terça-feira, 25 de novembro de 2008

O que eu rumino (II)

Dei por mim a pensar numa coisa que me disseram há uns tempos. Alguém que me conhece fisicamente, que partilha alguns momentos comigo. Dizia que sou misteriosa, que não me abro, que é muito difícil perceber quem sou.
Será verdade, provavelmente. Sou uma pessoa muito conversadora, mas normalmente em grupos muito pequenos (uma ou duas pessoas). Em grupos maiores, tendo a calar-me. Fico a ouvir. Observo. E não falo porque volta e meia não sei o que hei-de dizer. Não sou uma pessoa com muita graça. Não sei anedotas, nem consigo ter aquele humor fino e instintivo que tanto aprecio. Às vezes parece que perco a capacidade de pensar: bloqueio e dou por mim a pensar que não tenho nada de interessante para dizer. Estúpido, dir-me-ão. Talvez. Timidez, falta de confiança (em mim e nos outros), falta de hábito. Pode ser tudo isso. Não sei.
E não sei também o que fazer para mudar isto. Precisar, precisava. Para conseguir que soubessem quem sou. Mas como se muda uma vida inteira de engrenagens destas?

14 comentários:

John Doe disse...

Haja quem te conheça a sério, e verá a mulher interessante que és...

mf disse...

:)

Nikky disse...

Muda-se com treino. Muda-se experimentando aos poucos alguma abertura.

mf disse...

Pois, se calhar é isso, minha querida... Ando é tão lenta... Que raio, logo agora que me apetecia correr...

Quando Existe Um Nós disse...

Não percebo...porque tens de mudar??

:-)

Marta disse...

Estou com a Nikky!
Pequenos passos são grandes conquistas. Força-te a dar pequenos passinhos.
Um óptimo dia para ti! :)

Nelson Soares disse...

Ser-se misterioso e estar na antecâmara não é necessariamente mau. Pelo contrário..

São traços de personalidade que não se devem sacrificar pelos ditos outros...


Quem for importante saberá dar-te o valor merecido. =)

John Doe disse...

Não corras... Vai devagar... Sei que é preciso puxar um bocadinho por ti, mas diz lá se não é bom abrir um pouco?

mf disse...

Nós:
Tenho de mudar alguma coisa. Porque ser assim tornou-me muito solitária. A desbocada que encontras aqui, aquela que revela o que pensa existe aqui, mas não 'lá fora'. O que não é bom, porque me impede de me 'conectar' com as pessoas.
O que estou a tentar mudar não é aquilo que sou. É o modo como o transmito. Porque corro o risco de só vocês saberem como sou. E isso, tens de concordar, é pouco... :)

mf disse...

Cold:
Eu cá vou fazendo a minha ginástica! E já tenho algumas conquistas. Dou por mim a falar com quem menos espero. E sabe tão bem... :)

mf disse...

Nelson:
Não, de facto não é necessariamente mau. Disse-me uma vez um amigo que ser assim tem uma grande vantagem: por mais que queiram, não sabem como me atingir. Porque eu não revelo os pontos fracos.
Eu não sacrifico nada do que sou. Isso seria não ser eu. E isso eu não consigo. Sou assim, há coisas que não dá para mudar... :)

mf disse...

John:
Não posso correr, não... Não porque não queira. Porque não sei como. E ainda bem. Porque às vezes abrir-me é assustador... Isto de nos sentirmos sem pé... Enfim...

(In)Questionável disse...

Muda no dia em que perceberes que por príncipio não há ninguém melhor ou pior - apenas diferente. Não és nem mais nem menos.

A partir desse dia tu serás para o exterior o que hoje emanas aqui e, no final, a diferença está feita.

mf disse...

(In)Questionável:
Tenho andado em 'exercícios' e as coisas estão a melhorar... Lentamente, mas lá vou indo... :)