quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Não me lixem

No meio de uma crise económica como esta, em que os casos de corrupção e de censura encapotada, das empresas a fechar e do desemprego a subir em flecha são mais que muitos, o tema das conversas agora é o que se pode fazer na próxima legislatura acerca do casamento entre homossexuais e a eutanásia?
Será que sou só eu que acha que levantar temas fracturantes como estes nesta altura não tem outro propósito que não seja o de tapar o sol com a peneira?

7 comentários:

Anónimo disse...

Óbvio que o intuito é de tapar o sol com a peneira. E começo a pensar se a crise económica é tão grave como a pintam. Há crise, é um facto, mas ao longo do tempo vou verificando que os receios começam a querer desaparecer. Pergunta que se levanta, será que interessa que a crise tenha mesmo uma imagem de lobo mau?

Mas também acho que esse assuntos não deveriam ser fracturantes. Como deves perceber sou a favor de ambos...

Mozka Tché Tché disse...

Claro.
Mas eu gostaria de ver discutida a eutanásia, da qual sou acérrimo defensor.
Quanto aos homossexuais estou-me completamente nas tintas. Têm o seu lobbye e a sua manha. Não precisam de mais nada. Casados não casados, que se lixe. Isso não é de todo importante.

mf disse...

John Doe e Mr X:

A crise é grave, eu acho. Para muitos que a sofrem na pele é mesmo o lobo mau. Mas mais grave do que a crise é a atitude volúvel dos governantes, que neste momento procuram garantir votos e não falar com honestidade.

Quanto aos assuntos levantados, são fracturantes, quer queiramos ou não. Eu até acho isso positivo: significa que somos uma sociedade com valores, sejam eles quais forem. No dia em que não existirem assuntos fracturantes, tudo é permitido, tudo é consentido e deixamos de pensar no valor das coisas.
A discussão séria não me incomoda. Mas terá o seu tempo (por isso não dei a minha opinião nem a vou dar agora).
O que me incomoda é o uso e abuso destes assuntos para evitar outros, bem mais graves. E bem mais incómodos.

Bruno disse...

Vou repetir a resposta a um comentário, que deixei no meu blogue a propósito deste assunto:

É fogo de artifício para os nossos olhos. No outro dia, os chineses celebravam a primeira Lua Cheia do novo ano (do Búfalo ou Boi), e meteram uns estalinhos e uns fogos num arranha-céus novinho em folha, no novo complexo da televisão pública chinesa. Aquilo deu para o torto e o prédio ardeu de alto a baixo.
Os chineses são assim, especialistas no fogo de artifício, mas sobretudo no artifício, e nós, o nosso governo, está a tornar-se um pouco chinês. Já não digo por conseguir deixar-nos de olhos em bico, mas principalmente porque gosta de areia nos nossos olhos (e já diz o ditado: "quando souberes que a areia leva vaselina...")
O nosso governo faz lembrar a orquestra do Titanic. O barco vai para o fundo, mas eles continuam a tocar como se nada fosse.

(se bem que muita aguinha vai correr ainda sob esta ponte. A crise económica é insustentável, há milhares de pessoas a ficar sem trabalho, consta que a questão do Freeport ainda vai bombar, e até mesmo dentro do PS há quem não esteja nada contente. Prevê-se um ano de intensa e interessante actividade político-social. Aceitam-se aposta para saber quem serão os primeiros a cair...)

mf disse...

Bruno:
Gostei dessa da orquestra do Titanic. É mesmo isso! Quanto ao resto, eu cá não aposto. Arranjam sempre maneira de se safarem. Até ao dia em que apareça quem chegue para eles. Ou na forma de honestidade política (que é o que eu espero, sinceramente) ou na forma de rebelião social (será que os acontecimentos da Grécia e França não os fazem pensar?).

MS disse...

é, é que o futebol não chega para entreter toda a população, tem de se escolher temas mais abrangentes!

mf disse...

MS:
Bem-vinda!
Tens razão, sim. O futebol já não tapa todos os olhos...