem tanto de fantástica como de desinteressante. Se calhar é TPM... Não sei... Andei também com saudades do futuro. Do meu futuro. Daquele futuro onde um canção como esta faça sentido...
Lá me arrastei com quase três anitos abraçados a mim. Depois do chichi, vieram os abraços, os olhares de adoração: - A tia! A mia tia! Ó tia... Conta uma tóia... - Está bem. Queres leitinho? (um abanico de cabeça) - O papá? A mamã? - Estão a dormir (ai, minha rica cama...).
A meio do leitinho, ouço lá do quarto: - Tiiiiiiiiiaaaaaaaaaaa!
Com isto, lá se foi o sono. Começou o reboliço. :)
A Minhoca anda por aí a espalhar um desafio. Decidi fazer como a Afrodite e 'pespeguei' com a música inteira, que só o título não tem piada! Aqui vão as respostas e outro desafio: vamos lá ver quem se junta à festa!
1 - Publicar uma foto pessoal.
As minhas mãos são as grandes. Eh eh! (Gosto muito das minhas mãos.)
2- Escolher uma banda ou um cantor: A esta não sou capaz de responder...
3- Responder a algumas perguntas com títulos de músicas ou nomes de cantores e/ou bandas: a) És homem ou mulher?
Elvis Costello - She (onde é que eu já ouvi falar de girassóis?)
b) Descreve-te.
Lene Marlin - Disguise
c) O que as pessoas acham de ti?
The Weepies - Nobody knows me at all
d) Como descreves o teu último relacionamento.
Pussycat Dolls - Tainted Love (desde o original de Gloria Jones, passando pelos Depeche Mode e Marilyn Manson, gosto de quase todas as versões...)
e) Descreve o estado actual da tua relação com o teu namorado/companheiro ou parceiro ou whatever.
Ray Charles - Hit the road, Jack
f) O que pensas a respeito do amor? Michael Bublé - Everything
Há vidas que me deixam a pensar. Como a da Flávia. Quem, como eu, tem deficientes na família, sabe o trabalho que dá. E o amor que se sente. No meio da tragédia, a mãe desta menina sente-se assim:
“Quando tiver algum problema, faça alguma coisa!! Se não puder passar por cima, passe por baixo, passe através, dê a volta, vá pela direita, vá pela esquerda, se não puder obter o material certo, vá procurá-lo, se não puder encontrá-lo, substitua-o, se não puder substituí-lo, improvise! Se não puder improvisar, inove. Mas, acima de tudo, faça alguma coisa!!!”
Fonte: A Essência da Verdade, - Colecção Pensamentos de Sabedoria.
Faz-me pensar que há quem desista e há quem lute com todas as armas que tem à mão. Mesmo quando nada parece resultar. Os sobreviventes são assim... A coragem é assim...
Hoje foi um dia bom. Feito de risos, abraços, beijos. Tive de carregar as minhas sobrinhas em braços escadas acima, porque assim que me viram decidiram que queriam colinho ao mesmo tempo. Resultado: trouxe-as agarradas pela cintura, tipo ‘saco de batatas’, porque andar com quarenta quilos às costas de uma só vez tem que se lhe diga! Cheguei cansada, mas a rir, que a felicidade delas sentia-se no ar. Quem manda esta tia desnaturada não as ir visitar há dois meses? Depois foi brincadeira até mais não: jogar às escondidas, pregar sustos, contar histórias (lá veio o bacalhau Horácio outra vez…), passear, mais colinho, regar plantas, enfiar um dedo num bolo de aniversário. E direito a unhas pintadas por elas (estão a ver como ficaram os meus dedos, não estão?), que a avó decidiu dar à mais velha um conjunto de sete frasquinhos de verniz, um para cada dia. Que arco-íris… Acabei a prometer uma visita para a próxima semana: agarramo-nos às crianças, elas a nós e depois dá nisto. Saudades e mais saudades…
À tardinha, reunião no Porto. Nunca perder-me soube tão bem. Andámos às voltas (primeiro era Gaia Shopping, depois era Arrábida Shopping) e, depois de uma voltinha pelo Porto (até passámos pelo Centro Comercial Brasília!), acabámos na Afurada. O carro a rolar e eu a admirar a beira-rio e o espectáculo magnífico que é a Ponte da Arrábida iluminada com uma cascata de luzes por trás… Tudo calmo. Lindíssimo. Ficou a vontade de um passeio à noite por aquelas bandas.
De volta a casa, uma noite de sono que vai saber bem, depois do cansaço. Hoje tenho o coração cheio como o mundo…
Eu gosto de poesia. E quando descubro num poeta a rara capacidade de descrever de forma palpável o mundo, adoro. Hoje não resisto a esta. Um verdadeiro banquete que encontrei n'Este Nosso Chão (eu sei que eles não se importam da partilha). Deliciosa receita que todos gostávamos de experimentar, por certo... :D
Receita de pataniscas de bacalhau
Cozinheiro limpo e aprumado Mãos macias e seguras Deve ter uma ajudante De singelo avental, só Encostada ao balcão da cozinha A mexer a farinha e os ovos Enquanto o cozinheiro trata do bacalhau, Acaricia-o suavemente que bom prato É servido com paixão. Aflora-lhe o rabo (do bacalhau) Sente-lhe a espinha logo acima Retesada…à espera da facada Mas cozinheiro paciente Mete a faca com macieza, Sentindo-lhe a firmeza Enquanto isso apalpa os marmelos Para lhe ver a consistência Que em fondue de chocolate Farão delícias à sobremesa. Já a ajudante tem a mistura feita Devidamente temperada de sal e pimenta, Mete o dedo na mistura, dá a provar ao cozinheiro Que diz que sim, que está na hora E remexe o bacalhau já desfeito em lascas dedilhadas Na húmida mistura encorpada com claras em castelo Inclina-se o cozinheiro sobre rotunda frigideira De óleos escaldantes e enfia-lhe uma colherada Que fica a restolhar. Vira-a (à patanisca) e escalda-a por trás também Para ficar na consistência certa. Quando a tira da frigideira a escaldar Deve ter um guardanapo à mão Que ela deve vir a pingar. Está na hora de provar o grelo (do arroz, pois então!) Que pataniscas não se servem Sem arroz de grelos e feijão.
Raramente me verão a falar aqui em política. Vou sempre votar porque não deixo ninguém escolher por mim, adoro ler jornais e não perco o telejornal, mas para mim a política fala-se em casa ou à mesa de um café, entre amigos. Hoje, porém, não resisto. Toda a vida 'nadei' no meio de professores. Já andei pelo Ensino Secundário, safei-me antes destas confusões e não há dia que não agradeça a Deus por ter paz de espírito. Corta-se-me o coração, por isso, quando vejo a minha família ou os meus amigos a afundarem-se lentamente. Tenho amigos que são professores por vocação. Sempre amaram o que fazem, sempre manifestaram um entusiasmo fora de série. Vê-los hoje desabafar que, se pudessem, arranjavam outra profissão, deixa-me zangada. Como me deixam zangada as histórias, inúmeras, que vou coleccionando. Como a do menino de 4 anos que, ao domingo à noite não quer ir dormir e pede à mãe para fingirem que é sexta-feira, porque sabe que estará separado dela quase 200 quilómetros até essa altura (o que faz uma mãe 3 anos seguidos assim?). Ou a outra da minha colega que levou testes para corrigir no comboio, em dia de manifestação, porque não podia 'perder' uma tarde de fim-de-semana senão o trabalho ainda se atrasava mais. E ainda outra, onde me dizem 'Não me sinto livre... Na escola não posso dizer o que penso porque posso sofrer represálias. E quando chego a casa, não tenho tempo para respirar, com tanta papelada. Preparo as aulas às duas da manhã...' Ou outra, que é feita de alunos indiciados pela polícia e navalhas na sala de aula. E outra ainda, de uma amiga que desabafa que está com problemas no casamento porque o marido não entende que ela, quando chega a casa, tem de se sentar a trabalhar, porque senão não tem os dossiês da avaliação e a preparação das aulas e os testes e as correcções dos testes e etcs prontos a tempo. Mas a que mais me zanga é a da minha sobrinha que, na fortaleza e sabedoria dos seus quase cinco anitos, consola a minha irmã, que lhe diz que não pode trazer os amigos a casa no fim-de-semana porque a mamã tem de trabalhar. O consolo? 'Deixa lá mamã... Não há problema... Quando tu tiveres tempo para nós outra vez, não é?' Não é justo...
Eu, que nasci em vésperas da Revolução dos Cravos, bem sei onde punha uns certos senhores com tiques de ditadura...
Por razões que escaparam por completo ao meu controlo, não tenho podido acompanhar o meu grupo de adolescentes, como voluntária. Alguns têm vidas complicadas, em especial uma menina vítima de abusos sexuais que tem crescido perto da minha asa desde os seis anos. Hoje recebi uma mensagem dela, a perguntar-me como estava e quando voltava. Apertou-se-me o coração... Eu sei que ninguém é insubstituível, mas custa não poder estar presente. Sobretudo porque sei a falta que lhe faço. Nem dizer-lhe que me encontra quando quiser no msn ajudou. Fiquei com um nó na garganta e uma lágrima cá dentro. Como sempre, contudo, nada transpareceu no meu sorriso. Desculpem o desabafo, mas às vezes a vida é fodida...
Acabei de fazer um pequeno teste sobre comida aqui. Cá vai o resultado, para que todos saibam:
'Sabe como curtir a vida, mas sem cometer exageros. É equilibrado e nunca quer mais do que pode ter. Tudo na sua vida tem que ser belo, doce e gostoso. Não se preocupa tanto com a beleza exterior e, sim, com a essência das coisas. Sabe que é preciso alguns momentos de solidão para recarregar as energias. Gosta de manter o controle da situação e saber exatamente onde está pisando. Fica sempre em cima do muro na hora de tomar decisões. Acredita que a felicidade está nas coisas simples da vida. Não consegue ficar longe da bagunça das cidades grandes. Sabe digerir e resolver sozinho seus problemas.'
Tenho vindo cá de mansinho. Poucas palavras minhas, muitas dos outros. Às vezes dá-me para isto. Quando a cabeça anda ocupada... Partilhando, mais uma vez: com alguns altos e baixos, começo a sentir-me bem. Mais uma peça do puzzle colocada aqui, outra ali. Às vezes tenho pressa de descobrir os meus caminhos, mas tenho vindo a perceber a necessidade da paciência. Exercício interessante, este: depois de meses, ou melhor, anos, a travar, eis que agora o que me apetece é correr! O bom que tem este começar de novo é que me começo a sentir livre. Poder fazer o que me dá na real gana dá-me cá um prazer...
Às vezes, na vida, como no mar, ficamos tão cansados que não conseguimos continuar. Vamos ao fundo e perdemos a capacidade de respirar. Lá no íntimo, mesmo sem conseguir falar, gritamos por ajuda. Pediste e foi-te dado. Agora continua a respirar. Para que não te esqueças, o pedido fica aqui registado...
With every waking breath I breathe I see what life has dealt to me With every sadness I deny I feel a chance inside me die
Give me a taste of something new To touch to hold to pull me through Send me a guiding light that shines Across this darkened life of mine
Breathe some soul in me Breathe your gift of love to me Breathe life to lay 'fore me Breathe to make me breathe
For every man who built a home A paper promise for his own He fights against an open flow Of lies and failures, we all know
To those who have and who have not How can you live with what you've got? Give me a touch of something sure I could be happy evermore
Breathe some soul in me Breathe your gift of love to me Breathe life to lay 'fore me To see to make me breathe
Breathe your honesty Breathe your innocence to me Breathe your word and set me free Breathe to make me breathe
This life prepares the strangest things The dreams we dream of what life brings The highest highs can turn around To sow love's seeds on stony ground
'Em tudo. Feliz do gajo que te agarrar.' Pois... Foi isto o que disse um amigo a esta gaja... Primeiro fiquei embasbacada. Depois sorri. Depois o ego subiu em flecha! Que espectacular forma de acabar a semana! ;)
Agora que chega ao fim, posso dizer que semana foi boa. Embora dura. Dura pelas conversas de horas em que agarrámos a mão de alguém. Dura pelas conversas de horas em que a nossa mão foi agarrada. Dura pelos sentimentos renascidos, pelos medos e angústias revisitados, pelos fantasmas reaparecidos. Pelos sonhos impossíveis que saltaram das gavetas. Abanou. Mas é nesses abanões que eu cresço. É nesses abanões que eu me reconstruo. Mais eu, mais verdadeira, mais segura. É nesses abanões que eu aprendo a olhar para o meu coração. Por mais desconfortável que seja, por mais sombras que se levantem, eu continuo a reconstrução da ponte... Aquela que há-de ligar os dois lados de mim...
Por tudo isto, e porque temos de nos mimar, como melhores amigos que devemos ser de nós mesmos, esta canção é um diálogo entre o ouriço e os seus picos:
Por mais pesada que esteja a minha cabeça... Eu recuso-me a enterrá-la na areia! Não sou avestruz! Prefiro virar o bico para o sol que espreita lá fora... :)
Eu sou esta canção. Raramente deixo que alguém a seja para mim. Tenho o péssimo hábito de achar que os meus fantasmas são apenas meus. Mas estou a aprender a partilhá-los... :)
Atlas é o nome, na mitologia romana, de um titã que procurou, em conjunto com outros, apropriar-se do poder supremo e acabou castigado por Zeus (o deus dos deuses). O castigo consistiu em carregar para sempre o peso dos céus aos ombros. Esta é a razão por que Atlas aparece sempre com um globo às costas. Perante esta história, facilmente se percebe o nome dado à primeira vértebra cervical, situada no pescoço: chama-se Atlas porque sustenta também um 'globo', a cabeça.
O meu Atlas, hoje, queixa-se: a minha cabeça tem o peso do mundo...
Às vezes, gosto de ficar parada a olhar o mundo a passar. Limito-me a observar tudo o que passa, a escutar todos os ruídos, a absorver os cheiros. Sabe bem estar na margem, comigo mesma, à espera do que vem lá... A deixar apenas que tudo aconteça...
Numa visitinha rápida aos meus blogues favoritos, detectei um sentimento comum de orelha murcha... Valha-me Deus, eu sei que o meu fim-de-semana não foi todo ele bom, mas não precisam de me imitar. Será da segunda-feira? Também não interessa! A minha faceta de 'cuidadora' diz-me que tenho o DEVER de vos alegrar o dia! Que tal um passinho de dança? Descobri esta música no Shiuuu e adorei. Às meninas faltam os homens, é verdade, mas elas podem sempre lançar este desafio a algum! Do tipo: 'Vamos lá ver se me acompanhas o passo...' Aos rapazes - pronto, está bem - eu dou autorização para deitarem um olhito (só um!) às pernas da mais jeitosa... Para cima! Up! Up! Só faltam quatro dias para o fim-de-semana! :)
Hoje, no banho (as ideias parece que escorrem melhor pelo cérebro), dei por mim a pensar que este foi um ano de saltos. O maior salto físico que dei foi há uns anos largos, quando, depois de um fim-de-semana de escalada, dei por mim a saltar de uma ponte com 40 ou 50 metros de altura. Lembro-me da adrenalina, do medo, do momento em que senti o vazio. E sei que corri de novo para cima para mais uma voltinha nas cordas! (A propósito, os santos ficariam cá em baixo a rezar, não acham?) Agora os saltos foram diferentes. O ano começou de uma forma horrível (começou mesmo, que as 0 horas do dia 1 não se recomendaram) que durou até finais de Fevereiro. O primeiro salto veio em Março. O segundo em Maio. O terceiro em Julho. E a partir daí tenho saltado todos os meses: Agosto, Setembro, Outubro. O salto de Novembro já está pensado. Talvez seja até mais do que um. A princípio saltei sozinha. Depois fui encontrando uma mão aqui e ali. Agora há sempre uma mão. Nem que seja virtual. :) A cada salto que passa fico mais forte, mais eu. Talvez porque, quando salto, gosto da sensação. Da libertação. E, por isso, lá subo eu mais uma vez a encosta para mais uma voltinha nas cordas...
Se este ano fosse uma canção, seria esta:
Madonna - Jump
Já agora: qual seria a vossa canção? Vão pensando nisso... Boa semana!
Hoje estou a contemplar... Páro a sentir-me nas palavras que são minhas, embora não tenha sido eu que as estivesse escrito, cantado ou fotografado. Por aqui há calma, paz... Sinto-me abraçada...
Depois de andar a falar de crianças, fiquei com as minhas sobrinhas no pensamento. A Marta e a Luísa, que adoram esta tia meio doida que as ensina a trepar às árvores, canta bem alto com elas durante qualquer viagem e lhes conta histórias de um bacalhau chamado Horácio e da sua amiga aranha, chamada Susana. Se hoje estivessem aqui, cantava-lhes esta canção... Porque, através delas, eu sei o que é amar perdidamente...
É possível mudarmos de humor de cinco em cinco minutos, passando do 80 da 'poderosa' para o 8 da 'abatida'? Que paciência tenho de ter comigo mesma algumas vezes...
"Mudanças. Lentas, mas a revelarem-se. Tudo com muita calma porque não há outra maneira de saborear e apreender. Parece que a pressa é inimiga da perfeição e dos amores-perfeitos..." (pela minha amiga Marisa)
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